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Giane Mariano
Giane Mariano05/08/2025 12:07
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Automatizando a Segurança Desde o Byte: O Papel da Linguagem Assembly nos Testes de Segurança

    Em um mundo cada vez mais automatizado, os testes de segurança têm evoluído para acompanhar o ritmo ágil do desenvolvimento. Ferramentas como GitHub Actions, Semgrep, Bandit e ZAP CLI estão se tornando parte essencial das esteiras CI/CD. Mas, em meio a tanto alto nível, uma linguagem de baixo nível ainda resiste e continua essencial em áreas específicas da segurança: Assembly.

    Esse artigo vai conectar os dois mundos: como os testes automatizados podem e devem considerar ameaças que nascem bem antes da aplicação ser compilada — lá no nível das instruções Assembly.

    Por que Assembly ainda importa?

    Apesar de parecer uma linguagem do passado, Assembly continua sendo uma das ferramentas mais importantes quando o assunto é engenharia reversa, exploração de binários e análise de malware. Ferramentas como o Ghidra, IDA Pro e Radare2 são usadas diariamente por profissionais de segurança que precisam olhar para o que realmente está rodando na máquina.

    Imagine que uma pipeline automatizada detecte uma função perigosa em C. Isso é ótimo. Mas e se o código malicioso estiver embutido em um shellcode codificado dentro de um script ou binário? Nesse caso, os testes de segurança precisam ir além da superfície.

    Integração entre CI e análise em Assembly

    Você pode usar ferramentas automatizadas que detectam padrões perigosos no Assembly gerado por builds. Aqui estão alguns exemplos práticos:

    1. Automatizando com objdump e análise de shellcode

    Você pode criar um job no GitHub Actions que automaticamente:

    • Faz o build do binário (ex: C/C++)
    • Usa objdump para gerar Assembly
    • Analisa os padrões usando regex ou scripts Python
    • Envia alertas se detectar instruções como jmp esp, int 0x80, syscall, xor eax, eax — comuns em shellcodes e exploits
    objdump -d ./programa | grep -E "jmp|syscall|int 0x80"
    

    2. Automatizando análise de payloads em testes de segurança

    Durante os testes de fuzzing ou testes manuais automatizados com Selenium, qualquer payload suspeito capturado (como input que causa falhas) pode ser traduzido e interpretado em Assembly para análise via:

    • Capstone: biblioteca para disassemblar binários
    • Keystone: para montar payloads e testar injeções

    Testando Exploits de Verdade com Assembly

    Se você está testando uma API ou aplicação vulnerável (como no seu próprio lab CTF), nada impede que parte dos testes inclua execução controlada de payloads em Assembly.

    Exemplo: Um script Python automatizado pode:

    1. Injetar payload Assembly codificado em base64
    2. Decodificar, montar com Keystone
    3. Executar num ambiente isolado (Docker/sandbox)
    4. Verificar se ocorreu execução remota ou crash
    from keystone import *
    ks = Ks(KS_ARCH_X86, KS_MODE_32)
    encoding, _ = ks.asm("xor eax, eax; int 0x80")
    
    
    

    O Futuro: Segurança Shift-Left até o Assembly

    Enquanto o conceito de Shift-Left Security prega testes desde o começo do ciclo de vida, poucos vão tão fundo a ponto de considerar Assembly nos testes automatizados. Mas essa é justamente a lacuna onde muitos ataques se escondem: buffer overflows, ROP chains, shellcodes embarcados e binários maliciosos disfarçados.

    Ao integrar análise Assembly automatizada com seu pipeline CI/CD, você fortalece a segurança desde o primeiro byte até o deploy final.

    Conclusão

    Assembly não morreu. Ele está escondido nos bastidores dos exploits, rootkits, firmwares e binários obfuscados. Se você realmente leva a sério os testes de segurança, é hora de automatizar essa camada também.

    A junção entre testes automatizados e análise em Assembly é o que separa um QA comum de um QA Ofensivo de verdade.

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