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Megghan Silva06/08/2025 16:35
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Suzano - Python Developer #2Recomendado para tiSuzano - Python Developer #2

De estudante a candidata: como foi encarar minha primeira entrevista em tecnologia

    Eu não sei como fui nessa entrevista porquê é a minha primeira então não tenho nenhuma base de comparação!

    Esse é um relato que eu decidi fazer para contextualizar e registrar para outros como foi a minha primeira expêriencia em uma entrevista real na area de tecnologia. Espero que ajude outros estudantes a se preparem e ficarem mais tranquilos quando forem passar por essa experiência.

    Um pouco de contexto: meu background.

    Eu venho de uma carreira administrativa e já não sou mais tão nova assim. Como toda criança dos anos 90, eu cresci cercada de jogos e presenciei a evolução dos celulares tijolão para os flip-flop, e então para os ultrafinos, e por aí vai. Minhas áreas de interesse eram simplesmente todas! Pintar? Vamos! Fazer contas? Tenho um pouco de dificuldade, mas vamos!

    Eu sempre gostei de estudar. E sempre gostei de aprender coisas novas e criar. Nada disso me ajudou a saber o que eu queria fazer, então eu optei por aquilo que me parecia o mais interessante e mais difícil. E assim entrei em Licenciatura em Matemática na UFSCar.

    Foi um curso que me armou com as ferramentas para considerar que estou pronta para o que der e vier na vida. Foi lá que eu aprendi a estudar de verdade, que cursos de nível superior não têm nada a ver com o ensino médio (sério), a ralar, e que rapadura é doce, mas não é mole.

    Foi também nesse curso que eu tive meu primeiro contato com programação de verdade. Sabe aquela história de amor à primeira vista? Foi tipo isso. Eu gostei do processo, da lógica envolvida e das possibilidades. Eu passava mais tempo codando do que estudando as matérias do meu curso, e foi durante a pandemia, enquanto eu comentava em uma call que estava fazendo um jogo com as coisas que aprendi, que uma amiga me mandou a real: "Por que você não troca de curso?"

    Trocar de curso?

    Essa era uma coisa passando na minha mente há tempos, mas e a coragem de deixar uma vaga em uma universidade federal? Mas nós estávamos na pandemia, e eu ainda cozinhei essa decisão por alguns anos. Dois anos, para ser exata. E, para ser ainda mais precisa, não foi uma decisão tomada puramente no meu desejo de ir para a tecnologia. A real é que a minha vida estava passando por um período muito difícil de finais de ciclos, que culminaram com minha decisão de trancar o curso e mudar de cidade.

    E agora, José?

    Quando eu comecei a estudar para Desenvolvimento Web, estava na nova cidade, sem emprego e cuidando da minha mãe doente. Ela melhorou, o que foi um alívio. Eu continuei estudando e consegui um emprego ainda na área administrativa. E então comecei a faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

    A promessa do mercado de tecnologia

    Vocês sabem que o que mais tem é gente falando que tecnologia é a profissão do futuro. Que tem uma quantidade absurda de vagas esperando profissionais e etc... Eu sou cética por natureza, e por isso achei que estava preparada para a realidade por trás dessas promessas. Que não seria tudo tão lindo assim.

    Só que eu não esperava que seria bem pior. A realidade, do meu ponto de vista, é um mercado cheio de vagas para as quais não posso concorrer, que pedem anos de experiência que eu não tenho, para vagas de estágio. Um mercado onde tudo que estou aprendendo precisa ser aprendido, mas que uma IA qualquer consegue fazer mais rápido e melhor que eu.

    E assim foi um ano e meio de faculdade. Dois anos de estudo por conta. Uma quantidade indizível de esforço para não deixar a peteca cair enquanto trabalho e estudo. Ser nova em uma cidade e ter que dar um jeito de sair da minha bolha para conhecer pessoas, me envolver na área, ir em eventos e por aí vai.

    E, enquanto isso, as dezenas de currículos enviados para vagas que eu achava que conseguiria lidar (a maioria estágios) eram apenas enviados. Uma vez ou outra, eu recebia uma resposta, algo nas linhas de: "Obrigado pela sua candidatura, mas..."

    Claro que eu ficava questionando se o problema era eu. Sei pouco? Currículo está ruim? Por que ninguém me dá um feedback?

    E, quando compartilhei minhas dores com uma pessoa do RH, ela me disse que era questão de sorte. Que eu precisava continuar insistindo.

