Esquecer o básico nos limita: o que o GitHub oferece além do push e pull
Criei coragem para escrever esse artigo após entender o que significa quando esquecemos o básico às vezes ficamos presos em problemas que já têm solução, ferramentas que já foram criadas e que poderiam facilitar (e muito) o nosso dia a dia como devs.
Com a formação GitHub Certification, eu adquiri muito conhecimento sobre como lidar com problemas comuns relacionados ao Git e ao próprio GitHub. Foram diversas soluções que, ao comentar com colegas, descobri que muitos nem conheciam ou sequer tinham parado para explorar. Mesmo sendo recursos simples, que economizam tempo e esforço, passam despercebidos porque estamos sempre focados no código, nos commits, e esquecemos que o GitHub é bem mais do que só push e pull.
Eu entendo a importância de decorar comandos, isso é essencial. Mas também é importante saber que existem ferramentas criadas para tornar tudo mais simples. Um bom exemplo é o GitHub Desktop muita gente torce o nariz por achar que “quem é dev de verdade usa só terminal”, mas a real é que ele agiliza muito tarefas como staging, merge e resolução de conflitos, principalmente em equipes.
Outra ferramenta subutilizada é o Projects. Muita gente usa o Trello ou o Notion para gerenciar tarefas, mas ignora que o GitHub já oferece um quadro kanban integrado ao repositório, onde você pode conectar issues, pull requests e acompanhar o andamento de tudo em um só lugar.
Falando em Issues, elas não servem só para relatar bugs. Elas são poderosas para discutir ideias, planejar novas features, documentar dúvidas e até registrar decisões técnicas. Ainda mais quando combinadas com Labels, Milestones e Templates.
E o Wiki? Praticamente um repositório vivo de conhecimento do projeto. Em vez de criar um Google Doc perdido ou uma planilha no Drive que ninguém atualiza, por que não manter tudo documentado direto no repositório, com histórico de mudanças e versionamento?
Outro recurso que merece destaque é o GitHub Codespaces uma máquina virtual com VS Code e tudo configurado pra você codar direto no navegador, sem precisar instalar nada localmente. Ideal pra contribuir com projetos novos ou testar algo rapidamente.
Sem falar no Fork, que muitos ainda não usam como deveriam. Ele é muito mais que um simples “clone” de um repositório é uma forma estruturada de contribuir com projetos open source, mantendo o controle da sua cópia e podendo abrir pull requests com mais liberdade.
A verdade é que a maioria dessas ferramentas estão ali, à disposição, mas passam batido no dia a dia porque esquecemos de parar e explorar. Às vezes, o básico não é decorar comandos, mas entender que existe uma infraestrutura completa pronta pra te apoiar.
No fim das contas, a gente se acostuma tanto a resolver tudo na unha que esquece de olhar para os lados. O GitHub vai muito além do controle de versão. Ele oferece uma série de ferramentas pensadas justamente para melhorar o fluxo de trabalho, organizar tarefas, facilitar contribuições e economizar tempo.
Não se trata de abandonar o terminal ou os comandos que já conhecemos tão bem, mas de reconhecer que existem atalhos inteligentes e usá-los não te torna um dev menos competente, pelo contrário. Mostrar que você domina bem a plataforma, sabe extrair o melhor dela e otimiza seu trabalho, é sinal de maturidade profissional.
Então, da próxima vez que você estiver empacado em um processo que parece repetitivo ou bagunçado, se pergunte: será que já não existe uma solução no próprio GitHub para isso?
Voltar ao básico, nesse caso, é abrir espaço para evoluir.
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