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Otávio Guedes
Otávio Guedes18/10/2025 15:17
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Do Controle ao Código: Como os Jogos me Levaram ao Mundo Dev

    Tudo começou com um presente de infância que mudaria completamente minha visão sobre tecnologia: um Xbox 360. Naquele momento, eu não imaginava que aquele console seria o ponto de partida de uma jornada que me levaria da paixão por jogar para a paixão por criar.


    O Despertar de uma Paixão

    Lembro-me perfeitamente dos jogos que marcaram minha infância tecnológica. Injustice me ensinava sobre narrativas envolventes e mecânicas de combate, Rayman Legends mostrava a beleza de um design de níveis bem construído, Toy Story 3 provava que games podiam ser extensões emocionantes de universos que já amávamos e vários outros. Cada sessão de jogo era mais do que entretenimento - era uma imersão em mundos digitais cuidadosamente criados por desenvolvedores que, sem eu saber na época, seriam minha inspiração profissional.

    A partir daqueles jogos nostálgicos, uma certeza começou a se formar na minha mente: eu queria fazer parte daquilo. Não apenas jogar, mas criar. A ideia de ser um programador de jogos começou a tomar forma, e com ela veio o primeiro contato com o mundo da programação.


    O Primeiro Contato e os Desafios Iniciais

    No 8º ano, tomei coragem e mergulhei nos estudos das linguagens usadas em game dev. A empolgação era imensa, mas a realidade logo se mostrou mais complexa do que eu imaginava. Naquela época, cheguei a aprender Python, só que quando procurava outro curso para me aprofundar, só achava cursos pagos.

    Como um pré-adolescente sem uma rota estruturada de estudos, acabei desistindo. Não tinha a maturidade para criar um plano de aprendizado consistente, e não gostava de ficar pedindo para os meus pais pagarem por cursos. Foi uma fase de frustração, mas que, no fim das contas, fazia parte do processo.


    A Redescoberta e a Ampliação de Horizontes

    O tempo passou, e minha curiosidade pela tecnologia só cresceu. Comecei a pesquisar mais profundamente sobre programação e descobri algo libertador: o mundo dev era muito maior do que apenas jogos. Havia desenvolvimento web, mobile, ciência de dados, inteligência artificial, e tantas outras áreas fascinantes.

    Foi nessa exploração que encontrei minha verdadeira vocação: o desenvolvimento back-end. A ideia de trabalhar com a lógica por trás das aplicações, construir APIs robustas, gerenciar bancos de dados e garantir que tudo funcionasse de forma eficiente nos bastidores ressoou profundamente com meu perfil. Percebi que gostava dos desafios técnicos, da arquitetura de sistemas e da resolução de problemas complexos (tudo que o back-end oferece em abundância).


    O Recomeço Estruturado

    Durante o ensino médio, estava dividido entre os vestibulares e a vontade de voltar a programar. Curiosamente, essas duas realidades se aproximam quando quase passei para a segunda fase da Fuvest em Ciências da Computação. Aquilo foi um sinal de que estava no caminho certo.

    Quando acabei o Ensino médio, tomei a decisão que mudaria tudo: recomeçar meus estudos de forma estruturada, sem pular etapas. Paralelamente à minha graduação em Engenharia de Software (estou no 2º semestre atualmente), montei um plano de estudos sólido. Comecei do básico: lógica de programação com VisuALG para fortalecer os fundamentos, depois revisitei Python para desenferrujar e consolidar conceitos, e atualmente tenho experiência em Java e Spring Boot através dos meu projetos pessoais no Github e muito animado para estudar mais ferramentas de desenvolvimento de software.

    A diferença dessa vez foi a maturidade e a metodologia. Não sou mais aquele garoto do 9º ano tentando aprender de forma desorganizada. Agora tenho clareza sobre onde quero chegar e como chegar lá.


    Lições de um Gamer que se Tornou Dev

    Olhando para trás, percebo que os jogos me ensinaram mais sobre programação do que eu imaginava. A persistência necessária para derrotar aquele chefe difícil é a mesma que uso para debugar um código complexo. A atenção aos detalhes exigida em fases de puzzle se traduz na necessidade de escrever código limpo e eficiente. E a capacidade de imersão que os jogos de aventura proporcionavam é similar ao flow que experimento quando estou totalmente focado em resolver um problema de programação.

