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Denise Mafra
Denise Mafra10/03/2025 15:36
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Educação e Tecnologia: como os profissionais de ensino podem transformar a sala de aula

    Pensa que é fácil ser sex...

    Nunca se fez essa pergunta? Pois deveria, visto que segundo o IDH nossa expectativa de vida vem em um crescente.

    Ah? O que tem uma coisa a ver com a outra?

    Vou repetir minha questão, agora completa: pensa que é fácil ser sexagenária?

    Acho que começa a fazer sentido a questão com que iniciei este artigo cuja proposta é pensar nesse mundo pós-moderno e a razão etarista que insiste em crescer e se fazer presente em nossa sociedade. Quero fazer desse texto um testemunho de quem não se deixou levar pelo papo sobre idade e perdas, mas sim sobre idade e integração na sociedade.

    Para tentar justificar minha pergunta, segue uma breve tentativa.

    Acabei de completar sessenta anos em janeiro último, mais precisamente no dia oito. E ninguém atinge essa idade impunemente! Explico!

    Sou professora aposentada da Educação Básica e em ação na Educação Superior. Me formei em História e Ciências Sociais nos idos 1988 em Lorena, interior de São Paulo e, imediatamente, fui para a cidade de São Paulo buscar emprego.

    À medida que o tempo foi passando estudei pedagogia, fiz um MBA em gestão escolar e também um mestrado em educação. Me aposentei na Educação Básica há cerca de três anos e isso gerou uma necessidade de me encaixar novamente no mercado, mas eu não queria necessariamente voltar para sala de aula.

    Voltemos a um tempo anterior à minha formação universitária.

    Na verdade, adquiri meu primeiro “pc” em 1998, ou seja, doze anos após minha formação no ensino superior e quinze após o Ensino Médio, com medo terrível dessa nova aprendizagem e, mesmo assim, insisti e fui me superando e buscando melhorar nessa prática.

    Busquei cursos online para formação continuada como professora. Sempre defendi e, defendo, esse compromisso para todas as profissões, o que dirá para os profissionais da educação.

    A tecnologia, portanto, foi entrando em minha vida para transformar ainda mais a maneira como eu enxergava a educação. E ouvi tanto dos meus contemporâneos que estávamos ultrapassados para tudo isso e que seríamos descartados pela tecnologia da informação.

    Mas, na verdade, confesso que fui me sentindo mais jovem ao me permitir novas oportunidades de aprender e crescer. Participei com alguns projetos pedagógicos em congressos internacionais desenvolvidos com auxílio da tecnologia e meu objetivo sempre foi provocar e auxiliar outros professores para que desenvolvessem esse olhar também, porque a escola precisa instigar o aluno, precisa unir aquilo que nós temos como conhecimento já sedimentado e somar aos novos conhecimentos construídos cotidianamente.

    E sempre minhas participações vinham acompanhadas de um coro, dentro da escola pública da qual fazia parte, de um coro de: por que, para que etc. No contexto de um quadro mais de sessenta professores eu era a única que se aventurava enquanto seguiam as profecias de que a era da informação seria a derrocada do papel do professor.

    Destaco para tentar ilustrar o que afirmo, por exemplo, a preocupação atual com as ferramentas de inteligência artificial que estabeleceram uma nova relação com o “conhecimento”. Defendia e defendo com a alma que, cabe ao professor orientar essa caminhada, devemos “tomar conta” do processo do uso de toda e qualquer ferramenta, nos apropriarmos, nos apossarmos do que vem disposto no formato de novidade, do novo, porque cabe ao professor (citando a categoria a qual pertenço) assumir seu papel no mapeamento da construção do conhecimento.

    Ao professor, seja em que período da História humana for, caberá o papel de observador da individualidade de seu educando, a interação humana não será substituída na articulação do conhecimento, pois quem observará os estágios de desenvolvimento cognitivo, emocional e físico dele?

    O professor tem esse papel de mediador, de ponte entre o velho e o novo, visto que velho não pode ser sinônimo de ruim, assim como novo não pode ser somente sinônimo de bom. É no encontro desses dois que nós poderemos provocar a mudança. E, ela tem que atingir toda a sociedade.

    Nós nos educamos em comunhão como disse Paulo Freire. E para além disso nos educamos porque queremos manter a vida na terra. E será pela aprendizagem e pela troca das aprendizagens. Será pela troca de experiências que nós vamos poder fazer com que a vida e o mundo evoluam. A evolução virá a partir do conhecimento que adquirido é traduzido nas ações cotidianas do ser humano.

    Particularmente, pretendo seguir driblando o etarismo e me mantendo firme no propósito de me reconhecer como provocadora de mudanças e não vítima delas. Explico: não me permiti limitar por estereótipos, escolhi a aprendizagem contínua e a adaptação defendendo que a experiência e conhecimentos acumulados são valiosos não só no mundo da tecnologia, mas no cotidiano que nos cerca.

    E você, professor e professora (ou não) que me lê: Qual seu papel nesse mundo? Sua práxis deve ter como objetivo a transformação. Pense nisso, faça acontecer! Quem está te provocando é uma sexagenária que se orgulha dos cabelos brancos e de cada ruga, pois neles estão impressos minha trajetória, meu percurso de insistência, persistência e resistência. 

    Retornando à provocação inicial quero desafiar uma visita ao seu percurso educacional para que perceba que você é um cidadão de seu tempo, com os desafios que nele acontecem. Somos frutos de nosso tempo, amadurecemos, sem apodrecer (por favor), quando nos compreendemos como aqueles que moldam as transformações.

    Portanto, consolide suas habilidades de autogestão, pensamento crítico e de resolução de problemas, além da resiliência, liderança e o traquejo social. São legados que precisam ser transmitidos para as novas gerações.

    Sempre é tempo de se reinventar!

    Com todo carinho de uma sexagenária que acha um barato poder dividir o que pensa!

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    Comentários (1)
    DIO Community
    DIO Community - 10/03/2025 16:33

    Que relato inspirador, Denise! Sua jornada na educação, aliada à tecnologia, mostra que aprendizado contínuo e adaptação são essenciais para qualquer profissional, independentemente da idade. Você desmonta, com propriedade e experiência, a falsa ideia de que o avanço tecnológico descarta professores. Pelo contrário, a tecnologia pode (e deve) ser um aliado para ampliar o impacto da educação.

    O seu compromisso em provocar mudanças, instigar outros professores e se reinventar constantemente é um exemplo poderoso. A resistência ao novo pode ser um desafio, mas como você bem disse, o papel do professor sempre foi e sempre será o de mediador e provocador do conhecimento. Seu artigo também reforça a importância da aprendizagem em comunidade, mostrando que o conhecimento se constrói no coletivo.

    E a provocação final é certeira! Qual é o nosso papel nesse mundo? Estamos apenas acompanhando as mudanças ou ajudando a moldá-las? Seu testemunho é um lembrete valioso de que nunca é tarde para inovar, aprender e transformar. Obrigado por compartilhar essa visão tão enriquecedora!

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