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Matheus Santos06/09/2023 21:03
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Cibersegurança e Inteligência Artificial: Você sabe as consequências da revolução do futuro online?!

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    Aqui estamos nós, no coração da era digital, onde a conectividade reina e as ameaças cibernéticas são tão reais quanto qualquer outro perigo que enfrentamos. E nesse cenário, a IA é a heroína que veio para salvar o dia. Ela não usa uma capa, mas seus superpoderes estão revolucionando a cibersegurança de maneiras que nos primórdios da internet, só poderíamos sonhar.

    Neste artigo, vamos abordar um dos assuntos que mais estudo atualmente, o papel da inteligência artificial na cibersegurança moderna, explicando o que é, como funciona e quais são as suas principais aplicações e benefícios. Além disso, vamos discutir os desafios e as tendências dessa área, bem como as melhores práticas para garantir uma proteção adequada aos dados pessoais e corporativos.


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    O que é inteligência artificial?


    A inteligência artificial é um ramo da ciência da computação que se dedica a criar sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana, como reconhecimento de padrões, aprendizado, raciocínio, tomada de decisão e resolução de problemas. A inteligência artificial utiliza algoritmos de aprendizado de máquina (o que chamamos de machine learning) e redes neurais profundas (deep learning) para processar grandes quantidades de dados e extrair ideias valiosas para a tomada de ações.

    A inteligência artificial pode ser classificada em três tipos principais:


    • ANI - Artificial Narrow Intelligence ou Inteligência artificial fraca/”estreita”: é aquela que se limita a executar tarefas específicas e pré-definidas, sem compreender o contexto ou o significado dos dados. Por exemplo, pense em um assistente virtual de seu banco ou hospital que responde a perguntas simples ou um sistema de reconhecimento facial que identifica rostos em imagens.
    • AGI - Artificial General Intelligence ou Inteligência artificial forte ou “geral”: é aquela que seria capaz de realizar qualquer tarefa intelectual que um ser humano pode fazer, compreendendo o contexto e o significado dos dados, bem como aprendendo com a experiência e o feedback. Por exemplo, um robô que pudesse conversar naturalmente com as pessoas ou um sistema que pudesse criar obras de arte originais.
    • ASI - Artificial Superintelligence ou Inteligência artificial “Superinteligente”: é aquela que seria capaz de superar a inteligência humana em todos os aspectos, incluindo criatividade, raciocínio, emoção e consciência. Por exemplo, uma entidade que pudesse controlar todos os sistemas tecnológicos do mundo ou que pudesse resolver problemas complexos que os humanos não conseguem.


    Atualmente, os sistemas de inteligência artificial se enquadram na categoria de inteligência artificial fraca ou estreita, sendo capazes de realizar tarefas específicas com alto grau de precisão e velocidade, como por exemplo, nosso querido ChatGPT, que segue uma série de instruções baseado em uma quantidade massiva de pré-treinamento em sua programação. No entanto, há pesquisas e projetos em andamento para desenvolver sistemas de inteligência artificial forte ou geral, bem como para explorar os potenciais riscos e benefícios da inteligência artificial superinteligente. Já pensou que revolução seria um sistema realmente capaz de ultrapassar a inteligência humana?!

    O que é a cibersegurança?


    A cibersegurança é o conjunto de medidas e práticas destinadas a proteger os dados e os sistemas contra ataques cibernéticos, que são tentativas maliciosas de acessar, alterar, destruir ou roubar informações confidenciais e sigilosas. Os ataques cibernéticos podem ter diversos objetivos e motivações, como espionagem, sabotagem, extorsão, vandalismo ou terrorismo. Por isso, atitudes de cibersegurança podem ir desde possuir senhas diferentes para diferentes sites até baixar um programa para proteção de invasões (como o anti vírus) e malwares(aplicações estranhas com intenção de prejudicar o sistema). 