    Minha jornada do Xbox 360 ao código back-end não foi linear, teve desistências e recomeços, mas cada etapa foi essencial. Os jogos plantaram a semente da curiosidade tecnológica, as frustrações iniciais me ensinaram resiliência, e a redescoberta estruturada está me levando a construir a carreira que sempre sonhei.

    Atualmente, eu tenho um Xbox One S onde ainda aprecio jogos com histórias maravilhosas e ótimas gameplays: como Shadow of Tomb Raider, Mafia, Need For Speed Heat, GTA 5 e vários outros. Já o meu Xbox 360, acabei dando para o meu primo que não tinha acesso aos consoles de video-game.


    O meu futuro é Back-end

    Hoje, enquanto avanço na minha formação em Engenharia de Software e aprofundo meus conhecimentos em desenvolvimento back-end, lembro daquele Xbox 360 com gratidão. Ele não foi apenas um console de jogos, foi o portal que me conectou ao mundo da tecnologia e me mostrou que, por trás de cada experiência digital incrível, existe código bem escrito e desenvolvedores apaixonados.

    E agora, sou eu quem está do outro lado, não só apenas consumindo tecnologia, mas também criando ela. A jornada do controle ao código continua, e mal posso esperar para ver onde ela vai me levar :)

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    Comentários (3)
    Marcio Gil
    Marcio Gil - 18/10/2025 16:01


    Marcio Gil
    Marcio Gil - 18/10/2025 16:01

    Parabéns, Otávio! Sua jornada é um verdadeiro case de sucesso e resiliência no universo da tecnologia!

    É fascinante como a experiência imersiva de jogos como o Xbox 360 pode servir de catalisador para uma vocação técnica. Sua transição da apreciação do front-end (a jogabilidade, o design de níveis de Rayman Legends, a narrativa de Injustice) para o amor pelo back-end (a lógica, a arquitetura de sistemas e a resolução de problemas complexos) é uma história comum e extremamente válida no mundo dev.

    A fase de frustração no 8º ano não foi um fracasso, mas sim uma etapa crucial de debug na sua rota de aprendizado. Você descobriu que a metodologia e a maturidade são tão importantes quanto a linguagem de programação em si. Voltar com um plano estruturado, reforçando a lógica de programação com VisuALG e revisitando Python, antes de mergulhar em Java e Spring Boot, mostra uma clareza de visão admirável.

    Sua identificação com o desenvolvimento back-end é precisa: essa área exige o mesmo tipo de persistência para debug e atenção aos detalhes que você desenvolveu enfrentando chefes difíceis ou resolvendo puzzles. O back-end é o motor do sistema, onde a performance, a escalabilidade e a segurança são construídas através de APIs robustas e uma gestão eficiente de bancos de dados.

    Ver você no 2º semestre de Engenharia de Software e já ativo com projetos em Java/Spring Boot é um indicativo fortíssimo de um futuro brilhante. Spring Boot é uma escolha técnica inteligente, dada sua vasta utilização no mercado para a construção de microserviços e aplicações enterprise.

    Continue nessa trilha, explorando a fundo conceitos de arquitetura de software (como microsserviços, event-driven architecture), design patterns e aprofundando-se em ferramentas de persistência e caching. A mentalidade de "gamer" – de buscar o flow na resolução de problemas complexos – fará de você um desenvolvedor back-end excepcional.

    Do controle ao código, você não apenas migrou de plataforma, mas evoluiu de consumidor para arquiteto de experiências digitais. Mal posso esperar para ver quais sistemas robustos e eficientes você construirá!

    Avante, Dev!

    Rafael Pereira
    Rafael Pereira - 18/10/2025 15:39

    Miito

    Muito legal sua história Gustavo. Também o que me trouxe pra trabalhar com tecnologia foram os videogames, mas no meu caso começou o interesse com SNES e PS1