image

Accede a bootcamps ilimitados y a más de 650 cursos para siempre

75
%OFF
Article image
Jullia Paula
Jullia Paula17/11/2025 20:06
Compartir

TI, Trabalho e Sobrevivência: A Jornada Invisível de Quem Tenta Mudar de Vida Pela Educação

    Nos últimos anos, a Tecnologia da Informação se tornou o símbolo de possibilidade, futuro e transformação social. Mas ao mesmo tempo em que as portas do setor parecem abertas, quem realmente tenta entrar percebe que o caminho é muito mais estreito e difícil do que costuma ser mostrado.

    Falo como alguém que ainda vive uma rotina dupla: sou Técnica de Enfermagem, estudo Análise e Desenvolvimento de Sistemas e sigo tentando conquistar a minha primeira oportunidade na TI — algo que, para muitas pessoas, parece simples, mas que na realidade exige muito mais do que apenas força de vontade.

    E essa é a verdade que quase não é dita.

    📌 Introdução

    Migrar para a área de Tecnologia, vindo de um contexto desafiador, é muito mais do que aprender lógica, programação, redes ou metodologias.

    É tentar construir um futuro enquanto se luta para não perder o presente.

    É equilibrar trabalho, cansaço, estudo, vida pessoal, instabilidade, rotina pesada e, ainda assim, encontrar energia para acreditar que a educação pode mudar destinos.

    É também conviver com exigências cada vez mais altas para vagas que, teoricamente, deveriam ser de entrada — e com a sensação desconfortável de que o “básico necessário” nunca é suficiente.

    📘 Desenvolvimento

    1. A luta silenciosa de milhares que tentam entrar na TI

    Para quem já está inserido no setor, a caminhada pode parecer lógica e natural. Mas para quem vem de outras áreas — como eu, que continuo na saúde — a realidade é outra.

    É estudar no intervalo do trabalho.

    É reescrever planos de vida às pressas.

    É abrir mão de descanso para dar lugar a aulas, exercícios e projetos.

    É tentar acompanhar processos seletivos com requisitos que pouco dialogam com a realidade de quem ainda está começando.

    E, mesmo assim, continuar acreditando.

    Porque para muitos de nós, a TI não é apenas uma carreira — é uma esperança concreta de mudança.

    2. O peso adicional de ser mulher, pobre e sem rede de apoio

    Quando falamos sobre oportunidades, é impossível ignorar que o ponto de partida nunca é igual.

    Para mulheres, especialmente de origem humilde, a jornada traz camadas adicionais:

    • a necessidade constante de provar competência,
    • a autopercepção de que “precisamos saber mais para valer o mesmo”,
    • a comparação com pessoas que tiveram mais tempo, mais recursos, mais incentivos,
    • e a sensação frequente de insuficiência, mesmo dedicando horas aos estudos.

    É um esforço emocional e psicológico que nem sempre é visível nas estatísticas, mas é profundamente vivido na prática.

    A cada aula, surge o pensamento:

    “Quanto mais estudo, mais percebo o quanto ainda falta aprender.”

    E mesmo sabendo que esse sentimento é normal, ele pesa.

    Pesa muito.

    3. A cobrança interna que destrói — e a força que reconstrói

    Existe uma expectativa silenciosa de que precisamos sempre fazer o dobro, entregar mais, ser impecáveis.

    E isso cria um ciclo desgastante:

    estuda-se muito, trabalha-se muito e, mesmo assim, a sensação de incapacidade aparece.

    É nesses momentos que a vontade de desistir vira sombra.

    Porque ninguém fala o suficiente sobre o esgotamento de quem tenta, tenta e tenta… enquanto gerencia uma vida inteira nas costas.

    Mas também é nesses momentos que nasce algo poderoso:

    a resiliência.

    Não aquela resiliência romantizada, mas a do mundo real — que não surge de discurso motivacional, mas da necessidade prática de transformar a própria realidade.