    Os ataques cibernéticos podem ser realizados por diferentes agentes, como hackers individuais ou coletivos, criminosos organizados, grupos terroristas ou até mesmo governos. Alguns dos tipos mais comuns de ataques cibernéticos são:


    • Ransomware: é um tipo de malware que criptografa os dados do sistema infectado e exige um resgate para liberá-los, fazendo assim, o próprio usuário perder controle de seu sistema.
    • Phishing: é um tipo de fraude que usa mensagens falsas para enganar os usuários e induzi-los a fornecer informações pessoais ou financeiras. Esse tipo de ataque talvez tenha sido o mais visto no começo da internet, onde as pessoas caíam nos famosos “clique aqui e baixe imagens de gatinhos fofos”, assim, o arquivo vinha contaminado com algum tipo de malware, atualmente, pode-se exemplificar os golpes de banco pelo WhatsApp. 
    • Spoofing: é um tipo de falsificação que usa endereços IP, DNS ou e-mails adulterados para se passar por uma fonte confiável e obter acesso a dados ou sistemas.
    • Man-in-the-middle: é um tipo de interceptação que ocorre quando um invasor se insere entre a comunicação de um cliente e um servidor, podendo modificar, bloquear ou roubar os dados transmitidos. Geralmente, o invasor já espera o diálogo estar acontecendo entre os dois para realizar o ataque, podendo assim, saber melhor o como se comportar na conversa
    • DoS (Denial of Service) e DDoS (Distributed Denial of Service): são tipos de ataques que visam sobrecarregar os recursos de um sistema ou rede, impedindo o seu funcionamento normal. Geralmente, tem-se a intenção de derrubar o sistema de forma “legal”(como por exemplo enviando muitas solicitações de funções existentes no próprio site) para realizar um ataque maior com outras ferramentas
    • Backdoor: é um tipo de acesso clandestino que permite ao invasor controlar remotamente o sistema infectado, sem o conhecimento do usuário ou do administrador.
    • SQL Injection: é um tipo de injeção de código que explora uma falha na validação de entrada de dados em um banco de dados do sistema, permitindo ao invasor executar comandos maliciosos na plataforma.


    Assim, é importante ressaltar a revolução que o uso de IA’s traz à cibersegurança, visto que as inteligências artificiais podem ser usadas tanto para prevenir quanto para realizar ataques cibernéticos, dependendo da intenção e da capacidade do agente. Por um lado, os invasores podem usar a inteligência artificial para automatizar, otimizar e diversificar os seus ataques, tornando-os mais rápidos, eficientes e difíceis de detectar. Por outro lado, os defensores podem usar a inteligência artificial para monitorar, analisar e responder aos ataques, tornando-os mais lentos, ineficazes e fáceis de neutralizar. É quase épico pensar como se fosse uma guerra de robôs! onde quem possui maior conhecimento sobre como manejar o seu vence.


    Mas afinal, como funciona a IA na cibersegurança?


    A inteligência artificial na cibersegurança funciona por meio da coleta, do processamento e da análise de dados relacionados às atividades e aos eventos que ocorrem nos sistemas e nas redes. A partir desses dados, a inteligência artificial pode identificar padrões, anomalias, tendências e ameaças, bem como gerar alertas, recomendações e ações para mitigar os riscos e os danos.

    A inteligência artificial na cibersegurança pode ser aplicada em diferentes níveis e etapas do processo de proteção dos dados e dos sistemas, desde a prevenção até a recuperação. Algumas das principais aplicações da inteligência artificial na cibersegurança são:

    • Análise de vulnerabilidades: consiste em usar a inteligência artificial para avaliar o nível de segurança dos sistemas e das redes, identificando possíveis falhas ou brechas que possam ser exploradas pelos invasores. Isso para um profissional de cibersegurança é uma verdadeira mão na roda, visto que identificar quais são as vulnerabilidades de um sistema é a base do processo tanto de invasão quanto de proteção desse.
    • Análise comportamental: consiste em usar a inteligência artificial para monitorar o comportamento dos usuários, dos dispositivos e dos aplicativos nos sistemas e nas redes, detectando possíveis desvios ou anomalias que indiquem uma tentativa de ataque.
    • Análise preditiva: consiste em usar a inteligência artificial para prever possíveis cenários ou eventos futuros relacionados à cibersegurança daquele sistema, com base nos dados históricos e nas tendências atuais.
    • Análise forense: consiste em usar a inteligência artificial para investigar as causas, as consequências e os responsáveis por um ataque cibernético, coletando e analisando evidências digitais.
    • Resposta automatizada: consiste em usar a inteligência artificial para executar ações automáticas ou semiautomáticas em resposta a um ataque cibernético, como bloquear o acesso, isolar o sistema, restaurar os dados ou notificar as autoridades, sem ter que pensar e digitar em comandos, apenas seguindo instruções.



