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Isabela Silva
Isabela Silva27/09/2025 23:30
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COBOL, Fortran e Outros “Mainstreams Ocultos” — Por Que Eles Ainda Importam em 2025

    Quando alguém fala em programação moderna, pensamos em Python, Java, Go, Rust, Node.js. Mas a realidade é que muito do mundo ainda roda em linguagens criadas nos anos 50 e 60, como COBOL e Fortran.

    🔹 O “Mainstream Invisível”

    Apesar de parecerem antiquadas, essas linguagens não morreram. Pelo contrário:

    • COBOL: estima-se que 70% das transações financeiras do mundo ainda passam por sistemas em COBOL. Bancos, cartões de crédito e previdência social dependem dele.
    • Fortran: continua sendo usado em ciência, cálculos matemáticos pesados, simulações de clima, física quântica e engenharia aeroespacial.
    • PL/SQL, RPG, Clipper: usados em sistemas internos de empresas de logística, indústria e comércio.

    Em resumo: essas linguagens são a espinha dorsal do mundo digital, mesmo que não estejam nos holofotes.

    🔹 Por Que Continuam Vivas?

    1. Estabilidade — rodando há décadas sem falhas críticas.
    2. Performance — especialmente Fortran em cálculos científicos.
    3. Custo de migração — reescrever milhões de linhas seria inviável.
    4. Conhecimento especializado — profissionais experientes nessas linguagens são raros e caros.

    🔹 O Impacto no Mercado de Trabalho

    Isso cria uma situação curiosa:

    • Jovens programadores não aprendem COBOL/Fortran nas faculdades.
    • Mas as empresas precisam desesperadamente de quem saiba dar manutenção.
    • Resultado: quem domina essas linguagens pode ganhar salários altíssimos.

    👉 Exemplo real: programadores COBOL no Brasil podem receber de R$ 15 mil a R$ 30 mil/mês em bancos e seguradoras.

    🔹 O Futuro: Convivência com o Moderno

    O que vem acontecendo é uma convivência híbrida:

    • O core em COBOL continua rodando.
    • APIs modernas em Java, Python ou Node.js servem de “ponte” para conectar com aplicações web e mobile.
    • Ferramentas de GenAI e low-code aceleram a tradução de partes críticas.

    🔹 Exemplo Didático

    Um código COBOL que gera relatórios de clientes:

    DISPLAY "RELATORIO DE CLIENTES"
    PERFORM VARYING I FROM 1 BY 1 UNTIL I > TOTAL-CLIENTES
     DISPLAY CLIENTE(I)
    END-PERFORM
    

    Pode ser traduzido em Python:

    print("RELATORIO DE CLIENTES")
    for cliente in clientes:
      print(cliente)
    

    O legado continua funcionando, mas a camada de apresentação pode ser modernizada em frameworks modernos, como Django ou Spring.

    🔹 Conclusão

    COBOL, Fortran e similares são o que chamo de “Mainstreams Ocultos” — não aparecem no hype do LinkedIn, mas sem eles, boa parte do mundo simplesmente para.

    O movimento atual é de respeitar o legado e modernizar aos poucos, usando GenAI como parceira nessa transição.

    www.linkedin.com/in/isabela-duarte-8775b7194

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    Comentários (3)
    DIO Community
    DIO Community - 29/09/2025 13:57

    Excelente, Isabela! Que artigo incrível e super completo sobre "COBOL, Fortran e Outros 'Mainstreams Ocultos'"! É fascinante ver como você aborda o tema, mostrando que a realidade é que muito do mundo ainda roda em linguagens criadas nos anos 50 e 60, que são a espinha dorsal do mundo digital, mesmo que não estejam nos holofotes.

    Você demonstrou que o COBOL e o Fortran continuam vivos devido à sua estabilidade, performance e ao custo inviável de migração. Sua análise de que a falta de programadores nessas linguagens cria uma situação curiosa (com salários altíssimos para quem domina COBOL e Fortran em bancos e seguradoras) é um insight valioso para a comunidade.

    Qual você diria que é o maior desafio para um desenvolvedor ao migrar um sistema de core banking para uma arquitetura cloud-native, em termos de segurança e de conformidade com as regulamentações, em vez de apenas focar em custos?

    Isabela Silva
    Isabela Silva - 29/09/2025 13:36

    Que incrível ouvir sua história!

    Realmente, Fortran tem um lugar especial no coração de quem começou a programar décadas atrás — e não é à toa que continua sendo referência em cálculos científicos e simulações complexas. É fascinante pensar que, mesmo com toda a modernidade das linguagens atuais, o legado dessas ferramentas continua essencial em instituições como a NASA e em universidades pelo mundo.

    Fernando Araujo
    Fernando Araujo - 29/09/2025 10:03

    Olá, Isabela! Esse é um assunto que ativa a minha memória afetiva por linguagens antigas.

    Eu sou um dinossauro convicto, pois aprendi a programar em 1980, com FORTRAN (não estruturado ainda) e perfurando cartões para um mainframe.

    Ainda acompanho as atualizações da linguagem e vejo que ela é usada em muitos lugares, principalmente institutos de pesquisa e universidades estrangeiras, incluindo a NASA.

    Tenho um carinho especial por fortran por ser a minha primeira linguagem e ainda acho que vou trabalhar com ela no futuro.

    O compilador fortran ainda é um dos mais precisos e, por isso, é muito usado em cálculos matemáticos e simulações científicas.