    4. A visão que precisamos discutir com mais maturidade

    Há um discurso muito difundido de que “se você se esforçar, tudo vai acontecer”.

    Mas quem vive a vida real sabe: esforço é essencial, mas não explica tudo.

    Existem barreiras concretas, sociais, emocionais, financeiras e estruturais.

    E apontar isso não é reclamar.

    Não é atacar.

    Não é criar divisão.

    É simplesmente reconhecer que cada trajetória é única, e que algumas são mais longas, mais íngremes e mais solitárias — mas ainda assim totalmente possíveis.

    ✨ Conclusão

    Se você, assim como eu, está lutando para entrar na área de TI enquanto equilibra trabalho, estudos e sobrevivência, quero te dizer uma coisa com toda sinceridade:

    Você não é incapaz.

    Você está sobrecarregada(o).

    E ainda assim, segue firme. Isso é força — mesmo quando não parece.

    Seu caminho talvez não seja o mais rápido.

    Talvez não seja o mais simples.

    Talvez não seja o mais privilegiado.

    Mas ele é seu, e é valioso.

    E ao contrário do que muitos discursos prontos sugerem, não existe uma única narrativa de sucesso.

    Existem milhares — e cada uma nasce de realidades diferentes.

    A sua está em construção.

    E você tem o direito de avançar no seu tempo, com os seus recursos e com a sua história.

    🔥 Call to Action

    Quero abrir um espaço para quem está vivendo algo parecido:

    👉 Qual é o seu maior desafio para entrar na área de TI?

    👉 Como você tem equilibrado a vida real com o desejo de construir um futuro melhor?

    👉 Você sente esse peso também?

    Comenta aqui.

    A sua experiência importa — e pode ajudar alguém a seguir firme.

    #Tecnologia #TransiçãoDeCarreira #EstudantesDeTI #TI #Carreira #Desenvolvimento #MulheresNaTecnologia #Realidade #Aprendizado #VidaReal #DevJourney #BrasilTech #DIO #CampusExpert14

    🧩 Credenciais

    Compartir
    Recomendado para ti
    CI&T - Backend com Java & AWS
    CAIXA - Inteligência Artificial na Prática
    Binance - Blockchain Developer with Solidity 2025
    Comentarios (3)
    Fabricio Gomes
    Fabricio Gomes - 17/11/2025 20:55

    Desde já, parabéns pelo artigo!

    Juliane Oliveira
    Juliane Oliveira - 17/11/2025 20:51

    Escrever sobre a transição para TI é também revisitar uma parte muito importante da minha trajetória. Cada desafio, cada dúvida e cada pequena vitória fazem parte de um processo intenso, mas transformador. Por isso, resolvi compartilhar minhas respostas a essas perguntas — na esperança de que alguém se sinta menos sozinha na própria jornada.

    1. Qual é o seu maior desafio para entrar na área de TI?

    O maior desafio tem sido enfrentar a transição de carreira tanto no aspecto financeiro quanto no emocional.

    Trabalhei por 13 anos na área de Comércio Exterior, além de experiências no comercial e administrativo. Ao migrar para TI, percebi um preconceito silencioso — marcado pelo etarismo e, muitas vezes, pelo fato de eu ser mulher. São barreiras que ninguém admite abertamente, mas que aparecem nas entrelinhas dos processos seletivos.

    Outro ponto é a baixa remuneração para quem está começando. As empresas querem profissionais prontos, mas não querem investir em desenvolvimento de quem está iniciando. É mais “vantajoso” contratar alguém muito jovem com um salário menor do que apostar em alguém já experiente em outras áreas, mas em transição.

    Eu me formei em Análise e Desenvolvimento de Sistemas no fim de 2022 e, depois de cinco anos e meio em uma multinacional na coordenação de Comércio Exterior, senti que era o momento de buscar novos caminhos. Comecei a fazer Bootcamps na DIO e, em dezembro de 2023, consegui meu primeiro emprego como desenvolvedora. Fiquei 11 meses e fui demitida.

