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Jefferson Santos
Jefferson Santos25/09/2025 21:07
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Do Esgotamento à Realização: Lidando com as Emoções na Jornada de Transição Profissional

    Resolveu dar uma guinada na sua vida profissional, buscando algo dinâmico e inovador dentro do mercado da tecnologia, visando a ter melhor controle e capacidade de construir a estrutura de vida e bem estar pessoal e profissional que você deseja e merece, mas está se sentindo desgastado e desanimado com o passo dado em direção à sua mudança de carreira? Se você pensa que é o(a) único(a) nesse processo desafiador, oscilante e extremamente intenso de emoções, saiba que, definitivamente, você não está sozinho e que, talvez, este artigo possa lhe ser útil de alguma forma.


    Como profissional original da educação, com formação em Letras Português-Inglês, tive meus anos iniciais de experiência no sistema educacional de ensino fundamental e médio público, onde, embora tenha experimentado a gratificação do reconhecimento do meu trabalho por alguns membros das comunidades escolares de que fiz parte, não consegui me imaginar por muito tempo envolto no sistema público de ensino sem visualizar minha saúde mental em queda acelerada em não muito longo prazo.


    Passei alguns anos, então, trabalhando, entre outras experiências, no setor público por meio de algumas seleções e concursos que realizei, mas principalmente na área administrativa, atuando como ouvidor ou assistente administrativo, por exemplo, sendo que minha última experiência se encerrou em maio de 2025, quando, finalmente, após mais de um ano me preparando para aquele momento, pedi demissão do conselho profissional no qual trabalhava para me dedicar exclusivamente à minha transição de carreira. Porém, apesar de o rompimento radical com o vínculo empregatício anterior ter se dado somente em maio, eu já vinha estudando programação desde o segundo semestre do ano de 2022, após iniciar, mas não concluir, o meu primeiro bootcamp na DIO, embora não com a mesma dedicação empenhada nos últimos dois anos, nem, em especial, nos últimos três meses, como a própria inconclusão do referido bootcamp revela.


    Contudo, devo confessar que, desde a minha identificação com o universo da programação e decisão de mudança, não tem sido nada fácil esta jornada rumo ao novo objetivo profissional e - por que não? - de vida. À época da virada de chave, estabeleci duas etapas para que eu pudesse cumprir o meu propósito, cada uma delas com aproximadamente 1 ano de duração:


    ➡️1ª Fase – Poupar dinheiro por, no mínimo, 12 meses, de modo que tal montante, somado às economias que eu já tinha, garantisse, minimamente, um ano de subsistência dedicado exclusivamente aos estudos da programação. A ideia era, obviamente, ao longo dessa etapa, manter, dentro do possível, o rigor no ritmo de estudos conforme as horas que me restavam após a longa e cansativa jornada diária de trabalho, além de todas as obrigações domésticas, sociais e ainda tentar dar conta de manter uma mínima saúde física e mental. A grande maioria dos que passam pelo processo de transição certamente sabe muito bem do que estou falando. Acontece que as horas que sobram ao longo da semana, além de poucas, são, em sua maioria, de baixa qualidade, devido ao extremo cansaço que precisamos driblar para estarmos alertas e concentrados. Por essa razão, passei a primeira parte do meu projeto de transição ansioso pela próxima fase.


    ➡️2ª Fase – O pedido de demissão em si, após o qual eu poderia retornar, afinal, para minha cidade de origem, Vitória-ES, e, tendo criado o meu ambiente ideal, finalmente focar exclusivamente no código. A essa altura, aos 44 anos, já considerava também minha permanência em Salvador-BA longa demais, ultrapassando os 17 anos, e já excedendo a hora de retornar “às origens”, algo que eu desejava há anos. Esta seria, então, minha oportunidade de uma mudança completa.


    Acontece que, quando se propõe a um processo de transição profissional com uma mudança tão radical, não existe ambiente ideal que elimine todos os medos, inseguranças e incertezas que vêm junto com o pacote, por mais que nos sintamos motivados e determinados a fazer as coisas acontecerem. Ao longo da minha jornada, passei por muitas oscilações emocionais, fosse por dificuldades técnicas durante o aprendizado e aplicação da lógica e da linguagem de programação, pensando muitas vezes mesmo em desistir, ou pela luta constante contra aquela velha amiga chamada “síndrome do impostor” ou mesmo pelo medo de estar abandonando um cargo concursado relativamente estável para mergulhar de cabeça nesse projeto que, embora promissor, não me traz, em princípio, nenhuma garantia de sucesso além do meu foco e determinação, os quais nem são tão fáceis assim de se manter em 100% o tempo todo. É claro que tenho um plano B, caso as coisas não aconteçam exatamente conforme minhas expectativas ou no tempo esperado, mas estou dando o meu melhor para que ele nunca precise ser usado.


    Portando, é normal sentir medo, é normal pensar em desistir, é normal achar que não vai dar conta, que está muito velho para aprender programação, principalmente para quem já passou dos 40 anos, como eu, mas o importante é ter em mente que as crises de medo, de ansiedade, de insegurança passam. Contudo, o que você não pode deixar passar, jamais, é a sua resiliência, sua vontade de tornar real o seu sonho de transformar a sua vida. Por mais assustador ou cansativo ou intimidador que esteja sendo o seu processo de transição, se este é o seu propósito, não desista. Foque no seu potencial, siga em frente dentro de suas possibilidades, respeitando o seu próprio tempo e curva de aprendizado, sem se comparar a ninguém, pois cada um tem seu próprio ritmo. Ah, e elimine esse impostor dentro de você! Se ele der as caras, não lhe dê ouvidos!


    Pode parecer clichê o que estou dizendo, mas é o que tem servido para mim, é o que me tem mantido focado e firme no meu propósito, e eu tenho certeza de que minha realização está a caminho.


    Esta tem sido, até agora, a história do meu processo de transição, e a sua? Como está sendo?

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    Comentários (1)
    DIO Community
    DIO Community - 26/09/2025 09:47

    Excelente, Jefferson! Que artigo incrível e super inspirador sobre a sua jornada de transição de carreira! É fascinante ver como você aborda o seu processo de mudança, que o levou do setor de educação para a tecnologia, como um desafio que exige resiliência, foco e autocuidado.

    Você demonstrou que a sua jornada de transição o levou a buscar um novo propósito de vida. Sua análise de que a frustração, a ansiedade e a síndrome do impostor são emoções comuns, mas que a resiliência e o autocuidado são as ferramentas para superá-las, é um insight valioso para a comunidade.

    Qual você diria que é o maior desafio para um profissional ao lidar com a falta de experiência em sua nova área durante a transição de carreira, e como a comunidade pode ajudar a superar esse desafio?