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Renan Ramlov
Renan Ramlov02/09/2025 13:19
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Low-Code e a Nova Era do Desenvolvimento

    Como plataformas acessíveis estão acelerando a criação de soluções e democratizando a tecnologia

    O mundo digital nunca esteve tão acelerado. Todos os dias surgem novas demandas por aplicativos, sistemas e automações que antes exigiam grandes equipes de desenvolvedores, longos prazos de entrega e investimentos altos. Nesse cenário, uma abordagem emergiu como solução prática e transformadora: o Low-Code.

    O Low-Code representa um novo paradigma no desenvolvimento de software. Em vez de depender exclusivamente de código escrito manualmente, ele utiliza interfaces gráficas, componentes prontos e automações inteligentes que permitem a criação de aplicativos em tempo recorde. Mais do que isso, ele está democratizando o acesso à tecnologia, permitindo que pessoas de diferentes áreas participem ativamente do processo de criação de soluções digitais.

    O que é Low-Code e como funciona?

    O termo Low-Code refere-se a plataformas que permitem desenvolver aplicações com mínima codificação manual. O objetivo é simplificar e agilizar o processo, sem eliminar completamente a programação (como ocorre em soluções No-Code).

    Características principais

    • Interfaces visuais: blocos, fluxos e diagramas que representam processos.
    • Bibliotecas de componentes prontos: formulários, botões, integrações e dashboards.
    • Conectores automáticos: integração nativa com bancos de dados, APIs e serviços de terceiros.
    • Customização por código: quando necessário, o desenvolvedor pode incluir trechos específicos.
    • Escalabilidade: muitos sistemas Low-Code já oferecem suporte à nuvem e ambientes corporativos.

    Esse modelo transforma a forma como pensamos em desenvolvimento: em vez de partir da programação, parte-se da solução desejada.

    Por que o Low-Code é uma revolução?

    O Low-Code quebra um dos maiores gargalos da era digital: a escassez de programadores qualificados. Segundo relatório da IDC (2022), estima-se que até 2026 o déficit global de desenvolvedores chegue a 4 milhões de profissionais. Nesse contexto, o Low-Code surge como alternativa poderosa.

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    Impactos imediatos

    • Redução de custos: menos horas de desenvolvimento e menor dependência de equipes grandes.
    • Agilidade: soluções que antes demoravam meses, agora podem ser entregues em semanas ou até dias.
    • Inclusão de perfis diversos: analistas, gestores, designers e até empreendedores conseguem criar protótipos.
    • Inovação descentralizada: cada área da empresa pode desenvolver pequenas soluções personalizadas.

    Democratização do acesso à tecnologia

    A tecnologia nunca foi tão acessível quanto hoje, mas o código ainda era uma barreira. Com o Low-Code, essa barreira está sendo derrubada.

    Exemplos de democratização

    • Empreendedores iniciantes podem criar aplicativos de delivery, gestão financeira ou marketplace sem gastar fortunas.
    • Escolas conseguem desenvolver sistemas internos de acompanhamento de alunos usando ferramentas Low-Code.
    • ONGs passam a ter aplicativos próprios para gerenciar doações e voluntários, algo antes inviável por custos.
    • Pequenos negócios podem automatizar processos administrativos e focar no crescimento.
    O que antes era privilégio de grandes corporações agora está disponível para qualquer pessoa com uma boa ideia e acesso a uma plataforma Low-Code.

    Estudos de caso: empresas que já transformaram seus processos com Low-Code

    1. Schneider Electric

    A multinacional francesa de energia e automação utilizou plataformas Low-Code para digitalizar processos internos, criando mais de 60 aplicativos em menos de 2 anos. O resultado foi uma economia de milhões de euros em custos de operação e maior agilidade na tomada de decisão.

    2. Banco Santander

    No Brasil, o Santander usou o Mendix, uma das plataformas Low-Code mais populares, para lançar produtos digitais em semanas. Antes, o ciclo de desenvolvimento bancário levava meses devido à complexidade e regulamentação.

    3. Heineken

    A gigante de bebidas aplicou Low-Code para otimizar a gestão da cadeia de suprimentos. Em poucos meses, desenvolveu dashboards customizados para monitorar estoques em tempo real, reduzindo falhas logísticas e aumentando a eficiência global.

    4. Prefeitura de São Paulo

    Durante a pandemia de COVID-19, a Prefeitura de São Paulo criou rapidamente uma plataforma de monitoramento de leitos hospitalares com Low-Code. Essa solução, que poderia levar meses para ser construída, ficou pronta em poucas semanas, ajudando no gerenciamento de vidas.

    Plataformas Low-Code mais utilizadas

    Diversas ferramentas ganharam destaque global, cada uma com suas especificidades:

    • Mendix – voltada para grandes empresas, integração robusta.
    • OutSystems – ideal para soluções escaláveis e complexas.
    • Microsoft Power Apps – muito usada em pequenas e médias empresas que já utilizam o Microsoft 365.
    • Appian – foco em automação de processos.
    • Zoho Creator – acessível para pequenas empresas e startups.

