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Ezequiel Bastos12/07/2024 10:00
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A Inundação de Conteúdos Feitos por IA: Reflexões sobre Qualidade e Mercado

    O mercado de criação de conteúdo tem experimentado uma transformação significativa com a ascensão das Inteligências Artificiais (IAs). Em um mundo onde a oferta e a demanda são regidas pela facilidade de acesso e rapidez de produção, estamos vendo uma inundação de conteúdos gerados por máquinas. Essa facilidade de criação, embora tenha suas vantagens, levanta uma série de questões sobre a qualidade e a sustentabilidade do mercado de criação de conteúdo.

    No Brasil, é comum observar um fenômeno onde muitas pessoas são atraídas por promessas de ganhos rápidos. A utilização de IAs para criar conteúdo em massa é um exemplo claro disso. Ferramentas como o ChatGPT permitem que qualquer pessoa, com pouco esforço, produza textos, artigos e outros tipos de conteúdo de maneira rápida e aparentemente eficaz. No entanto, essa facilidade pode levar a uma saturação do mercado.

    Quando a barreira para a criação de conteúdo é reduzida a quase zero, o número de criadores aumenta exponencialmente. Seguindo a lógica básica de oferta e demanda, quanto mais conteúdo é produzido, menor é o valor individual de cada peça. Isso resulta em uma desvalorização do trabalho criativo, afetando diretamente aqueles que dependem dessa atividade para seu sustento.

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    Um exemplo interessante dessa dinâmica pode ser observado nos bootcamps oferecidos pela DIO (Digital Innovation One). O sistema de pontuação desses programas muitas vezes prioriza a quantidade de conteúdo produzido ao invés de sua qualidade. Dessa forma, os alunos são incentivados a "farmar" pontos, produzindo textos rápidos e superficiais com a ajuda de IAs, em vez de se dedicarem a criar trabalhos aprofundados e de alta qualidade.

    Essa abordagem pode ser contraproducente, pois não estimula o desenvolvimento de habilidades críticas e criativas. Em vez disso, perpetua a produção de conteúdos rasos, que pouco agregam ao conhecimento e ao desenvolvimento profissional dos participantes. Seria mais interessante e benéfico para todos se o sistema de pontuação valorizasse a qualidade, incentivando os alunos a investirem tempo e esforço em seus projetos.

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    A facilidade de criar conteúdo com IA levanta uma questão crucial: estamos caminhando para um futuro onde a quantidade suplantará a qualidade? Se continuarmos nessa trajetória, o valor percebido do conteúdo digital pode cair drasticamente. As plataformas e os mercados que dependem de conteúdo de qualidade para atrair e engajar seu público precisam reconsiderar como medem e recompensam a produção de conteúdo.

    É fundamental que desenvolvedores, educadores e plataformas encontrem um equilíbrio entre a facilidade de uso das IAs e a manutenção de padrões de qualidade. A integração de critérios mais rigorosos para avaliar a profundidade, a originalidade e a relevância do conteúdo pode ser um passo importante para evitar a banalização do trabalho criativo.

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    A inundação de conteúdos feitos por IA é um fenômeno que traz tanto oportunidades quanto desafios. Enquanto a facilidade de criação pode democratizar o acesso e a produção de conteúdo, ela também pode levar à saturação e desvalorização do mercado. É essencial que sistemas de pontuação, como os dos bootcamps da DIO, e outras plataformas considerem a qualidade como um critério fundamental para incentivar a produção de conteúdos significativos e valiosos. Somente assim poderemos garantir que a criação de conteúdo digital continue sendo uma atividade sustentável e enriquecedora, tanto para os criadores quanto para os consumidores.

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    Comentários (7)
    Ronaldo Schmidt
    Ronaldo Schmidt - 12/07/2024 12:59

    Excelente artigo meu amigo.

    Faço das suas as minhas palavras e venho debatendo este assunto aqui no fórum a algum tempo.

