A Importância da Documentação no Desenvolvimento de Software: Melhores Práticas e Dicas Úteis
(Aqui eu coloco uma conclusão de um estudo dirigido sobre documentação feita por mim em intuito acadêmico, para debate e comentários para a comunidade da dio.me)
A documentação é uma parte essencial do processo de desenvolvimento de software, pois ajuda a garantir a qualidade, a manutenção e a evolução dos produtos. Mas por que a documentação é tão importante? Quais são os benefícios que ela traz para o projeto e para os envolvidos nele? Neste post, vamos responder essas perguntas e mostrar quais são os tipos de documentação existentes e quais são as melhores práticas e dicas úteis para fazer uma documentação eficiente e eficaz.
Por que a documentação é importante no desenvolvimento de software?
A documentação é o conjunto de informações que descreve as características, o funcionamento, o uso e os requisitos de um software. Ela serve para diversos propósitos, tais como:
- Facilitar o entendimento e a comunicação entre os envolvidos no projeto, como desenvolvedores, clientes, usuários, testadores, gerentes, etc.
- Auxiliar na definição do escopo, dos objetivos e das funcionalidades do software.
- Orientar o desenvolvimento, o teste e a implantação do software.
- Permitir a verificação e a validação da conformidade do software com os requisitos especificados.
- Fornece instruções e orientações para o uso adequado do software pelos usuários finais.
- Apoiar a manutenção e a evolução do software ao longo do tempo.
Os benefícios da documentação no desenvolvimento de software são:
- Melhorar a qualidade e a confiabilidade do software.
- Reduzir os erros e as falhas no funcionamento do software.
- Aumentar a produtividade e a eficiência do desenvolvimento e da entrega do software.
- Aumentar a satisfação e a fidelização dos clientes e dos usuários.
- Preservar o conhecimento e o histórico do software.
Tipos de documentação no desenvolvimento de software
Existem diferentes tipos de documentação no desenvolvimento de software, que podem ser classificados em dois grupos principais: documentação técnica e documentação de usuário.
A documentação técnica é aquela voltada para os profissionais que participam do projeto, como desenvolvedores, testadores, gerentes, etc. Ela inclui:
- Documentação de requisitos: descreve as necessidades, as expectativas e as restrições dos clientes e dos usuários em relação ao software. Ela pode ser feita em diferentes níveis de detalhamento, como visão geral, especificação funcional, especificação técnica, casos de uso, histórias de usuário, etc.
- Documentação de projeto: descreve a arquitetura, o design e a estrutura do software. Ela pode incluir diagramas, modelos, padrões, componentes, interfaces, etc.
- Documentação de código: descreve o funcionamento interno do código-fonte do software. Ela pode incluir comentários, anotações, cabeçalhos, etc.
- Documentação de teste: descreve os métodos, as ferramentas, os cenários, os casos e os resultados dos testes realizados no software. Ela pode incluir planos de teste, roteiros de teste, relatórios de teste, evidências de teste, etc.
- Documentação de implantação: descreve os procedimentos e as configurações necessárias para instalar e executar o software em um ambiente específico. Ela pode incluir guias de instalação
As melhores práticas de documentação no desenvolvimento de software são:
- Definir o público-alvo e o propósito da documentação. A documentação deve ser adaptada às necessidades e ao nível de conhecimento dos leitores, seja eles desenvolvedores, usuários finais, gerentes ou clientes. O propósito da documentação também deve ser claro, seja ele instruir, informar, persuadir ou avaliar.
- Escolher o formato e a ferramenta adequados para a documentação. A documentação pode ser apresentada em diferentes formatos, como texto, diagramas, vídeos, tutoriais ou exemplos de código. A escolha do formato depende do tipo de informação que se quer transmitir, da complexidade do assunto e da preferência do público. Além disso, é preciso escolher uma ferramenta que facilite a criação, a edição, a organização e o compartilhamento da documentação, como plataformas online, editores de texto ou ferramentas específicas para documentação técnica.
- Seguir um padrão e uma estrutura para a documentação. A documentação deve seguir um padrão de estilo, linguagem e formatação que seja consistente, claro e objetivo. Isso facilita a leitura, a compreensão e a busca pela informação. A documentação também deve ter uma estrutura lógica e hierárquica que organize as informações em seções, tópicos e subtópicos. Isso ajuda a dar uma visão geral do conteúdo e a navegar pela documentação.
- Manter a documentação atualizada e revisada. A documentação deve refletir o estado atual do projeto, as mudanças realizadas e as decisões tomadas. Por isso, é importante atualizar a documentação sempre que houver alterações no código, nos requisitos ou nos objetivos do projeto. Além disso, é preciso revisar a documentação periodicamente para corrigir erros, inconsistências ou informações obsoletas. Isso garante a confiabilidade e a qualidade da documentação.
