Mulheres na tecnologia: a necessidade de discussão sobre a inclusão no mercado tecnológico.
Por que é importante falar sobre mulheres na tecnologia?
Os últimos anos têm sido marcados pelo aumento gradativo da presença feminina em cargos de tecnologia. Dados recentes apontam um aumento de 60% da participação de mulheres no mercado tecnológico entre os anos de 2015 e 2022. No entanto, apesar deste aumento significativo, é possível perceber que as mulheres ainda constituem parte muito ínfima das equipes de tecnologia. As pesquisas também apontam que algumas das principais motivações para este número ainda tão reduzido são: as diferenças salariais, a discriminação, e a falta de incentivo para estas, que compõem a maior parte da sociedade brasileira. O quadro torna-se ainda mais alarmante quando considerados os recortes de classe, raça e gênero.
Economia? Tecnologia? Magistrado? Desde muito novas ouvimos que essas e tantas outras profissões são “coisas de homem”, e, portanto, as mulheres não se saem tão bem cumprindo esses cargos, não da mesma forma que os homens. Atrelado à isso, diariamente as mulheres têm a sua moral questionada, mesmo quando ocupam o cargo de liderança. A falta de apoio, a responsabilidade integral sobre a casa, sobre os filhos e sobre a sua própria vida, a síndrome de impostora, o desânimo, e tantas outras coisas resultam no afastamento das mulheres de cargos como estes.
Mais uma vez pergunto: por que é importante falar sobre mulheres na tecnologia?
E eis a resposta: Porque nós, mulheres, também estamos nesses espaços. Porque nós temos o direito de trilhar os caminhos e ocupar os cargos que nos interessam. Porque durante muito tempo esse ramo foi tratado como exclusivo dos homens, mesmo marcado por importantes nomes femininos, como Ada Lovelace (primeira programadora da história), Grace Hopper (inventora do primeiro compilador para linguagens de programação e da primeira linguagem de programação comercial, o COBOL; também criadora do termo “bug”), e Radia Perlman (conhecida como mãe da internet). Porque nós estudamos, nos qualificamos, fazemos faculdades e especializações, mas muitas empresas ainda nos excluem, não por falta de potencial e capacidade, mas porque este ainda é um mercado majoritariamente masculino, com líderes e representantes masculinos.
A inclusão nas empresas já existe?
Atualmente existe uma série de projetos e eventos que buscam unir as mulheres ao mercado tecnológico, como é o caso do PrograMaria, apoiado pela B3 social, e o evento da Tech Woman, o qual teve a sua primeira edição no mês de novembro em Recife - PE. Além disso, algumas empresas, como é o caso da empresa de consultoria tecnológica Avanade, têm buscado contratar cada vez mais mulheres, com o intuito de futuramente atingir igualdade na quantidade de homens e mulheres na equipe. O objetivo principal é que mais empresas possam seguir esse ideal e que a inclusão de meninas e mulheres no mercado tecnológico possa crescer cada vez mais. O caminho ainda é longo, mas seguimos fortes estudando e nos empenhando para ocupar estes espaços que também são nossos.
Sou grata por ter mulheres como minha principal fonte de inspiração.
Referências:
https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/mulheres-na-tecnologia/
https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/presenca-feminina-cargos-tecnologia/