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Adja Melo25/04/2024 22:41
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Acomodação ou Produção no Uso do ChatGPT? Refexão do modulo “Prompts Assertivos para ChatGpt”.

    No vasto campo da interação entre humanos e máquinas, surgem paradigmas que transcendem os limites convencionais entre adaptação e criação. A tecnologia, especialmente representada por sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT, emerge como um protagonista nesse cenário em constante evolução. Este pequeno texto é uma possível reflexão da interação entre humanos e robôs no Metadesigner, inspirado pela filosofia do neurobiólogo chileno Humberto Maturana junto com as aulas do módulo “Prompts Assertivos para ChatGpt” ministrado por Felipe Aguiar .

    No cerne da relação humano-robô reside uma complexa negociação entre adaptação e geração. Maturana, com sua teoria da autopoiese, destaca a natureza intrínseca dos sistemas vivos, onde a capacidade de se adaptar é fundamental para a sobrevivência. Analogamente, na interação entre humanos e máquinas, os indivíduos se adaptam constantemente ao ambiente digital em mutação, moldando e sendo moldados pela tecnologia.

    O ChatGPT, como um exemplo dessa interação, atua como um espelho reflexivo da linguagem humana. Sua habilidade de compreender e gerar texto cria um ciclo de feedback contínuo, onde adaptação e geração se entrelaçam harmoniosamente. À medida que os usuários se ajustam ao modelo linguístico do ChatGPT, este, por sua vez, se aprimora e se enriquece com as interações humanas. Nosso instrutor Felipe Aguiar nos disse: “ É preciso ensinar o Chatgpt o meu jeito de trabalhar, ensinar as  minhas regras de como o chat deve funcionar, uma vez que estamos influenciando como o código Davinci deve funcionar”. A meu ver, isso é uma atitude que deve ser praticada diariamente.

    No cenário do Metadesigner, esse movimento assume uma dimensão ainda mais profunda. Aqui, humanos e inteligências artificiais colaboram na concepção e implementação de soluções criativas. O ChatGPT emerge como um parceiro criativo entre o que é considerado "humano" e "máquina". Afinal, quando quem dita a regra do jogo quando usamos prompts ricos? Os humanos ajustam suas abordagens de design para incorporar as sugestões e insights gerados pelo ChatGPT, enquanto este se desenvolve continuamente com base no feedback humano. O resultado é uma colaboração dinâmica, onde a distinção entre autor e ferramenta se dissolve, dando origem a uma síntese de habilidades humanas e computacionais.

    Entretanto, essa associação enfrenta desafios éticos e sociais significativos. À medida que a interação entre humanos e máquinas se aprofunda, questões sobre dependência excessiva e transparência algorítmica emergem. Maturana nos lembra da importância da reflexão e consciência em nossas interações com a tecnologia. Devemos não apenas questionar o que somos capazes de fazer, mas também considerar o que devemos fazer. Somente através de uma abordagem ética e reflexiva podemos garantir que nossa jornada seja verdadeiramente enriquecedora e emancipadora para todas as partes envolvidas.

    No contexto do Metadesigner, o uso do ChatGPT transcende a funcionalidade técnica, tornando-se uma expressão vibrante da interação entre adaptação e geração. Inspirados pela filosofia de Maturana, exploramos essa dualidade complexa, reconhecendo os desafios e oportunidades inerentes a essa jornada. À medida que continuamos a moldar o futuro da interação humano-máquina, é fundamental manter um olhar crítico e reflexivo sobre as dinâmicas envolvidas, garantindo que nossa evolução seja guiada por princípios éticos e humanos.


    Referências bibliográficas


    Maturana R., Humberto Cognição, ciência e vida cotidiana/ Humberto Maturana; organização e tradução Cristina Magro, Victor Paredes. Ed. UFMG - Belo Horizonte, 2001.  Diasponível em <https://sites.ufpe.br/wp-content/uploads/sites/49/2021/10/Ciber-6b-26-nov.-MATURANA-Humberto-2001-Cognicao-ciencia-e-vida-cotidiana.pdf

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