A Geração "Copilot": Estamos criando especialistas ou apenas operadores de ferramentas?
Sejamos honestos: quando foi a última vez que você escreveu uma função complexa do zero sem a ajuda de uma IA?
O mercado de tecnologia vive uma lua de mel com a Inteligência Artificial Generativa. A promessa é sedutora: "programe 10x mais rápido", "crie arquiteturas em segundos". Mas, como profissional que observa as trincheiras do desenvolvimento, preciso acender um alerta vermelho que poucos estão dispostos a discutir.
Estamos criando uma geração de desenvolvedores que sabem pedir, mas não sabem julgar.
A inovação tecnológica deveria ser uma alavanca para a criatividade humana, não uma muleta para a preguiça intelectual. O que vejo hoje são "desenvolvedores de prompt" — profissionais que conseguem gerar códigos incríveis com o Copilot ou ChatGPT, mas que travam completamente quando precisam depurar um erro de lógica que a IA não previu.
A tecnologia inovadora de verdade não é aquela que faz o trabalho por você; é aquela que permite que você vá além do óbvio. Se a sua única habilidade é "saber perguntar para o chat", sinto informar: você é perfeitamente substituível. A próxima atualização do modelo fará isso melhor e mais barato que você.
A verdadeira autoridade no mundo tech atual não está em quem usa mais ferramentas, mas em quem entende os fundamentos tão profundamente que consegue corrigir a própria IA.
O perigo não é a IA dominar o mundo. O perigo somos nós, humanos, esquecermos como o mundo funciona por baixo do capô. A inovação sem base sólida é apenas um castelo de cartas digitais esperando o primeiro bug para desmoronar.
Você é o piloto da tecnologia que usa ou apenas um passageiro deslumbrado no banco de trás?
A tecnologia avança, mas a essência de resolver problemas reais continua sendo humana. Não deixe sua lógica enferrujar enquanto sua ferramenta brilha.