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Rodrigo Rosa
Rodrigo Rosa01/06/2023 11:38
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O QUE É IoT - INTERNET DAS COISAS?

  • #IoT

O QUE É IoT 0 INTERNET DAS COISAS?

No dia 30 de março foi publicado um artigo na Forbes Tech, que mostra o pedido de pausa no desenvolvimento de tecnologias avançadas de IA (Inteligência Artificial). Pedido esse, feito por várias autoridades da área, empresários, tecnólogos e pesquisadores, entre eles Elon Musk (Tesla) e Steve Wosniak (Apple). Isso aconteceu devido ao grande avanço dos sistemas de IA que já existem e esses especialistas pedem tempo para avaliar melhor o risco que esses sistemas de IA representam para o futuro da humanidade. O que estamos presenciando não é apenas uma sensação de futuro, de progresso, vemos uma verdadeira mudança completa de paradigmas bem ali na frente. Uma mudança tecnológica na sua essência e, na prática, uma verdadeira transformação na nossa forma de fazer as coisas. Uma parte fundamental dessa transformação é a IoT (Internet of Thing) Internet das coisas.

           A grade geradora de dados para os avançados sistemas de IA é a IoT. Todos os dias centenas de Brontobytes são gerados e tratados para que possam virar informações úteis para pessoas e máquinas.

           Sistemas automatizados que controlam as luzes da sua casa, seus eletrodomésticos, relógios que compartilham nas suas redes sociais a atividade física que você praticou durante o dia, por onde andou, correu ou pedalou. Geladeiras que informam o que está prestes a faltar dentro dela e se você permitir, avisam ao mercadinho mais próximo a necessidade de abastecimento. Mercados completamente automatizados, sem a necessidade de um atendente humano. Carros autônomos que tomam a melhor decisão sobre que caminho seguir para evitar engarrafamentos baseando-se nas informações sobre o trânsito. Todas essas tecnologias citadas e muitas outras que já estamos convivendo com elas, são derivadas do processamento de dados gerados pela IoT. Mas, afinal de contas, o que é IoT.

CONCEITO

Eduardo Magrani, no seu livro "Internet das coisas", 2018, nos mostra que existem fortes divergências em relação ao conceito de IoT, não havendo um único conceito que possa ser aceito pela comunidade tecnológica com unanimidade. A IoT pode ser no entanto, entendida como um conjunto de tecnologias e protocolos associados que permite que objetos se conectem a uma rede de comunicação, identificados e controlados através desta conexão de rede, criando um ecossistema de computação onipresente, voltado para a facilitação do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções funcionais nos processos do dia a dia. O que há de comum nas definições de IoT que encontramos é que elas se concentram em como computadores, sensores e objetos interagem uns com os outros e processam dados, gerando informações em um conceito de hiperconectividade.

A HIPERCONECTIVIDADE DA IoT

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O termo hiperconectividade é usado para descrever a disponibilidade dos equipamentos para se comunicar a qualquer momento, e, no estudo da IoT nos deparamos com outros termos a todo momento, para citar alguns:

  • Always-on - o estado em que as pessoas estão conectadas a todo momento.
  • Readily Accessible – a possibilidade de estar prontamente acessível.
  • Aways Recording – a riqueza de informações; a interatividade e o armazenamento ininterrupto de dados.

O termo hiperconectividade também está intimamente ligado à comunicação, podendo ser essa comunicação entre os indivíduos - (person-to-person), indivíduos e máquinas - (human–to–machine), e máquinas e máquinas - (machine-to-machine), assim o aumento da hiperconexão depende diretamente do aumento dos dispositivos que enviam e recebem essas informações. Uma prova definitiva disso são os numerosos wearables ou Tecnologia de vestir (todo e qualquer dispositivo tecnológico que possa ser usado como acessório ou que podemos vestir) disponíveis no mercado.

