Como Otimizar seu Currículo de DEV (simples e rápido)
Nota: Fique à vontade para assistir ao vídeo com as análises em meu canal no YouTube.
O currículo é, muitas vezes, o primeiro "oi" que você dá para uma empresa. O problema? Os recrutadores gastam, em média, apenas sete segundos naquela primeira olhada. Parece injusto, mas é a realidade. Por isso, causar um impacto positivo de cara é crucial.
Eu analiso currículos de DEVs há um tempo e percebi alguns erros bem comuns. A boa notícia é que são fáceis de corrigir. Neste artigo, eu resumi as principais lições que tirei dessas análises, focando em como você pode evitar as armadilhas de formatação, priorização e, o mais importante, como descrever sua experiência.
1. Formatação: O Combate aos "Buracos" e a Regra da Página Única
A primeira impressão é sempre visual. Sabe quando você bate o olho num currículo e vê aqueles espaços gigantes em branco? Isso passa uma impressão de falta de conteúdo ou de puro desleixo na formatação.
Da mesma forma, um currículo com várias páginas pode não ser a melhor estratégia. Eu sou enfático neste ponto: se o seu currículo não cabe em uma única página, ele não está otimizado.
Pode parecer radical, mas isso força você a ser conciso e a pensar no que é realmente relevante. Use o espaço de forma inteligente, seja consistente e mantenha tudo legível.
2. A Ordem dos Fatores Altera (e Muito) o Produto
A hierarquia da informação é vital. Um erro clássico que vejo é a galera colocar seções menos importantes, como "habilidades", logo no topo, acima da "experiência" profissional. Pense comigo: sua experiência prática quase sempre vale mais para um recrutador.
Outros pontos que você precisa prestar atenção:
- Ordem Cronológica Inversa: Sempre, liste sua experiência mais recente primeiro. Eu já analisei um currículo que fez o contrário. O que acontece? O recrutador bate o olho, vê uma data de término de dois anos atrás e pode descartar seu currículo achando que você está desatualizado, sem nem ler o resto.
- Hierarquia na Educação: Não misture seu Bacharelado com aquele curso de 10 horas da Alura ou da DIO no mesmo balaio. Sua formação principal (graduação, tecnólogo etc) tem que ter o destaque dela. Os cursos complementares são ótimos, mas entram numa seção separada ou, se o espaço estiver apertado, talvez nem entrem.
3. Vago vs. Impactante: A Arte de Descrever sua Experiência
Aqui é onde a maioria derrapa. É o ponto mais crítico. Vejo muitos DEVs descrevendo suas funções de forma passiva ou vaga, tipo: "contribuir com a melhoria de performance".
Meu conselho é: seja direto e foque no impacto.
Seja Direto: Em vez de "aplicando uma estrutura para salvar dados em cache com Redis", que tal "usei cache com Redis para diminuir o tempo de resposta da aplicação"? É mais limpo, mais direto e mostra o que você fez.
Além disso, o impacto real tende a ser medido em números. Você "diminuiu a latência"? Legal, mas "em quantos por cento?" Você implementou um projeto? "Quantos alunos usam esse sistema?" Números são a prova do seu valor.
A descrição do seu projeto deve conter o que você fez e o impacto que causou, tudo ali, junto e misturado.
Jamais Subestime sua Experiência. Tive casos de dev tentando descrever um ano inteiro de trabalho em três pequenos bullet points. Isso é impossível. Você precisa "tirar leite de pedra", lembrar de tudo que fez, dos perrengues que resolveu e detalhar essas contribuições.
4. Foco: Menos é Mais
Um currículo "muito cheio" e com "foco de menos" também é um problema. Analisei o currículo de uma desenvolvedora que listou experiência em suporte, gestão de equipe, requisitos, integração, API e banco de dados... tudo embolado. Isso confunde o recrutador.
Se a vaga que você quer é para backend, seu currículo tem que gritar backend. Nesse caso, a candidata deveria focar em "tirar leite de pedra" das experiências de API, banco e integrações, e diminuir o peso das outras funções.
O veredito final dessas análises é claro: eu vejo muitos desenvolvedores com um potencial incrível e ótimas experiências, mas que simplesmente não estão sabendo mostrar esse potencial no currículo.
Otimizar seu currículo não é sobre listar tudo o que você já fez. É sobre construir uma narrativa focada, impactante e, se possível, quantificável que prove, naqueles sete segundos, por que você é a pessoa certa para a vaga.