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    Quais são os benefícios da inteligência artificial na cibersegurança?


    A inteligência artificial na cibersegurança oferece diversos benefícios para as empresas e organizações que lidam com dados sensíveis ou críticos. Evidenciando ainda mais a sua participação na revolução geral. Alguns dos principais benefícios são:

    • Aumento da eficiência: a inteligência artificial permite realizar tarefas de cibersegurança com maior rapidez, precisão e qualidade, visto que reduz erros humanos e aumenta a produtividade.
    • Aumento da eficácia: a inteligência artificial permite enfrentar ameaças mais complexas e sofisticadas, adaptando-se às mudanças no cenário cibernético e oferecendo soluções personalizadas.
    • Aumento da economia: a inteligência artificial permite reduzir custos operacionais e evitar perdas financeiras decorrentes de ataques cibernéticos, otimizando recursos e minimizando danos.
    • Aumento da confiança: a inteligência artificial permite fortalecer a reputação e a credibilidade das empresas e organizações perante seus clientes, parceiros e fornecedores, visto que garante maior proteção dos seus dados e dos seus sistemas.

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    Quais são os desafios da inteligência artificial na cibersegurança?


    Apesar de parecer mágica a revolução na cibersegurança proporcionada pela inteligência artificial, tal temática também apresenta alguns desafios e limitações que devem ser considerados e superados. Alguns dos principais desafios são:

    • Ética e privacidade: a IA na cibersegurança envolve o tratamento de dados pessoais e sensíveis, que devem ser respeitados e protegidos de acordo com as normas e os princípios éticos e legais. Isso significa que os sistemas de IA devem respeitar a autonomia, a liberdade e a privacidade das pessoas, bem como informar claramente sobre os seus objetivos, métodos e consequências. Essa parte pode ser perigosa porque se os sistemas de IA não seguirem esses princípios, eles podem causar danos morais, psicológicos ou materiais aos indivíduos ou à sociedade, como discriminação, manipulação ou exposição indevida.
    • Segurança e confiabilidade: a inteligência artificial na cibersegurança depende da qualidade e da integridade dos dados e dos algoritmos, que podem ser comprometidos por erros, falhas ou ataques. Isso significa que os sistemas de IA devem garantir que os dados sejam precisos, completos, atualizados e representativos. Além disso, os sistemas de IA devem garantir que os algoritmos sejam robustos, consistentes e corrigíveis, devendo ser capaz de justificar suas decisões e ações, garantindo a confiança e a credibilidade dos usuários e dos administradores. Essa parte pode ser perigosa porque se os sistemas de IA não seguirem esses critérios, eles podem causar danos técnicos, operacionais ou estratégicos aos sistemas ou às redes, como erros, falhas, vulnerabilidades ou ataques.
    • Regulação e governança: as inteligências artificiais na cibersegurança necessitam de uma regulação e governança adequadas, que definam as regras, as responsabilidades e as sanções para o uso e o desenvolvimento dessa tecnologia. Isso significa que os sistemas de IA devem cumprir as leis e as normas vigentes em cada país ou região onde são aplicados ou afetam. Além disso, os sistemas de IA devem estar sujeitos à supervisão e à fiscalização de autoridades competentes ou independentes. Essa parte pode ser perigosa porque se os sistemas de IA não seguirem essas diretrizes, eles podem causar danos legais, econômicos ou sociais às empresas ou às organizações, como multas, perdas ou sanções.


    Quais são as tendências da inteligência artificial para revolucionar a cibersegurança?