Em 2018 uma pesquisa da Cisco estimou que nos próximos anos, a medida em gigabytes seria superada e o cálculo da quantidade de dados seria feito na ordem Zettabyte e até em Yottabyte.

Veja a escala abaixo:

  • 1000 Megabytes = 1 Gigabyte
  • 1000 Gigabytes = 1 Terabyte
  • 1000 Terabytes = 1 Petabyte
  • 1000 Petabytes = 1 Exabyte
  • 1000 Exabytes = 1 Zettabyte 
  • 1000 Zettabytes = 1 Yottabyte * Os dados gerados por dia pelo Facebook e Google estão aproximadamente aqui.
  • 1000 Yottabytes= 1 Brontobyte
  • 1000 Brontobytes= 1 Geobyte

Outra propriedade da hiperconectividade da IoT envolve a alta velocidade com que os dados são produzidos, analisados e visualizados, além da variedade de formatos de dados. Essa característica é potencializada pelos diferentes dispositivos que coletam e produzem dados em diversos âmbitos.

BIG DATA, DATA SCIENCE E A IoT

Dois conceitos intimamente relacionados com a IoT, a ponto de não podermos falar de um sem mencionar os dois, são os conceitos de big data junto com data Science. É importante mencionar que, em um universo onde decisões estratégicas são tomadas baseadas em informações extraídas em meio a um volume gigantesco de dados, esse trabalho de tratamento desses dados deve ser extremamente confiável a fim de garantir a veracidade e a integridade de todos os dados gerados pela IoT junto das informações que são devolvidas a ela, pois, além de geradora de dados, a IoT também é uma consumidora voraz das informações geradas pelo tratamento desses dados, baseando-se neles ao tomar as decisões para cumprir seu papel de facilitar o cotidiano das pessoas.

Os dados produzidos pela IoT são essencialmente relacionais, produzindo muita informação sobre cada usuário, e, segundo as palavras de Maike Wile dos Santos, pesquisador da USP, “precisamos compreender que o big data somos nós”. A combinação entre IoT e big data já alterou significativamente a maneira como vivemos e vai alterar ainda mais. Segundo o site IoT Analytics, há hoje, 29,9 bilhões de dispositivos conectados à internet, desses 19,8 bilhões, são dispositivos de IoT e conversando entre si. Em 2025, espera-se que haverá mais de 30,9 bilhões de conexões IoT, quase 4 dispositivos IoT por pessoa na média, impulsionados por novos padrões de tecnologia, como 5G. 

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Além de todo impacto que a tecnologia IoT tem na vida cotidiana das pessoas, existe o impacto econômico gerado. E os números são impressionantes, a estimativa de impacto na economia global corresponde a mais US$11 trilhões em 2025.

Por causa de estimativas como essas, a IoT vem recebendo fortes investimentos do setor privado e surge como possível solução diante dos novos de desafios da gestão pública, prometendo, a partir do uso de tecnologias integradas e do processamento massivo de dados, soluções mais eficazes para problemas como congestionamentos, poluição, criminalidade, entre outros.

Desenvolvida com a proposta de trazer benefícios para os consumidores, a IoT cumpre bem o seu papel. Por exemplo, dispositivos de saúde interconectados permitirão o monitoramento mais constante e eficiente, além da interação mais eficaz entre paciente e médico. Antes de chegar em casa, um consumidor poderá enviar comandos aos dispositivos lá presentes para que realizem ações como desligar o alarme, abrir portões, colocar uma música, alterar a temperatura ambiente ou preparar um banho quente.

"NEM TUDO SÃO FLORES" NA IoT

Mas, com diria o pensador Gibran Calheira - “nem tudo são flores”. Não podemos fechar os olhos para o fato de que, esses numerosos dispositivos conectados que nos acompanham e nos acompanharão rotineiramente irão coletar, transmitir, armazenar e compartilhar uma quantidade enorme de dados, muitos deles estritamente particulares e mesmo íntimos. Devemos estar atentos aos riscos que isso pode acarretar para a privacidade e a segurança dos usuários. 

