GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: PILARES ESTRATÉGICOS
GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: PILARES ESTRATÉGICOS
RESUMO
A Governança de Tecnologia da Informação (TI) tem se consolidado como pilares estratégico essencial para o alinhamento entre os recursos tecnológicos e os objetivos organizacionais. O estudo, foi realizado por meio de revisão bibliográfica explicativa, analisando os pilares fundamentais: responsabilidade, estratégia, aquisição, desempenho, conformidade e comportamento humano ético tal qual a sua aplicação prática em empresas de diferentes portes e seguimentos. Com base na norma ISO/IEC 38500:2024, e os frameworks COBIT e ITIL que se identificam com as diretrizes que promovem a maturidade tecnológica, mitigação de riscos e geração de valor. A integração entre a Governança Corporativa e a Governança de TI reforça tomada de decisões éticas e sustentáveis, contribuindo para ambientes organizacionais mais eficientes e competitivos.
Palavras-chave
Governança de TI; Estratégia; Valor.
ABSTRACT
Information Technology (IT) Governance has become a key strategic pillars for aligning technological resources with organizational objectives. This study was conducted through an explanatory literature review, analyzing the fundamental pillars: responsibility, strategy, acquisition, performance, compliance, and ethical human behavior, as well as their practical application in companies of various sizes and sectors. Based on the ISO/IEC 38500:2024 standard and the COBIT and ITIL frameworks, the study identifies guidelines that promote technological maturity, risk mitigation, and value generation. The integration between Corporate Governance and IT Governance strengthens ethical and sustainable decision-making, contributing to more efficient and competitive organizational environments.
Keywords
IT Governance; Strategy; Value.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho cientifico teve por sua finalidade, demonstrar que a Governança de Tecnologia da Informação (TI) por meio de seus pilares estratégicos, oferece um conjunto bem estruturado com princípios, práticas e processos que visam assegurar o alinhamento dos recursos tecnológicos aos objetivos estratégicos das organizações. Em um ambiente corporativo cada vez mais digital, dinâmico e regulamentado, a Governança de TI torna-se um componente essencial para a tomada de decisões eficazes, promovendo o uso responsável, ético e estratégico da tecnologia.
Seu objetivo é mostrar que a governança de TI, se fundamenta em seis princípios: responsabilidade, estratégia, aquisição, desempenho, conformidade e comportamento humano e ético. A Governança de TI atua como uma engrenagem de diretrizes fundamentais, contribuindo diretamente para a geração de valor, mitigação de riscos e conformidade com normas e frameworks de governança corporativa e de TI estas governanças caminham alinhadas.
Este trabalho busca evidenciar como a Governança Corporativa e a Governança de TI fortalecem e capacitam as empresas partindo do ponto inicial, utilizando a metodologia de revisão bibliográfica que leva ao crescimento de forma sustentável, inovadora e competitiva, garantindo que cada decisão tecnológica esteja alinhada à visão institucional e aos interesses dos stakeholders. Para isso, foi realizada uma análise aprofundada sobre os pilares que podem ser aplicados de forma prática e adaptável em diferentes contextos empresariais, contribuindo para ambientes tecnológicos mais maduros e alinhados às exigências contemporâneas.
A crescente relevância da tecnologia da informação como elemento central na gestão organizacional, especialmente em um cenário marcado pela digitalização acelerada, essa evidencia e o aumento da complexidade regulatória e necessidade de decisões estratégicas baseadas em dados quando bem estruturada, a Governança de TI permite que os recursos tecnológicos sejam utilizados de forma ética, eficiente e alinhada aos objetivos corporativos, promovendo valor sustentável para a organização e seus stakeholders.
A norma ISO/IEC 38500:2024 pautada em seus princípios: responsabilidade, estratégia, aquisição, desempenho, conformidade e comportamento humano e ético, oferecem base sólida para TI sendo agente estratégico de transformação, promovendo processos mais inteligentes, precisos e eficazes.
Figura 1: Princípios Da Norma ISO/IEC 38500:2024
Fonte: Elaborado pelo autor
Os princípios apresentados na Figura 1 reforçam a importância de uma TI estratégica, que ultrapassa o papel tradicional de suporte e se posiciona como protagonista na transformação ágil e adaptável ao formato organizacional.
O tema abordado é relevante tanto no campo acadêmico quanto no contexto prático das empresas, pois ainda existe uma lacuna significativa na aplicação efetiva da Governança de TI em organizações de pequeno e médio porte. Muitas dessas empresas enfrentam dificuldades para adaptar aos frameworks consolidados, como a norma ISO/IEC 38500:2024 norma internacional que fornece diretrizes para a governança corporativa da TI, que quando conciliada com modelos como o COBIT e ITIL, auxiliam aos conselhos administrativos, executivos e gestores a avaliar, direcionar e monitorar o uso da tecnologia da informação em suas organizações. Isso se reflete diretamente na maturidade tecnológica, na conformidade legal e na capacidade de inovação das empresas diante do formato ágil e adaptável.
