Inteligência Artificial nos Museus: Revolucionando as Experiências Expositivas com Tecnologia

A integração de tecnologias interativas, como a Inteligência Artificial (IA), enriquece significativamente a experiência dos visitantes nos museus.

Embora o uso da tecnologia necessitar de investimentos iniciais significativos, sua aplicação nos museus é uma estratégia inclusiva que democratiza o acesso à cultura e à educação, transformando as exposições em experiências mais dinâmicas e personalizadas. Contudo, em pleno século XXI, é notória a necessidade dos museus se adaptarem às mudanças tecnológicas e sociais para manter sua relevância e eficácia na educação e na comunicação cultural.

Como exemplo positivo dessa implementação, destaca-se o projeto "A Voz da Arte", implementado em 2017 na Pinacoteca de São Paulo, que utilizou a tecnologia IBM Watson para oferecer uma experiência interativa aos visitantes do museu, empregando a computação cognitiva para mediar a interação entre o público e as obras de arte, permitindo que os visitantes fizessem perguntas diretamente às obras por meio de uma interface de voz ou chat. Assim, recebendo respostas em tempo real, proporcionadas pela IA, que ajudava a entender melhor os contextos histórico e artístico das peças. Essa inovação proporcionou uma nova forma de engajamento, incentivando a curiosidade e o diálogo com as obras.

O sistema coletava as perguntas não respondidas para enriquecer continuamente o banco de dados, o que também servia como uma pesquisa sobre o interesse do público. O sucesso do projeto demonstrou como a tecnologia pode transformar a experiência museológica, tornando-a mais participativa e dinâmica. Atualmente, alguns museus brasileiros têm integrado tecnologias de Inteligência Artificial (IA) em suas exposições, como o Museu do Amanhã, que utiliza a ferramenta para engajar o público em temas relacionados à sustentabilidade e ao futuro da humanidade, e o Museu da Língua Portuguesa, que cria experiências imersivas e educativas sobre nossa linguagem e sua evolução.

É importante ressaltar o destaque da materialidade e do valor histórico dos objetos expostos, ao mesmo tempo em que se busca torná-los mais acessíveis e engajadores para o público. Todavia, o uso de tecnologia não visa substituir os objetos de museu, nem diminuir a sua importância, mas sim ampliar a comunicação e a interação entre os visitantes e as obras, oferecendo novas perspectivas e estimulando a participação ativa. Afinal, a IA é uma excelente ferramenta, capaz de personalizar as experiências de aprendizado, tornando-as mais interativas e educativas.

Referências:

SILVA, Marcelo Hugo F.; COELHO, Priscilla Arigoni. Tecnologia e mediação interativa: uma perspectiva museológica contemporânea sistematizada na psicologia da educação. Museologia & Interdisciplinaridade, v. 10, n. Especial, p. 68–92, 2021.

Museu da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/>. Acesso em: 21 abril 2024.

Museu do Amanhã. Disponível em: <https://museudoamanha.org.br/>. Acesso em: 21 abril 2024.

Pinacoteca de São Paulo. Disponível em: <https://pinacoteca.org.br/>. Acesso em: 21 abril 2024.