Por que decidi migrar para a área de programação
Mudar de carreira não é nada fácil. Entre o medo do desconhecido e a vontade de recomeçar, existe um espaço onde a transformação acontece. Neste artigo, compartilho a minha jornada de transição e o que aprendi nesse processo de redescoberta.
O momento em que percebi que precisava mudar
A educação sempre foi o meu norte e a sala de aula, um símbolo do que eu acreditava ser meu propósito de vida: ensinar. Sempre vi o ato de educar como algo maior do que uma simples profissão. Mas, com o tempo, percebi que a realidade era mais dura do que eu esperava. As condições de trabalho, a falta de valorização e o peso das responsabilidades começaram a me fazer repensar o caminho que eu estava trilhando.
A pandemia foi o momento em que tudo parou. Do dia para a noite, tudo mudou. As incertezas aumentaram, e eu me vi repensando não apenas minha profissão, mas o que eu realmente queria da vida. As rotinas se tornaram repetitivas, e a sensação de que nada mudaria tomou conta. Foi nesse cenário que comecei a perceber que eu precisava buscar algo novo — algo que me desafiasse e me fizesse voltar a sentir entusiasmo pelo futuro.
A curiosidade pela tecnologia sempre esteve presente, mesmo que de forma tímida. Eu via a programação como algo quase mágico — transformar linhas de código em soluções reais. E foi justamente essa curiosidade que reacendeu a chama de aprender novamente. Eu não sabia exatamente por onde começar, mas sabia que permanecer onde eu estava não era mais uma opção.
Aprender do zero: o desafio que virou paixão
Decidir entrar na área de programação foi empolgante — até o momento em que eu realmente comecei. No início, entender lógica de programação parecia decifrar um idioma alienígena. Variáveis, funções, loops… tudo era novo e desafiador. Tinha dias em que eu passava horas tentando entender por que um simples código não funcionava, e quando finalmente descobria, percebia que tinha ainda muito chão para percorrer.
A parte visual também me testou. Trabalhar com CSS, especialmente na parte responsiva dos sites, foi um verdadeiro exercício de paciência. Às vezes o layout quebrava sem eu saber o porquê, e cada tentativa de ajuste parecia chamar um novo problema. Mas, aos poucos, comecei a perceber que cada erro era uma oportunidade de aprendizado — e que a frustração fazia parte do processo de crescimento.
No meio desse oceano de tecnologias, frameworks e linguagens, foi fácil me sentir perdido. Eu não sabia por onde seguir ou qual caminho escolher. Mas, com o tempo, entendi que ninguém começa sabendo tudo — e que encontrar o próprio ritmo é essencial. Participar de comunidades, conversar com outros desenvolvedores e compartilhar dúvidas me fez perceber que eu não estava sozinho. Aprender programação deixou de ser apenas um desafio técnico e passou a ser uma jornada de autodescoberta.
O que a programação me ensinou sobre mim mesmo
Migrar para a área de programação não tem sido apenas uma mudança de carreira — tem sido também uma mudança de mentalidade. No início, eu via os erros como sinal de fracasso. Hoje em dia, entendo que eles são parte essencial do aprendizado. A programação me ensinou a encarar os problemas de outra forma: não como obstáculos, mas como desafios que pedem soluções criativas.
Essa nova perspectiva ultrapassou o código e alcançou minha vida pessoal. Aprendi que persistir é mais importante do que esperar o momento certo. Assim como em um projeto de software, a vida também exige ajustes, testes e correções constantes. Quando algo não sai como o esperado, o mais importante é não desistir na primeira falha — é revisar, entender o que deu errado e tentar novamente.
Atualmente, vejo que a programação mudou minha forma de pensar. Ela me mostrou que evolução não vem da perfeição, mas da prática constante. Cada linha de código escrita, cada erro corrigido, cada conquista, por menor que seja, representa progresso.
E se há algo que aprendi nessa jornada, é que não existe o momento perfeito para começar. O momento ideal é agora. Começar, errar, aprender e corrigir os próprios erros são partes inevitáveis — e fundamentais — do processo. No fim das contas, decidir migrar para a área de desenvolvimento tem sido mais do que uma decisão profissional; também tem sido uma escolha de crescimento, de coragem e de recomeço.