           O aumento de casos de vazamento de dados nos últimos anos chamou a atenção de governos e sociedade tecnológica e civil se preocupassem e criar mecanismos para evitar a invasão de privacidade e o uso desses dados de maneira criminosa.

           Isso sem mencionar a perda financeira que só no Brasil em 2019 os prejuízos com ataques cibernéticos chegaram a assustadores R$80 bilhões. Como até 2018 não havia uma legislação específica sobre o assunto, apenas algumas disposições gerais no Código Civil, Código de Defesa do Consumidor, na Lei de Acesso à Informação e no Marco Civil da Internet, viu-se a necessidade de uma lei específica, e assim foi criada a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados.

LGPD E A IoT

A LGPD foi inspirada no Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR, na sigla em inglês), criado em 2018, que trata da segurança de informação dos cidadãos europeus. Essa lei federal estabelece regras para o uso, coleta, armazenamento e compartilhamento de dados dos usuários por empresas públicas e privadas. O principal objetivo é garantir mais segurança, privacidade e transparência no uso de informações pessoais. Com a nova legislação, o usuário terá o direito de consultar gratuitamente quais dos seus dados as empresas têm, como armazenam e até pedir a retirada deles do sistema. Esses dados podem ser números de documentos como RG, CPF, PIS, endereço ou aqueles considerados pela LGPD como mais “sensíveis”, por exemplo, origem racial ou étnica, filiação a organizações políticas ou religiosas, informações genéticas e de biometria ou de orientação sexual. Vale lembrar que muitas dessas informações são coletadas pela IoT.

IoT NO BRASIL

Embora a LGPD tenha sido um verdadeiro avanço nas tratativas do Brasil com a tecnologia da IoT, sendo aprovada no mesmo ano em que a lei foi aprovada na União Europeia, o Brasil ainda deixa muito a desejar tanto no aspecto de competitividade quanto no de inovação, seja por via pública ou privada. Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil: O país se saiu bem na redução de desigualdade social na última dé­cada, mas precisa investir mais em educação e inovação para obter ga­nhos em produtividade e geração de empregos nesta nova economia: “O grande desafio à frente é manter os avanços sociais e estimular o aumento da produtividade”, afirmou Alicia Bárcena, secretária-execu­tiva da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), órgão ligado à ONU.

Fato é que a economia do país tem potencial para desenvolver, caso tenha as estruturas e os incentivos necessários. É exatamente no contexto desse potencial gigantesco que se deve pensar no cenário de hiperconectividade, visando aumentar a produtividade, criar novos mercados e incentivar a inovação.

Segundo Harvard Business Review “Em recente pesquisa da Accenture com mais de 1.400 executivos de 32 países, os entrevistados brasileiros revelaram estar muito conscientes das oportunidades que a IoT pode oferecer. Eles destacaram três principais benefícios esperados, o aumento da produtividade dos funcionários, o corte dos custos e a otimização no uso de seus bens. Observa-se também um enorme potencial de desenvolvimento nacional no setor de serviços – área ligada a IoT.

Mas o que está sendo feito agora para o avanço da IoT no Brasil? Junto com o lançamento do 5G, a Lei 14.108/2020 é um grande impulso para ao uso da IoT no país. Essa lei permite várias coisas, entre elas a conexão de itens como eletrodomésticos á internet e reduz taxas de instalação e funcionamento de dispositivos máquina-a-máquina (M2M).

Além disso a ANATEL está reavaliando a IoT, para diminuir barreiras regulatórias à expansão das aplicações dessa tecnologia. “O impulsionamento do ecossistema torna a tecnologia mais barata e incentiva investimentos na área. Isso significa mais escalonamento de aplicações e mais informações cruciais sobre o negócio nas mãos de líderes e gestores”, disse o presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), Paulo José Spaccaquerche. 