Diante desse cenário se faz claro para os objetivos deste trabalho que se concentram em investigar, como os pilares estratégicos da Governança de TI podem ser aplicados de forma prática, ágil e adaptável, e identificam os principais desafios enfrentados pelas empresas, e assim mapear as boas práticas, propondo diretrizes acessíveis que contribuam para decisões mais assertivas, mitigação de riscos e geração de valor.
Assim sendo esta abordagem temática em dois capítulos sendo o primeiro não apenas para preencherem uma lacuna na literatura, mas, possuem seu desafio também em demonstrar e contribui para a o desenvolvimento da gestão tecnológica fortalecendo o papel da Governança de TI como uma ferramenta estratégica contribuinte para o crescimento sustentável e a competitividade organizacional. No segundo capítulo contempla o desenvolvimento, suas discussões e resultados obtendo forma crítica e direcionada para a aplicabilidade e implementação das atividades com governança corporativa administrativa e governança em TI.
2. DESENVOLVIMENTO: DISCUSSÕES E RESULTADOS (REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO CRÍTICA)
A Governança de Tecnologia da Informação (TI) tem se consolidado como um componente estratégico essencial para o sucesso organizacional, especialmente em ambientes empresariais que enfrentam desafios relacionados à transformação digital, à conformidade regulatória e à entrega de valor. E Peter Weill e Jeanne W. Ross (2004), orienta que a Governança de TI se define como o conjunto de estruturas, que seguem algumas etapas e processos e os mecanismos que garantem que a TI sustente e amplie os objetivos da organização. E Prada C. na Revista Digital EUAX (2024), destaca orienta, direciona sobre a governança corporativa dentro do contexto digital trazendo o principal foco de governança de TI para o mundo dos negócios. Essa definição ganha reforço pela norma ISO/IEC 38500:2024, que estabelecem os princípios e práticas para orientar a tomada de decisões tecnológicas com responsabilidade, ética e alinhamento estratégico e também se baseiam por frameworks como COBIT e ITIL. Além de todo o amparo da norma ISO/IEC 38500:2024, Alencastro e Alves (2017), orienta que a governança corporativa é item fundamental e insubstituível para assegurar a responsabilidade e ética nas organizações. Enfatizado por Furtado (2020), que apresenta na gestão corporativa a necessidade em gerir riscos, e exercer essa prática estratégica para minimizar impactos negativos e abrir oportunidades para inovar através de decisões inteligentes. Segundo SANTOS (2021), se refere sobre a gestão de riscos e a gestão de estratégicas antifraudes ambas andam juntas para garantir maior segurança e confiabilidade no desenvolvimento dos processos corporativos. Conforme FREITAS (2020), o compliance e políticas anticorrupção representam instrumentos fundamentais que previnem práticas ilícitas, garante a transparência e a responsabilidade, fortalece a cultura ética empresarial.
A literatura aponta os seis pilares fundamentais da Governança de TI: responsabilidade, estratégia, aquisição, desempenho, conformidade e comportamento humano ético que por sua vez funcionam como eixos estruturantes para uma gestão eficaz dos recursos tecnológicos. Cada pilar contribui de forma específica:
1. Responsabilidade: define quem toma decisões e responde por elas;
2. Estratégia: garante que a TI esteja alinhada aos objetivos organizacionais;
3. Aquisição: trata da seleção e contratação de soluções tecnológicas;
4. Desempenho: monitora a entrega de resultados e eficiência dos serviços;
5. Conformidade: assegura o cumprimento de normas legais e regulatórias;
6. Comportamento humano ético: promove práticas responsáveis e transparentes.
Figura 2: Princípios Da Norma ISO/IEC 38500:2024
Fonte: Elaborado pelo autor
Estes princípios descritos na Figura 2, destacam que quando integrados à Governança Corporativa e Governança de TI, ampliam a capacidade da organização de gerar valor, mitigar riscos e manter a confiança dos stakeholders. A norma ISO/IEC 38500:2024 reforça essa integração ao propor um modelo de governança baseado nos princípios de “avaliar, dirigir e monitorar”.
Figura 3: Governança e seus pilares e princípios
Fonte: Elaborado pelo autor
A Figura 3 representa os três pilares e princípios da Governança de TI — Avaliar, Dirigir e Monitorar; organizados pela hierarquia empresarial. Mostra como cada nível da empresa participa do processo de governança, desde o conselho até os gestores operacionais.
O COBIT:2019 (Control Objectives for Information and Related Technology) é um framework criado pela ISACA e fornece boas práticas, seus princípios e ferramentas para que a governança e a gestão da Tecnologia da Informação estejam engajadas e alinhadas para que as organizações possam garantir que a TI esteja alinhada com os objetivos de negócio, entregando valor e minimizando riscos. Entre as principais características se destaca a abordagem mais dinâmica e adaptável as necessidades modernas das empresas. Possui estrutura modular e personalizável que permite a adaptação do framework conforme o porte, setor e maturidade da organização, introduz o conceito de fatores de design que auxiliam na configuração da governança seguindo de acordo com o contexto específico da empresa. O COBIT possui componentes principais seus quarenta objetivos divididos entre governança e gestão. Em seu sistema de governança inclui princípios, processos, estruturas organizacionais, políticas, cultura organizacional, informações e serviços. O COBIT é um modelo de referência, atualizado as novas demandas e levam a refletir com práticas modernas e integração com outros frameworks como a ISO/IEC38500:2024, e o ITIL entre outros.