    Nesse pouco tempo, notei um orgulho exacerbado de algumas pessoas e mudanças internas acontecendo o tempo todo. Para quem está iniciando, acompanhar esse ritmo — sem apoio — é um desafio enorme.

    Hoje já me especializei em perícia de TI e grafotécnica e aguardo minha primeira nomeação, enquanto sigo estudando para me tornar uma profissional melhor a cada dia.


    2. Como você tem equilibrado a vida real com o desejo de construir um futuro melhor?

    Equilibrar tudo tem sido um exercício constante de disciplina e resiliência.

    Eu tento organizar minha rotina priorizando o que realmente importa naquele momento: estudos, projetos, descanso ou vida pessoal. Nem sempre consigo fazer tudo — e aprendi a aceitar isso sem culpa.

    Estabeleci uma rotina de estudos mais sustentável, sem sobrecarga, entendendo que consistência vale mais do que intensidade. Também busco manter minha saúde emocional em foco, porque percebi que não adianta avançar tecnicamente se eu estiver esgotada por dentro.

    E, acima de tudo, mantenho a clareza do porquê escolhi essa transição: para construir um futuro mais alinhado aos meus valores, com mais possibilidades e com uma realização que eu não encontrava na minha carreira anterior.

    É esse propósito que me mantém firme, mesmo nos dias mais difíceis.

    ✅  3. Você sente esse peso também?

    Sim — e sinto profundamente.

    Migrar de carreira depois de anos em outra área, carregando responsabilidades pessoais, expectativas e, ao mesmo tempo, a pressão de “dar certo”, exige muito mais do que apenas aprender tecnologia.

    É um peso emocional, financeiro, psicológico e social.

    É o medo de recomeçar, a insegurança diante do novo, a sensação de que estamos sempre um passo atrás de quem começou cedo.

    Mas também é um aprendizado constante sobre força e persistência.

    Mesmo quando o peso aperta, sigo acreditando na capacidade de construir algo melhor. Não é um caminho rápido — mas é real, é honesto e é meu.

    E ver outras pessoas compartilhando suas jornadas torna tudo um pouco mais leve.


    Ronaldo Schmidt
    Ronaldo Schmidt - 17/11/2025 20:36

    Olá, Jullia.

    Gostei muito do seu artigo, mesmo que não concorde com 100% de tudo que foi colocado.

    De fato, uma transição de carreira não é fácil, mas é uma questão de escolha e atitude. Muitas pessoas estão em situações semelhantes, mas, na maioria das vezes, elas optam por seguir em frente, sem se vitimizar. O que faz a diferença é como você encara esse desafio e as decisões que toma ao longo do caminho.

    O segredo para o sucesso está nas escolhas que fazemos. Não é uma questão de "tempo", mas sim de como administramos esse tempo e as nossas prioridades. A mudança exige sacrifícios, sim! Às vezes, é necessário abrir mão de certas coisas para investir em novos conhecimentos e habilidades. Isso demanda coragem e consistência.

    Estudo constante é fundamental, mas mais importante do que estudar é colocar o que aprendeu em prática. Não espere o momento perfeito. Faça projetos, escreva artigos, conecte-se com pessoas que compartilham dos mesmos interesses e, principalmente, não tenha medo de se inscrever para vagas mesmo achando que ainda não sabe tudo.

    Muitos falam sobre a vontade de migrar de carreira, mas a verdadeira pergunta é: estão realmente dispostos a fazer os sacrifícios necessários? O processo é árduo e exige dedicação. O erro e os tropeços fazem parte do aprendizado, e independente da área em que você deseja atuar, esse processo de adaptação é semelhante.

    É necessário estudar, se envolver com a área escolhida e correr atrás das oportunidades. Não perca tempo reclamando ou se vitimizando.

    O sucesso não vem por acaso. Ele vem com a persistência em vencer as adversidades que surgem no caminho.

    Continue se dedicando e aplicando seu conhecimento que a oportunidade vem.

    Me envie um feedback.

    Bons estudos.