    😒 <--- eu

    A primeira entrevista (e o motivo pelo qual você veio ler este artigo)

    O convite para a primeira entrevista veio pelo WhatsApp. A recrutadora da empresa que eu tinha me inscrito mandou mensagem perguntando se eu podia conversar. Com o coração na mão, eu perguntei se poderia ser no outro dia porque eu estava trabalhando (as contas não se pagam sozinhas, pessoal!).

    Eu estava em pânico total e absoluto. Na minha cabeça, pedir para remarcar a data já era motivo para eles não me quererem. Eu estar trabalhando também era outro motivo. Deixe-me esclarecer: nenhum desses motivos é um bom motivo para um recrutador desconsiderar um candidato, eu sei disso na minha mente. Mas, no meu coração, eu estava surtando.

    Como diz minha mãe, uma boa noite de sono faz milagres, e no dia seguinte eu já estava menos louca nervosa, e a conversa foi quase um abraço.

    O que ela me perguntou

    Exatamente as mesmas coisas que me perguntaram em uma entrevista para a área administrativa. Só que adaptada para a tecnologia.

    Para quem nunca fez nenhum tipo de entrevista antes, eu vou elaborar. Nós falamos por uns vinte minutos, e os tópicos, no geral, foram esses:

    • fale sobre você
    • como se interessou por tecnologia?
    • por que se inscreveu na vaga?
    • por que você é um bom candidato para essa vaga?
    • quais projetos você já fez, seja da faculdade ou pessoal
    • sobre a empresa
    • sobre a vaga em si (detalhes sobre salário, horário e afins)
    • perguntas

    Eu não vou entrar em detalhes das minhas respostas porque vocês já sabem um pouco sobre mim, e as outras perguntas são específicas demais para serem úteis. A única coisa que vou dizer é que não respondam "por que se inscreveu na vaga" com "porque preciso de dinheiro", ainda que seja verdade. Ah, e ter perguntas para fazer é sempre bom, demonstra interesse. Uma forma fácil de ter perguntas é pesquisar sobre a empresa, e daí você pode perguntar como as políticas da empresa são aplicadas para a sua vaga, por exemplo.

    Minhas impressões

    Eu nunca fiz uma entrevista na área de tecnologia, então não tenho nenhuma outra experiência para saber se foi uma boa "primeira vez". O que posso dizer é que a entrevistadora foi muito gentil, e nós tivemos uma conversa muito tranquila e fluida.

    No momento em que estou escrevendo isso, eu não sei se consegui a vaga ou não. Quando souber, posso até trazer uma parte dois (se vocês quiserem). O que eu sei é que, depois de dois anos, eu finalmente pude conversar com alguém e mostrar o que eu quero, quem eu sou e por que vim.

    E ainda que o mercado não esteja as mil maravilhas que pintam por aí, e eu sequer saiba se minha entrevista deu certo, apenas por ter algum retorno já foi uma boa experiência.

    Concordam?

    Esse é meu segundo artigo aqui na DIO, então adoraria saber o que vocês acham e se gostariam que eu escrevesse mais!

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    Comentarios (3)
    DIO Community
    DIO Community - 07/08/2025 09:44

    Excelente artigo, Megghan. Seu relato sobre a primeira entrevista na área de tecnologia é honesto, sensível e extremamente necessário, especialmente para quem está começando e enfrenta não só os desafios técnicos, mas também emocionais e sociais da transição de carreira. A forma como você compartilhou sua trajetória com vulnerabilidade e clareza transforma sua experiência em um conteúdo de grande valor para outros estudantes e iniciantes.

    Na DIO, acreditamos que cada história como a sua reforça o poder da comunidade tech: um espaço onde apoio, troca e acolhimento são tão importantes quanto o domínio técnico. Mostrar que a jornada envolve altos, baixos, persistência e humanidade ajuda a desmistificar o processo e acolher quem está chegando agora.

    Na sua opinião, para quem está começando, o maior desafio está em lidar com a insegurança emocional e o medo de não ser suficiente ou em conseguir traduzir suas experiências pessoais e acadêmicas em argumentos fortes para uma entrevista técnica?

    Bárbara Nunes
    Bárbara Nunes - 06/08/2025 17:41

    tomara que de tudo certo , e se não der foi o primeiro passo para sua conquista .

    Felipe Lourenço
    Felipe Lourenço - 06/08/2025 17:02

    Aguardando atentamente a parte 2. Boa sorte!

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