Clean Code: porque bons programadores escrevem código para pessoas, não para máquinas
🎯 Você já abriu um código e pensou: "Quem foi o psicopata que escreveu isso?"
Plot twist: provavelmente foi você mesmo, há 6 meses atrás.
Essa foi minha maior revelação ao concluir o curso "Introdução a Clean Code" no bootcamp TQI – Modernização com GenAI pela DIO. Não foi apenas uma revisão técnica, foi um despertar sobre o verdadeiro papel de quem programa: escrever código que outros seres humanos possam ler, entender e evoluir.
Existe uma frase clássica no mundo dev que resume perfeitamente o caos que muitos de nós já vivemos: "Quando eu escrevi este código, apenas Deus e eu sabíamos como ele funcionava. Agora, apenas Deus sabe!"
Se você riu (ou chorou), é porque já esteve lá. E é exatamente contra isso que o Clean Code existe.
📖 Afinal, o que diabos é Clean Code?
Clean Code não é frescura de perfeccionista. É sobrevivência profissional.
O conceito foi popularizado por Robert C. Martin (Uncle Bob) e pode ser resumido assim: Um código limpo é aquele que qualquer desenvolvedor consegue ler, entender e modificar sem precisar de um mapa do tesouro e três cafés duplos.

E aqui vai um dado que mudou minha perspectiva: desenvolvedores gastam 70% do tempo LENDO código e apenas 30% escrevendo.
Deixa isso afundar.
Isso significa que investir em código legível não é perfumaria, é estratégia de produtividade. É reduzir bugs. É poupar horas de debug. É ter sanidade mental em sprints apertadas.
💀 O Antes e Depois: Código Ruim vs. Código Limpo
Sabe aquele código que parece ter sido escrito por um robô com pressa? Olha só:
❌ Código Ruim (JavaScript):
function d(a,b,c){let x=a*b/100;return c?x-(x*c/100):x;}
let r=d(200,15,10);
console.log(r);
Problemas:
- Nomes de variáveis que não dizem NADA
- Impossível saber o que essa função faz sem executar
- Manutenção? Boa sorte.
✅ Código Limpo (JavaScript):
function calcularDesconto(valorProduto, percentualDesconto, impostoOpcional) {
const valorComDesconto = valorProduto * (percentualDesconto / 100);
return impostoOpcional
? valorComDesconto - (valorComDesconto * impostoOpcional / 100)
: valorComDesconto;
}
const resultado = calcularDesconto(200, 15, 10);
console.log(resultado);
O que mudou:
- Nomes que revelam intenção
- Qualquer pessoa lê e entende o propósito
- Fácil de testar, debugar e evoluir
- Menos "ruído cognitivo": o cérebro agradece
A diferença? O primeiro é código para máquinas. O segundo é código para pessoas.
🛠️ As 5 regras de ouro do Clean Code (que aprendi na prática)
Durante o bootcamp, revisitei princípios fundamentais através do material do instrutor Felipe Aguiar. Aqui estão os 5 mandamentos que mudaram minha forma de codar:
1. Nomes são documentação viva
- Não use
x,temp,aux. - Use
quantidadeProdutos,usuarioAtivo,resultadoBusca.
2. Funções pequenas fazem uma coisa (e fazem bem)
- Se sua função tem mais de 20 linhas, provavelmente está fazendo coisa demais.
3. Comentários são admissão de derrota
- Se você precisa comentar "o que" o código faz, ele não está claro o suficiente.
- Comente apenas o "porquê" quando necessário.
4. DRY: Don't Repeat Yourself
- Copy-paste é o inimigo.
- Duplicação é dívida técnica agendada.
5. Refatore constantemente
- Código não é escultura em mármore.
- É argila. Molde, ajuste, melhore sempre.
🧠 A verdade inconveniente sobre legibilidade
Aqui vai uma reflexão que me pegou de jeito: Escrever código é um ato de comunicação.
Não é só você conversando com a máquina. É você conversando com:
- O colega que vai revisar seu PR
- O dev que vai dar manutenção daqui 2 anos
- Você mesmo, quando voltar nesse código depois de 6 meses
E se o código não "fala" claramente, você está criando atrito, bugs e frustração.
Como disse Martin Fowler: "Qualquer idiota é capaz de escrever código que um computador possa entender. Bons programadores escrevem código que seres humanos podem entender."
Isso não é sobre ser um "programador bonitinho". É sobre ser um profissional que entrega valor sustentável.
🎓 Meu aprendizado no bootcamp TQI
O curso "Introdução a Clean Code" não me ensinou sintaxe nova ou frameworks da moda. Ele me lembrou de algo mais importante:
Tecnologia muda. Linguagens evoluem. Mas código legível é atemporal.
Seja você iniciante aprendendo seus primeiros loops, ou veterano arquitetando microsserviços, o Clean Code é a base que separa código "que funciona" de código "que escala, se mantém e sobrevive".
E o melhor: não é sobre seguir regras cegamente. É sobre desenvolver sensibilidade para clareza. É treinar o olhar para perceber quando o código está gritando por refatoração.
✨ Para levar com você
Se tem uma coisa que quero que você leve deste artigo é: Clean Code não é luxo. É responsabilidade.
Cada função bem nomeada, cada responsabilidade bem separada, cada linha desnecessária removida, tudo isso é um presente para quem vai trabalhar com aquele código depois.
E acredite: esse "alguém" provavelmente será você.
Então da próxima vez que for commitar, pause por um segundo e pergunte: "Se eu abrir isso daqui 6 meses, vou me agradecer ou me xingar?"
A resposta vai te dizer tudo.
🔗 Quer se aprofundar?
- 📚 Livro: Clean Code — Robert C. Martin
- 💻 Bootcamp: TQI – Modernização com GenAI na DIO
E você, como está a legibilidade do seu código? Já passou pela experiência de não entender o próprio código depois de um tempo? Compartilha nos comentários! 👇



