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Arthur Soares29/05/2025 22:27
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WEX - End to End EngineeringRecomendado para tiWEX - End to End Engineering

🚨 Não clique aqui: o autor desse texto é uma fraude (ou pelo menos achava que era)

    Tem dias em que a gente olha pro código, pro cargo que ocupa, pra trajetória que percorreu — e a pergunta ecoa: "Como eu cheguei aqui?" Durante muito tempo, a minha resposta era: sorte, acaso, algum bug no sistema. Parecia que eu tava usando uma roupa emprestada, esperando o momento em que alguém perceberia a farsa e mandaria devolver.

    Só mais tarde a ficha caiu: essa sensação tem nome. E não, ela não é prova de incompetência — é a síndrome do impostor te encarando no espelho. E o mais irônico? Por trás dessa "fraude", muitas vezes, existe um percurso de esforço e mérito que a própria mente se recusa a enxergar.

    Quando tudo começou

    Meu primeiro emprego foi quase um acidente. Fui cancelar minha matrícula na faculdade — e saí de lá com uma oferta: trabalhar como digitador em troca de uma bolsa. Era um trabalho simples, mas dentro de mim já batia a dúvida: “Será que eu dou conta?” A sombra da inadequação já tava ali. Depois veio o concurso do IBGE, pra agente de informática. Passei. Minha explicação? Pura sorte. Mais alguns anos e fui contratado como técnico em informática. O título parecia grande demais pra quem eu achava que era. Trabalhava com colegas experientes, sêniores em programação, banco de dados, eletrônica — e eu? Só tentava acompanhar. Cada ordem de serviço resolvida era seguida de um sussurro interno: “Foi sorte. Só dessa vez. Na próxima te descobrem.” Mais tarde, fui aprovado no concurso dos Correios. E aí, finalmente, o reconhecimento? Que nada. A prova tinha sido fácil, qualquer um teria passado... certo?

    A virada: uma frase que me fez parar

    Foi num dia qualquer que alguém me disse: “Você só conseguiu essas oportunidades porque é capaz.” Simples assim. Mas aquilo bateu forte. Comecei a revisitar minha trajetória com outros olhos. No trabalho de digitação, eu não só aprendi a digitar — fui além. Aprendi diagramação, design, e logo tava sendo chamado pra atuar como designer gráfico da instituição. No cargo técnico, percebi que eu me preparei, sim. Desde a convivência com o CPD lá no começo, passando pelo curso técnico em informática, até os aprendizados com colegas no IBGE — tudo somou. E o concurso? Era só uma vaga. Eu fui o primeiro colocado. E, sim, isso também é mérito. Comecei a desmontar, devagar, a narrativa que eu mesmo havia construído contra mim.

    O impostor real não sente culpa

    O verdadeiro impostor raramente se sente assim. Não questiona seu lugar. Quem sofre da síndrome, como eu, não finge ser mais do que é — luta pra acreditar que é tão bom quanto parece. A fraude mora na percepção. É a história que a gente conta sobre si mesmo — e acredita. O verbo imponere, de onde vem “impostor”, significa isso: colocar algo sobre o real. E era o que eu fazia: cobrindo minhas vitórias com camadas de dúvida.

    O mundo tech piora isso tudo

    A área tech é um prato cheio pra essa síndrome. Tudo é rápido, competitivo, brilhante na superfície. Todo mundo parece dominar tudo. Mostrar vulnerabilidade? Tabu. Dizer “não sei”? Risco. Então a gente se cala — e o silêncio alimenta o impostor. Como disse Bauman, vivemos uma era líquida. Talvez nossas certezas também sejam. Fluidas, escorregadias. A autocrítica dissolve o mérito. A comparação constante apaga a confiança.

    Como eu comecei a virar o jogo

    Essas três atitudes têm me ajudado a encarar essa sensação sem deixar que ela me defina:

    1. Desafiar a narrativa interna.

    Quando a voz diz “você não é bom o suficiente”, eu pergunto: com base em quê? Como disse Clóvis de Barros: "Como assim, não vou entender? Eu comi na infância, comi, me deram leite materno, me deram leite ninho, o cérebro tem um tamanho de um cérebro normal, neurônio tem à vontade, então…"

    2. Reconhecer conquistas.

    Registro pequenas vitórias: uma entrega bem feita, um elogio, um aprendizado.

    Às vezes num post-it, às vezes só mentalmente. Mas mantenho essas conquistas à vista.

    3. Procurar apoio real.

    Nem sempre a liderança te apoia, mas colegas, amigos e mentores podem ser esse espelho. Pessoas que te ajudam a ver sua jornada com mais clareza — e menos julgamento.

    Conclusão: o impostor não paga suas contas

    A síndrome do impostor não é um sinal de fraqueza. É, muitas vezes, a cicatriz de quem se esforça demais e reconhece de menos. Hoje, quando a dúvida bate, eu tento lembrar:

    Eu não tô aqui por acaso. Eu trabalhei. Estudei. Me preparei. E mesmo quando duvidei, eu continuei. A persistência, por si só, já é uma prova de capacidade. Se você também sente essa impostura morando em você, saiba: você não está sozinho. Talvez, como eu, só precise reler sua história com mais generosidade. E com mais verdade.

    📢 Já se sentiu assim?

    Qual foi seu momento de virada? Ou quem sabe, você conheça alguém que precisa dessa mensagem. Compartilhe — e vamos, juntos, desmascarar essa farsa.

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    Comentarios (2)
    DIO Community
    DIO Community - 30/05/2025 10:43

    Excelente, Arthur! Seu artigo é um desabafo corajoso e incrivelmente empático sobre a síndrome do impostor, um tema tão comum e, muitas vezes, silencioso na área de tecnologia. É inspirador ver como você desmascarou essa "farsa" interna e reconheceu o mérito por trás de sua trajetória.

    Na DIO, valorizamos o autoconhecimento e a mentalidade de crescimento, pois acreditamos que a resiliência e a persistência são pilares para o sucesso. Sua reflexão sobre o esforço e o mérito se alinha perfeitamente à nossa missão de capacitar talentos, ajudando-os a superar barreiras e a enxergar seu verdadeiro potencial.

    Considerando que "o impostor real não sente culpa", qual você diria que é a maior diferença na atitude ou comportamento de alguém que sofre da síndrome do impostor em comparação com um verdadeiro impostor?

    Carlos Barbosa
    Carlos Barbosa - 29/05/2025 23:09

    Ótimo post, Arthur!! Interessantíssimo!! 🤓

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