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Giane Mariano
Giane Mariano30/07/2025 13:20
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QA, Pentester e QA Ofensivo: Entenda as Diferenças e Convergências entre Esses Perfis

    À medida que a tecnologia evolui, os papéis dentro das equipes de desenvolvimento e segurança também se especializam. Entre os mais discutidos — e frequentemente confundidos — estão o QA (Quality Assurance), o Pentester e o QA Ofensivo. Todos lidam, de alguma forma, com a qualidade e a segurança de aplicações, mas atuam com ferramentas, métodos e objetivos distintos. Neste artigo, vamos explorar o que cada um faz, onde suas responsabilidades se cruzam e, principalmente, onde cada papel é insubstituível dentro de uma estratégia de desenvolvimento segura.

    O que faz um QA tradicional?

    O QA tradicional (Quality Assurance) é responsável por garantir que o software entregue atenda aos requisitos funcionais e não funcionais esperados. Ele trabalha para identificar falhas no comportamento do sistema antes que o produto chegue ao usuário final. Os testes aplicados por esse profissional incluem testes funcionais, testes de regressão, testes automatizados, além de testes exploratórios manuais para detectar falhas sutis.

    Seu foco principal está em:

    • Verificar se a aplicação faz o que foi planejado;
    • Validar a experiência do usuário e a integridade do fluxo;
    • Prevenir bugs que afetem o uso, mas sem foco em segurança ou abuso intencional do sistema.

    Por exemplo, um QA testará se o botão de “login” funciona com credenciais válidas. Mas ele não tentará entrar com uma senha manipulada via script, nem explorar falhas de autenticação.

    O que faz um Pentester?

    O Pentester (ou Testador de Penetração) é um profissional de segurança ofensiva, especializado em simular ataques reais para identificar vulnerabilidades técnicas em sistemas, redes e aplicações. Diferente do QA, o Pentester pensa como um atacante, tentando invadir, explorar e comprometer a segurança do ambiente.

    As atividades comuns incluem:

    • Exploração de vulnerabilidades em redes, APIs, bancos de dados e código;
    • Uso de ferramentas como Burp Suite, Metasploit, sqlmap, nmap, etc.;
    • Geração de relatórios técnicos com impacto, risco e provas de conceito;
    • Atuação sob escopos específicos com autorização formal (Black/Grey Box).

    O Pentester não está preocupado se a aplicação funciona — ele está interessado em como ela pode ser quebrada, mesmo que esteja "funcionando" perfeitamente para o usuário comum. Seu olhar é o do invasor.

    O que faz um QA Ofensivo?

    O QA Ofensivo é um perfil híbrido que nasce da junção entre o QA e o Pentester. Ele entende os fluxos de teste e requisitos funcionais como um QA, mas adota a mentalidade adversarial do Pentester. Seu objetivo é explorar falhas de lógica, segurança e uso indevido durante o processo de teste da aplicação.

    Esse profissional geralmente atua:

    • Durante o desenvolvimento ou homologação, antes do deploy;
    • Validando casos de uso e abuso, como falhas de autenticação, XSS, manipulação de parâmetros, permissões quebradas;
    • Automatizando ataques simulados com ferramentas como Selenium, Postman, Burp, ZAP e GitHub Actions;
    • Usando referências como OWASP Top 10 e ASVS como base de verificação.

    O QA ofensivo, portanto, não substitui o Pentester, mas antecipa riscos com mais agilidade dentro do ciclo de desenvolvimento. Ele serve como primeira linha de defesa, encontrando falhas críticas antes que virem incidentes em produção.

    Onde se sobrepõem?

    Apesar das diferenças, esses três perfis têm áreas de interseção, especialmente em contextos de DevSecOps e segurança shift-left:

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    O QA ofensivo está no meio do caminho: compreende os requisitos do negócio como um QA, mas executa testes maliciosos como um Pentester — respeitando o escopo de qualidade e time-to-market.

    Onde se diferenciam?

    • Foco de Teste: O QA foca na experiência do usuário. O Pentester foca em invasão. O QA ofensivo foca em encontrar vulnerabilidades com olhar de usuário e cérebro de atacante.
    • Fase de Atuação: O QA e QA Ofensivo atuam durante o desenvolvimento. O Pentester geralmente entra após o deploy ou em auditorias pontuais.
    • Ferramentas: QA usa Selenium, Cypress, Postman. QA ofensivo usa isso + Burp, ZAP, sqlmap. Pentester usa scanners, exploits e scripts de ataque mais complexos.
    • Objetivo final: O QA quer evitar bugs. O Pentester quer provar impacto real. O QA ofensivo quer testar com malícia controlada para proteger com inteligência.

    Conclusão

    Em tempos de aplicações complexas, APIs públicas e ataques cada vez mais automatizados, entender e valorizar cada um desses papéis é essencial para uma estratégia de segurança completa. O QA garante a funcionalidade. O Pentester valida a resiliência sob ataque. E o QA Ofensivo preenche a lacuna entre os dois — testando como um hacker e reportando como um QA.Se sua empresa quer lançar software seguro, o ideal é unir as três frentes. Se você é QA e quer evoluir, o caminho do QA Ofensivo é uma porta estratégica para o mundo da segurança da informação.

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    Comentários (1)
    DIO Community
    DIO Community - 30/07/2025 14:53

    Excelente artigo, Giane. Você conseguiu explicar de forma clara e didática a diferença entre QA, Pentester e QA Ofensivo, algo que muitos profissionais ainda confundem. A maneira como você contextualiza os papéis dentro do ciclo de desenvolvimento mostra como cada um é essencial para um software mais robusto e seguro.

    Na DIO acreditamos que a integração entre qualidade, segurança e aprendizado contínuo é o que prepara profissionais para construir soluções realmente inovadoras. Seu artigo reforça essa visão ao mostrar que a colaboração entre esses perfis não só fortalece o código, mas também amplia o olhar estratégico de quem está por trás dele.

    Para quem está iniciando em QA e quer seguir para o universo do QA Ofensivo, qual você acha que é a primeira habilidade que deve ser desenvolvida para fazer essa transição de forma sólida?

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