O FUTURO DA IoT

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A internet das coisas se torna mais proeminente a cada dia. Desenvolvida em um contexto de evolução das tecnologias digitais e sendo considerada por muitos um novo paradigma, ela representa um momento inédito e muito interessante, tanto para empresas como para os consumidores.

          Até 2025, conforme análise da Juniper Research, a tecnologia 5G viabilizará a aplicação de IoT em vários serviços, permitindo construções inteligentes, cidades conectadas, veículos autônomos, agricultura de precisão, benefícios à medicina, indústria 4.0, entre outros.

CONCLUSÃO

A expectativa de toda a sociedade, especialistas de tecnologia e sociedade é de um novo mundo e de uma nova forma de viver. Sistemas trabalhistas, organizações financeiras, vivência em comunidade, tudo tende a mudar e se transformar em algo mais inteligente e autônomo, funcionando com a mínima interferência humana. Mas a realidade é que ninguém sabe ao certo até que ponto a IoT vai interferir e afetar nossas vidas. A maneira como nos relacionamos com máquinas, tende a ser cada vez mais intensa, o que nos leva a pensar sempre no fato da segurança de nossas informações e a invasão de nossa privacidade.

Juristas deverão estar preparados para tratar os novos casos que surgirão, e devem estar prontos a mutabilidade do presente. Legisladores deverão estar atentos à necessidade de boas leis para a regulamentação de novas tecnologias. Tudo isso numa velocidade nunca antes vista.

O desafio é gigantesco, é o preço a ser pago por uma tecnologia que esta mudando e vai mudar ainda mais a vida das pessoas. Como será essa mudança? Até que ponto o cotidiano das pessoas será afetado? Qual o limite para a tecnologia na vida humana? Não sabemos ao certo. Isso é o que acontece quando estamos vivendo a história.

Referências:

https://forbes.com.br/forbes-tech/2023/03/elon-musk-e-bilionarios-de-tech-pedem-pausa-no-desenvolvimento-de-ia/

https://www.grupomult.com.br/iot-comunicacao-de-dados-e-microservicos-uma-visao-integrada-para-suportar-industria-4-0/

https://usemobile.com.br/wearable/

https://theshift.info/hot/ate-o-fim-do-ano-as-conexoes-iot-ultrapassarao-as-dos-dispositivos-nao-iot/

https://enetec.unb.br/blog/internet-das-coisas-o-futuro-esta-mais-proximo-do-que-voce-imagina/

https://proximonivel.embratel.com.br/conheca-7-tendencias-de-iot-para-os-proximos-anos/?gclid=EAIaIQobChMI_qu7ypSg_wIVGkBIAB3e8g7kEAAYASAAEgK6xvD_BwE

https://iot-analytics.com/iot-market-data/global-iot-enterprise-spending/

MAGRANI, Eduardo. A internet das coisas — Rio de Janeiro : FGV Editora, 2018.

Estudos Disciplinares Big Data Analytics, Prof. Dr. Kauê Rosalem – São Paulo : UNIP, 2019

CAVALLI, Olga. Internet das coisas e inovação na América Latina. [S.l.: s.n.], 2016. Mimeogr.

MEIRA, Silvio. Sinais do futuro imediato, #1: internet das coisas. Ikewai, Recife, dez. 2016.  

CISCO. The zettabyte era: trends and analysis. Cisco, Jun. 2016.

MOLARO, Cristian. Do not ignore structured data in big data analytics: the important role of structured data when gleaning information from big data. IBM Big Data & Analytics Hub, 19 Jul. 2013.

PURDY, Mark; DAVARZANI, Ladan; OVANESSOFF, Armen. Como a internet das coisas pode levar à próxima onda de crescimento no Brasil. Harvard Business Review Brasil, nov. 2015.  

SANTOS, Maike Wile dos. A big data somos nós: a humanidade de nossos dados. Jota, 16 mar. 2017.

WENTZEL, Marina. Quarta revolução industrial: como o Brasil pode se preparar para a economia do futuro. BBC Brasil, jan. 2016.

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