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José Filho
José Filho03/09/2025 06:14
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Low Code: Se não escreveu do zero, NÃO É SEU?

  • #Automação
  • #IA Generativa
  • #Low-code
  • #Inovação

O que me trouxe até aqui? Um dilema pessoal e uma nova fronteira.

Como iniciante na programação, essa questão me inquieta. Se não escrevi do zero, ainda assim posso chamar o código ou aplicações construídas sem código de meu? Hoje, a IA e as Plataformas Low Code não apenas sugerem, mas escrevem ou montam partes inteiras de sistemas. Tarefas que antes exigiam horas de pesquisa e tentativa e erro agora são resolvidas em minutos. E isso me faz pensar: estou realmente aprendendo ou apenas conduzindo máquinas sem dominar os fundamentos?

Essa inquietação não é só minha. Ela marca a transição para uma nova era da programação, onde ferramentas como ChatGPT, , Copilot, Gemini e Plataformas como Lovable, Make e LangFlow se tornam parceiros de criação . A IA e o Low Code democratizam o acesso ao desenvolvimento, permitindo que qualquer pessoa programe usando linguagem natural. Mas também nos desafia: como equilibrar essa eficiência com a necessidade de conhecimento técnico profundo? Ainda existe essa necessidade?

Importante deixar claro a diferença, que as vezes passa despercebido, entre a IA Generativa e o Low Code. a IA gera o código que você mandar através de um script. O Low Code dispensa grande parte da necessidade de escrever esse código, oferecendo blocos prontos. Um é sobre a automação da redação das instruções, o outro é sobre a simplificação da construção da solução final. Eles atacam problemas diferentes no mesmo processo de desenvolvimento.

Do código à arquitetura de soluções com Low Code

Afinal, a IA levanta um debate que já era presente na comunidade de programação há décadas. As bibliotecas de código sempre foram aliadas dos desenvolvedores. Ferramentas como Pandas e NumPy possibilitaram a construção de soluções complexas sem a necessidade de "reinventar a roda". O mérito do programador estava em saber como combinar, adaptar e aplicar essas ferramentas com inteligência.

Com a IA generativa e as Plataformas Low Code, esse dilema ganha novos contornos. Jensen Huang, CEO da Nvidia, causou alvoroço ao dizer que “ninguém mais precisaria programar”. Sua provocação, no entanto, não era sobre o fim da programação, mas sobre sua transformação. A IA permite que qualquer pessoa, mesmo sem formação técnica, crie soluções usando linguagem natural.

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A IA não elimina o programador, ela o transforma, o principal ponto está aí, muitos não estão confortáveis com a mudança. O conceito de Vibe Coding, popularizado por Andrej Karpathy, ilustra bem essa mudança: programar com IA é uma experiência de co-criação. O desenvolvedor pede, testa, ajusta e refina, e a produtividade aumenta, especialmente em equipes enxutas (a tendência é de equipes enxutas). De forma similar, o desenvolvimento Low Code vem transformando a maneira de construir soluções, democratizando o acesso à tecnologia e forçando uma mudança no papel do programador. Ele atua como um arquiteto, permitindo que a criação se torne um processo visual e intuitivo, sem a necessidade de escrever uma única linha de código.

O futuro do desenvolvimento com o Low Code

O Low Code é a prova de que a transição do "codificador" para o "orquestrador de tecnologia e entendedor do negócio e dos clientes" já está em pleno andamento. Ele não apenas democratiza o acesso ao desenvolvimento, mas também valida a nova postura do profissional. A capacidade de ter um conhecimento profundo da regra de negócio e das necessidades do cliente se torna essencial. A habilidade de traduzir a visão de negócio em um produto funcional e intuitivo é o que realmente importa, será um novo Super Profissional surgindo?

A IBM, por exemplo, considera a IA uma "colaboradora" que agiliza o ciclo de vida do desenvolvimento de software ao automatizar etapas essenciais como a geração de ideias, codificação e testes. De forma similar, o Low Code permite que desenvolvedores se concentrem em tarefas mais complexas e criativas, em vez de código padrão repetitivo.