    A enxurrada de artigos gerado por Ias aqui na area de artigos e nos fóruns é impressionante.

    A maioria sem qualidade (apenas copia e cola) com o intuito único de gerar pontos na plataforma.

    Isso prejudica todos dentro da plataforma e esconde artigos que tem relevância e interessantes como esse aqui.

    Um reflexo disso é a falta de debates nos artigos e poucas visualizações.

    Precisamos mudar isso antes que as pessoas percam o interesse...

    Vamos ajudar nossos colegas, postar nossas experiencias e votar nos artigos que sejam interessantes para pontuar de maneira criativa.

    Obrigado.

    EB

    Ezequiel Bastos - 13/07/2024 10:48

    Obrigado, Tawara. Pior que isso afeta os adultos também. No meu trabalho, as "crianças" de 20 a 40 anos passam o dia inteiro vendo shorts e redes sociais. Quando vamos conversar, tudo é raso. Todo mundo tem opiniões sobre guerra, governo e famosos, mas quando se trata de falar sobre a vida e sobre si mesmos, o silêncio é total. Parece que é melhor não ver o problema, pois assim ele não existe.

    Membro Anônimo
    Membro Anônimo - 12/07/2024 21:32

    Sem sombras de dúvidas, esse foi o melhor post que li aqui na plataforma. Tudo está muito artificial, né? As conversas, pessoas fazendo de tudo por fama, por likes... Crianças de idade avançada que não sabem ler e escrever. Enfim, parabéns pelo artigo.

    EB

    Ezequiel Bastos - 12/07/2024 18:56

    Confesso que fiz por indignação, concordo com os comentários acima, compartilhamos da mesma visão,mas o ponto que foi levantado pela professora Regilene me deixou mais "assustado" ainda, como não tenho contato com alunos não tinha pensado nesse ponto, se não fizerem nada o que será dos que realmente estudam e se esforçam.

    Regilene Silva
    Regilene Silva - 12/07/2024 12:54

    Em muitos contextos a 'quantidade de' supera a 'qualidade de'. Imagina você ser professor de um 5° ano com chatGPT no ápice do uso... Ou de um 8° ano, pra onde vai a autoestima de adolescentes que já se sentiam intimidados por tirar notas boas em função de esforço (o bullying com o bom aluno sempre existiu), agora ele vê que a 'trapaça' compensa. Cansei de ter que aprovar aluno que faltou 100 dias dos 200 dias de ano letivo com as mesmas notas que alunos que se esforçam de verdade. A situação na educação é tão crítica e isso reflete diretamente na sociedade e na área de trabalho. Qualquer pessoa, especialmente um professor ,consegue perceber os vocativos e argumentos de IA (que são muito destacados). Então seria fácil despontuar por aí. O certo seria a produção de trabalho por IA criar um grupo de pessoas incapazes de passar num processo seletivo, assim valorizaríamos o auto esforço. Mas a lógica do nosso país é acabar com os processos seletivos pra não 'discriminar' ninguém. Eu sou uma pessoa de 40 anos, 17 de sala de aula e sinto muita dó das novas gerações. A culpa não é deles. É uma geração que vai ser sacrificada, até a gente aprender a orientar a próxima no uso da AI pra produzir conhecimento. Até lá é feudalismo do trabalho técnico. Quem dominou as ferramentas de aprendizado, dominou. Quem não dominou...fica na base da pirâmide.

    Carlos CGS
    Carlos CGS - 12/07/2024 11:59

    Muito legal seu artigo, expoe diversas situações que já vinha me questionando sobre a quantidade de conteúdos superficiais e básicos gerados por ia. Muito boa sua reflexão.

    Joice Oliveira
    Joice Oliveira - 12/07/2024 11:11

    Parabéns pelo artigo, é de grande importância trazer os pontos negativos que a IA está proporcionando e os possíveis resultados drásticos que pode trazer a nossa sociedade.

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