    A inteligência artificial na cibersegurança é uma área em constante evolução e inovação, que acompanha as mudanças no cenário tecnológico e cibernético. Portanto, algumas das principais tendências da inteligência artificial na cibersegurança são:

    • Inteligência artificial adversarial: é o uso da inteligência artificial para criar ou combater ataques cibernéticos que enganam ou manipulam outros sistemas de inteligência artificial. Por exemplo, criar imagens ou áudios falsos que induzam o reconhecimento facial ou de voz a cometer erros bem como criar defesas que detectem e corrijam essas falsificações.
    • Inteligência artificial híbrida: é a combinação da inteligência artificial com outras tecnologias emergentes, como blockchain, internet das coisas, computação quântica ou biometria, para criar soluções integradas e robustas de cibersegurança. Por exemplo, usar a aplicação blockchain para garantir a rastreabilidade e a imutabilidade dos dados ou usar biometria para autenticar os usuários.
    • Inteligência artificial colaborativa: usar da inteligência artificial para facilitar a cooperação e a coordenação entre diferentes agentes envolvidos na cibersegurança, como usuários, administradores, organizações ou governos. Por exemplo, usar plataformas de compartilhamento de informações ou de tomada de decisão coletiva para resposta/tomada de decisões aos ataques cibernéticos.


    Quais são as melhores práticas para usar a inteligência artificial na cibersegurança?


    A inteligência artificial na cibersegurança é uma ferramenta poderosa, útil e revolucionária, mas que também requer cuidados e precauções para ser usada de forma adequada e segura. Algumas das melhores práticas para usar a inteligência artificial na cibersegurança são:

    • Conhecer os riscos e as oportunidades: assim como todo sistema, é essencial estar ciente dos riscos e das oportunidades que a inteligência artificial na cibersegurança oferece. Pois assim, é possível escolher a melhor solução para cada situação e objetivo.
    • Definir os objetivos e as métricas: também é importante definir os objetivos e as métricas que se quer alcançar com o uso da inteligência artificial na cibersegurança, bem como os critérios de avaliação e de melhoria contínua. Assim, é possível monitorar o desempenho e o impacto da solução escolhida.
    • Garantir a qualidade dos dados: é importante garantir que os dados usados pela inteligência artificial na cibersegurança sejam confiáveis, completos, atualizados e representativos. Assim, é possível evitar vieses, distorções ou erros que possam comprometer a eficiência e a eficácia da solução.
    • Proteger os algoritmos: é importante proteger os algoritmos usados pela inteligência artificial na cibersegurança de possíveis ataques, adulterações ou acessos não autorizados. Assim, é possível preservar a integridade, a confidencialidade e a disponibilidade da solução.
    • Capacitar os usuários: é importante capacitar os usuários que interagem com a inteligência artificial na cibersegurança, fornecendo informações, orientações e treinamentos adequados. Assim, é possível aumentar a conscientização, a confiança e a responsabilidade dos usuários em relação à solução.


    Conclusão

    Assim, vimos que a inteligência artificial na cibersegurança é uma realidade cada vez mais presente e relevante no mundo digital, que traz benefícios e desafios para as empresas e organizações que lidam com dados e sistemas. A inteligência artificial na cibersegurança oferece soluções inovadoras e eficientes para a prevenção, a detecção e a resposta aos ataques cibernéticos, mas também requer cuidados e precauções para ser usada de forma adequada e segura. A inteligência artificial na cibersegurança é uma área em constante evolução e inovação, que acompanha as mudanças no cenário tecnológico e cibernético, apresentando novas tendências e oportunidades. A inteligência artificial na cibersegurança é uma ferramenta poderosa e útil, mas que também depende da colaboração e da coordenação entre os diferentes agentes envolvidos na proteção dos dados e dos sistemas.


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    Referências


    -Russell, S. J., & Norvig, P. (2016). Inteligência Artificial: Tradução da 3ª edição. Pearson Brasil.

    -CNN Brasil. 2023. Cibersegurança: o avanço da inteligência artificial e porque a escassez de profissionais coloca em risco a segurança das empresas. CNN Brasil.https://www.cnnbrasil.com.br/forum-opiniao/ciberseguranca-o-avanco-da-inteligencia-artificial-e-porque-a-escassez-de-profissionais-coloca-em-risco-a-seguranca-das-empresas/

    -Fraga, Bruno. (2019). Técnicas de Invasão. Editora Labrador. 


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