Por que o Low Code é o presente da tecnologia?

A ideia de que "ninguém mais precisará programar" não significa o fim da programação, mas sim a sua transformação. Essa provocação se alinha perfeitamente com as mudanças observadas recentemente. Ele não elimina a necessidade de conhecimento, mas o direciona para novas competências, como:

  • Compreensão de Negócio e Solução: A IA pode escrever código, mas não entende a dor do cliente, não prioriza funcionalidades e não traduz a visão de negócio em produto. As plataformas Low Code, da mesma forma, dependem de uma mente humana para planejar e priorizar funcionalidades que realmente resolvam problemas.
  • Pensamento Estratégico e Empatia: Habilidades como criatividade, ética, liderança e a resolução de problemas complexos são diferenciais que nem a IA nem o Low Code podem substituir. Um artigo da Verx argumenta que aprender a programar é um investimento no desenvolvimento do pensamento lógico e na capacidade de resolver problemas, que são cruciais para tarefas mais complexas.
  • Supervisão e Refinamento: A IA ainda comete erros. Da mesma forma, as soluções Low Code precisam de supervisão humana para garantir que o resultado final esteja alinhado com os objetivos e padrões de qualidade. Um estudo da Cloudflare demonstrou que, mesmo quando uma IA chamada Claude gerou mais de 95% do código de uma biblioteca, a revisão humana ainda foi essencial para corrigir falhas e refinar o código.

A desenvolvedora Aline Goppinger corrobora essa visão, comparando o programador a um carpinteiro que usa várias ferramentas, sendo a IA apenas uma delas. O papel humano de entender as regras de negócio e construir soluções lógicas continua insubstituível.

Um programador mais estratégico e humano

A revolução do Low Code, junto com o avanço da IA, está empurrando todas as profissões para um papel mais estratégico. O foco deixa de ser o "como programar" e passa a ser "o que construir com o código", permitindo que desenvolvedores, e até mesmo pessoas sem experiência em programação, se tornem criadores de soluções.

Como disse Dylan Field, CEO da Figma, a IA tem "diminuído o piso, mas aumentado o teto". Isso se aplica perfeitamente ao Low-Code: ele democratiza o desenvolvimento, permitindo que mais pessoas criem soluções, ao mesmo tempo que exige dos especialistas uma nova postura: mais estratégica, mais criativa, mais humana.

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Embora a IA possa gerar o código e as Plataformas Low Code nos seus ambientes de desenvolvimento são usadas com interfaces visuais, como arrastar e soltar, para que você construa aplicações sem escrever código manualmente, a inteligência por trás da solução, a visão de negócio, a capacidade de adaptação e a criatividade para resolver problemas humanos continuam sendo inegavelmente suas.

E você, está pronto para assumir esse novo papel de orquestrador ou ser arquiteto de soluções? Você se enxerga como esse novo "Super Profissional"?

Referências

·       Exame – Claude cria 95% de uma biblioteca de códigos: para os humanos, restou a revisão https://exame.com/inteligencia-artificial/claude-cria-95-de-um-biblioteca-de-codigos-para-os-humanos-restou-a-revisao-do-que-foi-gerado/amp/

·       CPS – O que a IA pode fazer para auxiliar os programadores https://ric.cps.sp.gov.br/bitstream/123456789/15852/1/O%20que%20a%20ia%20pode%20fazer%20para%20auxiliar%20os%20programadores.pdf

·       DIO – Introdução à Inteligência Artificial com Python e suas bibliotecas https://www.dio.me/articles/introducao-a-inteligencia-artificial-com-python-e-suas-bibliotecas-996fd65e347f

·       IBM – Inteligência Artificial no Desenvolvimento de Software https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/ai-in-software-development

·       DIO – Inteligência Artificial na visão de uma iniciante https://www.dio.me/articles/inteligencia-artificial-na-visao-de-uma-iniciante-a21b4af26774

