O poder dos dados na transformação da saúde pública brasileiraigo
O PODER DOS DADOS NA TRANSFORMAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA
Adriana Bello¹
E-mail: adriana.pbello@gmail.com
Resumo: Este artigo apresenta a importância da análise e do uso inteligente de dados na saúde pública brasileira, destacando como a tecnologia e a análise preditiva estão transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de decisões baseadas em evidências e informações estratégicas.
Palavras-chave: Dados. Saúde pública. SUS. Tecnologia. Análise preditiva.
1. Introdução
A tecnologia vem mudando silenciosamente a forma como cuidamos da saúde no Brasil. Por trás das decisões que organizam o SUS — do controle de insumos ao atendimento nos postos — há um novo protagonista: os dados. Eles permitem enxergar o sistema com mais clareza, antecipar problemas e, principalmente, garantir que cada decisão seja guiada por informação, e não por suposições.
2. O poder dos dados na transformação da saúde pública
Nos últimos anos, a saúde pública brasileira tem passado por uma verdadeira revolução silenciosa. Por trás das decisões sobre investimentos, distribuição de insumos e acompanhamento de indicadores, há um elemento cada vez mais essencial: a inteligência de dados. O investimento em tecnologia e análise de dados tornou-se indispensável para acompanhar os usuários do sistema público, compreender causas e efeitos de doenças e promover melhorias reais no atendimento. Com o uso estratégico das informações, é possível aumentar a qualidade dos serviços, aprimorar a prevenção e os tratamentos, além de reduzir filas e otimizar recursos.
3. Análise preditiva: antecipar para cuidar melhor
Uma das ferramentas mais poderosas nesse processo é a análise preditiva de dados, que utiliza técnicas estatísticas e modelos matemáticos para identificar padrões e prever cenários futuros. Com ela, gestores e profissionais de saúde podem planejar ações com mais precisão, antecipar demandas e desenvolver estratégias preventivas de forma eficaz. Esse tipo de análise contribui diretamente para o monitoramento de regiões, a prevenção de surtos de doenças e o planejamento da capacidade de atendimento — transformando dados em decisões concretas que beneficiam toda a população.
4. O desafio da gestão no SUS
Gerir o Sistema Único de Saúde (SUS) é um desafio de grandes proporções. São milhões de atendimentos diários, diversos programas e uma rede complexa que precisa funcionar de forma integrada e eficiente. As decisões devem ser baseadas em informações confiáveis — e é nesse contexto que a análise e o monitoramento de dados ganham destaque, trazendo mais transparência, eficiência e agilidade à gestão pública.
5. A força dos dados na prática: como são coletados e utilizados
A análise de dados em saúde envolve a coleta e o estudo sistemático de diferentes tipos de informações, como prontuários eletrônicos, imagens médicas, exames laboratoriais, pesquisas de satisfação e dados administrativos. O armazenamento, o processamento e a troca dessas informações permitem identificar padrões, melhorar o cuidado com os pacientes e aumentar a eficiência dos serviços de saúde. Um exemplo claro é o prontuário eletrônico, que facilita a organização de grandes volumes de dados — como histórico médico, resultados de exames e tratamentos. Essa ferramenta reduz erros clínicos, melhora a comunicação entre equipes e apoia o desenvolvimento de modelos preditivos capazes de avaliar a gravidade de doenças e otimizar a carga de trabalho.
6. Cultura de dados e capacitação: o papel das equipes
Para que todo esse processo seja eficaz, é essencial investir na capacitação das equipes de saúde. Profissionais que compreendem e utilizam dados no dia a dia conseguem personalizar tratamentos, prever complicações e intervir precocemente, garantindo melhores resultados aos pacientes. Desenvolver uma cultura de dados também significa criar métricas relevantes, acessíveis e aplicáveis à rotina dos serviços. Com isso, os dados deixam de ser apenas números e passam a ser ferramentas acionáveis, que orientam decisões e fortalecem o cuidado centrado no paciente.
7. Conclusão: dados que salvam vidas
A análise e o uso inteligente de dados representam um avanço fundamental para a saúde pública. Mais do que indicadores ou relatórios, os dados são expressões da realidade — e, quando bem utilizados, têm o poder de salvar vidas, otimizar recursos e humanizar a gestão. O futuro da saúde no Brasil passa, inevitavelmente, pela integração entre tecnologia, ética e conhecimento humano, com o paciente sempre no centro de todas as decisões.
Referências
MARCHETTI, Victor Hugo O.; DALMASCHIO, Maria Eugênia Pedruzzi; SANTOS, Tatiani Bellettini dos; PANDINI, Eduardo Toffoli. Capacidade preditiva do modelo Random Forest para óbito em pacientes com COVID-19: uma análise de dados no contexto da pandemia. The Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 27, issue S1, out. 2023. DOI: 10.1016/j.bjid.2023.102900. Disponível em: https://www.bjid.org.br/en-capacidade-preditiva-do-modelo-random-articulo-S1413867023001605
ROSA, Alexsandra. A importância da estatística e da análise preditiva na gestão da saúde. ICI – Instituto das Cidades Inteligentes, 27 maio 2024. Disponível em: https://ici.tec.br/artigo/a-importancia-da-estatistica-e-da-analise-preditiva-na-gestao-da-saude/246
PODER360. 2024 atinge o maior registro anual de dengue deste século [online]. Disponível em: https://www.poder360.com.br/saude/2024-alcanca-o-maior-registro-anual-de-dengue-deste-seculo/. Acesso em: 24 out. 2025
OBSERVATÓRIO DA SAÚDE PÚBLICA. Saúde pública no Brasil: estudo traz dados sobre Atenção Primária (APS) [online]. Disponível em: https://biblioteca.observatoriosaudepublica.com.br/blog/saude-publica-no-brasil-atencao-primaria/