    Essas plataformas atendem tanto grandes corporações quanto indivíduos que estão começando no mundo digital.

    O impacto do Low-Code em diferentes setores

    Educação:

    Escolas podem criar portais personalizados para acompanhamento de alunos, integração com plataformas de ensino e até aplicativos para comunicação direta entre professores e pais.

    Saúde:

    Hospitais e clínicas conseguem automatizar agendamentos, prontuários digitais e teleconsultas sem depender de softwares caros.

    Varejo:

    Pequenos lojistas desenvolvem aplicativos próprios para delivery, controle de estoque e campanhas de fidelização.

    Setor público:

    Governos locais criam sistemas de atendimento online, reduzindo filas e tornando serviços públicos mais acessíveis.

    Dados e referências que comprovam a tendência

    • O Gartner estima que até 2026, 75% das aplicações empresariais serão desenvolvidas em plataformas Low-Code.
    • A Forrester Research apontou que empresas que adotaram Low-Code reduziram em até 60% o tempo de desenvolvimento de soluções.
    • Segundo o relatório da IDC (2023), o mercado global de Low-Code deve movimentar US$ 65 bilhões até 2027.

    Esses números mostram que não estamos diante de uma moda passageira, mas de uma transformação estrutural na forma de desenvolver software.

    O futuro do Low-Code: integração com IA e hiperautomação

    O futuro aponta para uma combinação poderosa: Low-Code + Inteligência Artificial (IA).

    • A IA já está sendo usada para sugerir fluxos de automação dentro de plataformas Low-Code.
    • Desenvolvedores “cidadãos” poderão simplesmente descrever o que desejam em linguagem natural, e a IA gerará os blocos necessários.
    • Com a hiperautomação, empresas terão processos totalmente digitais e interconectados, reduzindo custos e aumentando eficiência.

    Isso significa que, em breve, qualquer pessoa poderá criar aplicativos sofisticados apenas conversando com a plataforma.

    Conclusão: um futuro mais acessível e inclusivo

    O Low-Code está revolucionando a forma de construir soluções digitais, reduzindo custos, acelerando prazos e permitindo que pessoas de diferentes áreas participem da criação tecnológica.

    Mais do que uma tecnologia, ele representa uma mudança cultural: a inovação não é mais restrita a engenheiros de software, mas aberta a empreendedores, professores, médicos, gestores públicos e qualquer cidadão com uma boa ideia.

    Em resumo, o Low-Code está democratizando o acesso à tecnologia e garantindo que o futuro digital seja mais inclusivo, rápido e eficiente.

    Referências Bibliográficas

    • Gartner. Magic Quadrant for Enterprise Low-Code Application Platforms. Gartner Research, 2023.
    • Forrester Research. The Forrester Wave™: Low-Code Development Platforms For AD&D Professionals. Forrester, 2022.
    • IDC. Worldwide Low-Code Development Platforms Forecast, 2023–2027. IDC, 2023.
    • Mendix. Customer Stories. Disponível em: https://www.mendix.com. Acesso em: 02 set. 2025.
    • OutSystems. The Low-Code Imperative: Speed and Agility for the Modern Enterprise. OutSystems, 2022.
    • Richardson, C. Microservices Patterns: With examples in Java. Manning Publications, 2018.
    • O’Reilly Media. Low-Code/No-Code: Democratizing Software Development. O’Reilly Report, 2021.
    • Fowler, M. Patterns of Enterprise Application Architecture. Addison-Wesley, 2003.
    • Microsoft. Power Apps Documentation. Disponível em: https://learn.microsoft.com/powerapps. Acesso em: 02 set. 2025.
    • Appian. Case Studies. Disponível em: https://appian.com. Acesso em: 02 set. 2025.
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    Comentarios (1)
    DIO Community
    DIO Community - 02/09/2025 15:04

    Excelente artigo, Renan! A forma como você estruturou o texto trouxe clareza tanto para quem está conhecendo o conceito de Low-Code agora quanto para quem já acompanha a tendência no mercado. Gostei especialmente do cuidado em equilibrar explicação conceitual, dados de mercado e estudos de caso práticos e exemplos como Schneider Electric, Santander, Heineken e até a Prefeitura de São Paulo dão peso real ao impacto do Low-Code.

    Outro ponto de destaque foi a conexão com democratização e inclusão digital. Você mostrou bem que não se trata apenas de uma tecnologia para grandes empresas, mas também de uma oportunidade para escolas, pequenos negócios e até órgãos públicos acelerarem sua transformação digital. Essa visão amplia o alcance do artigo e reforça o Low-Code como movimento cultural, não apenas técnico.

    Na DIO, acreditamos exatamente nisso: quando a tecnologia se torna mais acessível, ela abre espaço para mais inovação, diversidade de ideias e protagonismo de diferentes áreas.

    Me conta: você vê o futuro do Low-Code mais voltado para empresas usando como motor de hiperautomação ou para indivíduos e pequenos times transformando ideias em produtos rapidamente?