·       Verx – Ainda faz sentido aprender programação em um mundo onde a IA escreve códigos? https://www.verx.com.br/ainda-faz-sentido-aprender-programacao-em-um-mundo-onde-ia-escreve-codigos/

·       YouTube – Andrej Karpathy: Vibe Coding com IA https://youtu.be/yXSfR_bC2BA

·       YouTube – Dylan Field (Figma) sobre IA e criatividade https://youtu.be/JNKtm-IdNWE








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Comentários (5)
José Filho
José Filho - 03/09/2025 17:36

Isso aí Luiz Canazart,

você que já está na área, deve perceber que existe uma cratera que separa a ideia, criação e colocar para rodar e aguentar o fluxo e demandas, alterações. Os apps, sites e etc, criados, precisam sempre estar evoluindo, sendo corrigidos, atualizados, não se pode simplesmente ficar criando novas soluções para um determinado serviços com x números de clientes ativos no ecossistema, imagine ficar trocando sempre que for implementar nova solução. Por isso os programadores são essenciais na minha visão, mas as equipes tendem a ser muito enxutas. Uma consideração que faço, para projetos pessoais, codar inteiramente de forma manual pode funcionar, mas no mercado competitivo e que tempo é dinheiro, não deve funcionar, utilizar as ferramentas e plataformas no meu modo de ver e pensar já são essenciais pelo ganho de velocidade e escala.

José Filho
José Filho - 03/09/2025 17:04

DIO Community

É como eu disse no Artigo, acredito que um novo profissional surgiu, mais completo e mais valorizado.

Existirá um funil, as melhores vagas estarão nas mãos dos que conseguirem transitar em três vetores: programação, negócios (sustentáveis) e clientes, esse será o tripé. As equipes serão muito enxutas e por isso os profissionais capazes de debugar, serão os que conquistarão as vagas.

Portanto, aprender a programar continua sendo essencial, mas em breve só os melhores terão acesso ao mercado que paga bem e fornece excelentes benefícios. As Ferramentas e Plataformas democratizaram e reduziram o piso para acesso de todos, abriram um “mundo” de possibilidades criativas, mas manter, corrigir, evoluir, ainda demanda um profissional que Coda, para não deixar o negócio sem funcionar e os clientes na mão.

Luiz Canazart
Luiz Canazart - 03/09/2025 12:45

Realmente Low-Code veio forte, eu sendo incitante fico muito com pé atras pelo medo do mercado ficar extremamente difícil com essas novas tecnologias. Muitos falam que é só se adaptar ou que são só ferramentas de auxilio, que no fim não vão substituir os Devs. Hoje em dia uso GPT pra tirar duvidas q antigamente demorava bom tempo pesquisando em fóruns ou documentações, n uso pra fazer meus códigos pois gosto de botar mão na massa e ver meu projetos ganhando vida do zero com meu esforço. Saber usar ferramentas é realmente o diferencial e n so depender exclusivamente delas.

DIO Community
DIO Community - 03/09/2025 11:07

Muito interessante, José! O seu artigo levanta uma reflexão importante sobre a transformação da programação com o avanço do Low-Code e da IA Generativa. A maneira como você distingue esses dois conceitos ajuda a esclarecer como essas tecnologias complementam a prática de desenvolvimento, sem necessariamente substituí-la.

Na DIO, acreditamos que o Low-Code não diminui o papel do desenvolvedor, mas o transforma em orquestrador de soluções, como você mencionou. O foco deixa de ser apenas escrever o código e passa a ser entender profundamente o problema do cliente, algo que só um desenvolvedor humano pode fazer com criatividade e empatia.

Me conta: com a ascensão do Low-Code e da IA Generativa, como você vê o papel do desenvolvedor especialista? Você acredita que ele se tornará mais um arquiteto de soluções em vez de um programador tradicional?

Rafael Soares
Rafael Soares - 03/09/2025 08:04

Muito bom! Esse é o caminho e não tem volta!