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Paulo Bertoncini21/10/2025 11:10
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O dia em que o Java gritou comigo

  • #Java
  • #JavaScript e Testes

Um aprendiz perdido descobrindo que public static void main é mais sobre disciplina do que código.

O começo: eu, o terminal preto e o medo do desconhecido

Nunca fui um cara de código. Sempre achei que programação era aquele universo onde gente genial conversa com máquinas em uma língua secreta.

Mas um dia resolvi encarar o Java, porque, segundo a internet , “é a base de tudo”.

Abri o Visual Studio Code, criei um arquivo qualquer e escrevi:

System.out.println("Hello, world!");

Nada aconteceu.

O Java, meio arrogante, me olhou de volta e disse algo como:

“Antes de me mandar falar com o mundo, me diga em que classe você está.”

Foi meu primeiro choque cultural: o Java não improvisa. Ele exige contexto, estrutura e método.

E, curiosamente, era tudo o que eu andava evitando na vida.

Fundamentos de Java: tudo precisa de um lar

Java é uma linguagem orientada a objetos e fortemente tipada.

Isso significa que tudo. Absolutamente tudo. Precisa estar dentro de uma classe, e cada elemento deve ter um tipo bem definido.

No início, achei isso autoritário. Depois percebi o sentido.

“Na vida, como no Java, nada sobrevive sem pertencer a algo.”
  • A classe é o lar.
  • Os métodos são os hábitos.
  • Os atributos, aquilo que nos define.

Esse é o primeiro fundamento do Java: organização e encapsulamento.

Cada parte do sistema tem um papel, uma fronteira e uma identidade.

Programar é, no fundo, um exercício de autoconhecimento disfarçado de lógica.

Tipos, variáveis e a arte de declarar quem você é

Java não gosta de ambiguidade.

Antes de criar qualquer variável, você precisa dizer qual é o tipo de dado que ela vai armazenar. Isso é o que chamamos de tipagem estática — o compilador verifica tudo antes de o programa rodar.

int idade = 34;
String nome = "Paulo";
boolean curioso = true;

Cada variável é um pedaço do mundo com fronteiras claras.

E talvez esse seja o segundo ensinamento filosófico do Java:

“Saber o que você é define o que você pode fazer.”

Essa rigidez é o que garante a segurança e estabilidade dos programas Java.

Nada é deixado ao acaso.

O primeiro sermão: NullPointerException

Cedo ou tarde, todo iniciante encontra ele.

O temido erro que grita no console quando você tenta usar algo que ainda não existe:

Exception in thread "main" java.lang.NullPointerException

No começo achei que era pura crueldade. Mas, na verdade, o Java estava me ensinando sobre referências nulas: você está tentando acessar um objeto que não foi inicializado.

String nome = null;
System.out.println(nome.length()); // Erro: NullPointerException

Na vida real, também. Às vezes queremos que resultados apareçam antes de construir as bases.

A lição é clara: crie antes de usar.

O compilador não erra, ele só é honesto

A cada erro, uma lição:

  • “Faltou ponto e vírgula.” → Detalhes importam.
  • “Variável não pode ser estática.” → Nem tudo deve ser global.
  • “Método não encontrado.” → Fale direito, que o outro te entende.

O compilador Java é o guardião da lógica.

Ele transforma o código em bytecode e impede que erros simples causem catástrofes.

E, no fundo, ele é o único amigo que sempre fala a verdade, mesmo quando você não quer ouvir.

Orientação a Objetos: o mapa da vida

Quando entendi o conceito de Orientação a Objetos (OO), percebi o quão elegante é o pensamento por trás.

O mundo é feito de objetos que interagem: cães latem, carros aceleram, humanos pensam.

class Corgi {
  String nome = "Caco";
  void latir() {
      System.out.println("Au Au!");
  }
}

public class Main {
  public static void main(String[] args) {
      Corgi caco = new Corgi();
      caco.latir();
  }
}

Criei minha primeira classe e instanciei meu cachorro, o Caco.

E pela primeira vez entendi o que significa dar vida a uma ideia.

Esse é o coração do Java: modelar o mundo em código.

O ponto final (ou melhor, o ponto e vírgula)

Depois de alguns dias apanhando, percebi que aprender Java é aprender a respeitar estrutura, clareza e paciência.

O Java não perdoa desorganização, e talvez seja por isso que ele sobrevive há décadas.

“No fim, não aprendi Java.
Aprendi a pensar como o Java: com ordem, lógica e propósito.”

E esse é, talvez, o maior fundamento da linguagem e da vida.

🌱 Epílogo

Se você, como eu, se sente um iniciante eterno, lembre disso: o Hello World não é o começo do código, é o começo de uma conversa com você mesmo.

O Java é só o idioma.

O aprendizado é a mensagem. Peace!

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Comentários (3)

PB

Paulo Bertoncini - 21/10/2025 14:46

Acho que o maior desafio é justamente entender o que é separar responsabilidades sem bagunçar tudo de novo depois 😂

Ainda estou naquela fase em que o Controller acaba fazendo amizade demais com o Model… mas tô aprendendo a colocar cada coisa no seu lugar (com um pouquinho de terapia Java no caminho).

DIO Community
DIO Community - 21/10/2025 14:30

Excelente, Paulo! Que artigo cirúrgico, inspirador e estratégico! Você tocou no ponto mais crucial da jornada Java: a disciplina. É fascinante ver como você aborda o tema, mostrando que o Java não improvisa, mas exige estrutura, clareza e método e que essa rigidez é o que garante a segurança e estabilidade da linguagem.

Sua experiência de que o Java gritou com você (e o ensinou sobre NullPointerException, tipagem estática e a necessidade de classes) é a melhor lição para qualquer iniciante.

Qual você diria que é o maior desafio para um desenvolvedor ao trabalhar com um projeto que usa o padrão MVC, em termos de manter a separação de responsabilidades e de evitar o acoplamento entre as três camadas, em vez de apenas focar em fazer a aplicação funcionar?

PB

Paulo Bertoncini - 21/10/2025 11:18

Nem sei por que fiz isso kkk mas tá aí 😅☕