- Obter feedback e melhorar a documentação. A documentação deve ser testada e avaliada pelos leitores para verificar se ela atende às suas expectativas, necessidades e dúvidas. Por isso, é importante obter feedback dos usuários, dos stakeholders e dos colegas de equipe sobre a clareza, a relevância, a utilidade e a facilidade de uso da documentação. Com base no feedback recebido, é possível identificar pontos de melhoria e implementar as mudanças necessárias na documentação.
Dicas:
- Escolha uma ferramenta adequada para a documentação. Existem diversas ferramentas disponíveis para auxiliar na criação e na organização da documentação, como o Doxygen, o Sphinx, o Javadoc, o Markdown, entre outras. Escolha a que melhor se adapta ao seu projeto, ao seu estilo e ao seu público-alvo. Lembre-se de que a ferramenta deve facilitar e não dificultar o seu trabalho.
- Siga um padrão de estilo e de estrutura. A documentação deve ser consistente e coerente em termos de estilo e de estrutura. Isso facilita a leitura e a compreensão da documentação por parte dos usuários e dos desenvolvedores. Siga as convenções e as boas práticas da sua linguagem de programação, do seu framework e da sua ferramenta de documentação. Por exemplo, use comentários adequados no código, use nomes significativos para as variáveis, as funções e as classes, use cabeçalhos e seções para organizar o texto, use exemplos e diagramas para ilustrar os conceitos, etc.
- Documente o que é importante e relevante. A documentação não deve ser excessiva nem insuficiente. Documente o que é importante e relevante para o projeto, como os requisitos, as funcionalidades, as dependências, os testes, os bugs, as soluções, as decisões, as limitações, as melhorias, etc. Não documente o que é óbvio ou trivial, como o que uma função faz se o seu nome já indica isso. Não documente o que é irrelevante ou desnecessário, como detalhes de implementação que não afetam o funcionamento do projeto.
- Atualize a documentação conforme o projeto evolui. A documentação deve acompanhar o desenvolvimento do projeto e refletir o seu estado atual. Não deixe a documentação desatualizada ou inconsistente com o código. Atualize a documentação sempre que houver uma mudança significativa no projeto, como a adição de uma nova funcionalidade, a correção de um bug, a alteração de um requisito, etc. Revise e corrija a documentação periodicamente para garantir a sua qualidade e a sua precisão.
- Peça feedback sobre a documentação. A documentação deve ser clara e compreensível para os seus usuários e desenvolvedores. Peça feedback sobre a documentação para saber se ela está atendendo às expectativas e às necessidades do seu público-alvo. Peça opiniões sobre o conteúdo, o estilo, a estrutura, a linguagem, a formatação, etc. da documentação. Aproveite as críticas e as sugestões para melhorar a sua documentação.
Extra:
Se você está procurando uma vaga de desenvolvedor, uma das formas de mostrar o seu trabalho e as suas habilidades é publicar os seus projetos no GitHub. Mas não basta apenas subir o código-fonte e esperar que os recrutadores se impressionem com a sua capacidade de programar. É preciso também criar uma documentação clara, completa e atraente para o seu sistema ou projeto, que explique o que ele faz, como ele funciona, quais são as suas dependências, como instalá-lo, como usá-lo e como contribuir para ele.
A documentação é uma parte essencial de qualquer projeto de software, pois ela facilita o entendimento, a manutenção e a colaboração entre os desenvolvedores. Além disso, ela demonstra o seu profissionalismo, a sua atenção aos detalhes, a sua capacidade de comunicação e a sua preocupação com a qualidade do seu trabalho. Uma boa documentação pode fazer a diferença entre um projeto que é ignorado e um projeto que é reconhecido e valorizado pela comunidade.
Existem várias ferramentas e formatos que você pode usar para criar a documentação do seu projeto no GitHub, como o README.md, o Wiki, o GitHub Pages, o Jekyll, o MkDocs, o Sphinx, entre outros. O importante é escolher um formato que seja adequado ao tipo e ao tamanho do seu projeto, que seja fácil de ler e de editar, que siga as boas práticas e os padrões da indústria e seja compatível com o GitHub. Você também pode usar imagens, vídeos, diagramas, tabelas e outros recursos visuais para tornar a sua documentação mais interessante e didática.
Criar uma documentação no GitHub pode ser um desafio, mas também pode ser uma oportunidade de aprender novas habilidades, de melhorar o seu projeto e de aumentar as suas chances de conseguir uma vaga de desenvolvedor. Por isso, não deixe de investir tempo e esforço nessa tarefa tão importante e recompensadora.