Os cinco princípios do COBIT:2019 possuem em seu contexto as seguintes cinco metas:
1. Satisfazer as necessidades das partes interessadas.
2. Cobrir a organização de ponta a ponta.
3. Aplicar um único framework integrado.
4. Permitir uma abordagem holística.
5. Separar governança de gestão.
Figura 4: Princípios COBIT:2019 e suas metas.
Fonte: Elaborado pelo autor
O COBIT 2019 seus princípios e suas metas descritos na Figura 4, utilizado por empresas públicas e ou privadas, instituições financeiras e ou educacionais e governamentais, é utilizado por profissionais de tecnologia, recomenda-se a utilização por auditores, gestores e conselhos administrativos. Ele é especialmente útil para auditorias de TI, gestão de riscos, conformidade regulatória e alinhamento estratégico entre TI e gestão de negócios.
A ISACA coleciona várias experiências e práticas referente governança e gestão, e um de seus objetivos é o conjunto de práticas com métricas e metas que acompanham todos os componentes de sistemas de governança associados a esses devidos objetivos, vem satisfazer as partes interessadas, ao foco de gerenciar administrar e entregar resultados e agregar valor, gerando receita e lucro para as organizações.
O ITIL se trata de um framework criado originalmente pelo governo britânico na década de 1980, ITIL Information Technology Infrastructure Library, mantido atualmente pela AXELOS (2019), que fornece diretrizes para o gerenciamento de serviços de tecnologia TI as práticas de (ITSM), contribui com as empresas no planejamento, entrega, operações e melhoras nos serviços tecnológicos exercendo o foco em qualidade e valor. Através da estrutura do ITIL traz em sua versão mais recente o ITIL 4, neste introduziu uma abordagem mais moderna e integrada, baseada em sistema de valor (SVS) representa como todos os componentes e atividades da organização trabalhando juntos para criar valor por meio de serviços de TI e desenvolve a cadeia de valor de serviço, conjunto de atividades que transforma demanda em valor, como planejamento, suporte e entrega e em suas práticas de gestão substitui métodos antigos em novos processos e se dividem em três práticas fundamentais são elas as Práticas gerais de gestão (exemplo.: melhoria contínua), as Práticas de gestão de serviços (exemplo.: gerenciamento de incidentes) e as Práticas de gestão técnica (exemplo.: gerenciamento de infraestrutura). Assim o ITIL quando bem empregado devolve benefícios as organizações tais como, melhoria na qualidade dos serviços de TI, maior alinhamento entre TI e negócios, redução de custos operacionais e aumento da satisfação do cliente. O ITIL é especialmente útil em ambientes que exigem padronização, escalabilidade e foco no cliente.
Figura 5: Gerenciamento de aplicações ITIL
Fonte: Elaborado pelo autor
O processo de Gerenciamento de Aplicações, ilustrado na Figura 5, foco na padronização, escalabilidade e na entrega de valor ao cliente. O ciclo abrange seis etapas sequenciais: 1. Requisitos (coleta de necessidades); 2. Desenho (criação do projeto e protótipo); 3. Construção (desenvolvimento); 4. Implantação (implementação e testes); 5. Operação; e, por fim, 6. Otimização. Etapas cruciais e bem planejadas para garantir o sucesso do negócio e a entrega final do produto como "pronto".
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Governança de Tecnologia da Informação (TI) revela-se como um instrumento estratégico indispensável para o crescimento sustentável, inovador e competitivo das organizações. O estudo, compreendeu que, em um cenário empresarial cada vez mais digital e regulado, a adoção de práticas estruturadas de governança contribui diretamente para o alinhamento entre os recursos tecnológicos e os objetivos institucionais.
Por meio deste estudo a análise dos pilares da Governança de TI, como responsabilidade, estratégia, aquisição, desempenho, conformidade e comportamento humano ético, demonstrou que esses elementos funcionam como alicerces para uma gestão tecnológica madura, transparente e orientada à geração de valor. A norma ISO/IEC 38500:2024, ao estabelecer diretrizes claras para a tomada de decisões, reforça a importância de uma TI ética, eficiente e integrada à Governança Corporativa. Os frameworks COBIT 2019 e ITIL 4 são essenciais para a operacionalização da Governança de TI, oferecendo modelos flexíveis e adaptáveis. Os estudos realizados revelam que toda a integração permite práticas modernas que promovem conformidade regulatória, eficiência operacional e geração de valor. Empresas de diversos portes se beneficiam com maior alinhamento estratégico e satisfação dos stakeholders.
Diante de todo o exposto se percebeu que a Governança de TI ainda enfrenta desafios para a aceitação e aplicabilidade em pequenas e médias empresas, como a falta de conhecimento, implantação de recursos e adaptação aos frameworks existentes. E para se superarem estas barreiras se exigem que, diretrizes acessíveis, capacitação e incentivo à cultura de governança sejam melhor ofertadas nas empresas. O investimento em Governança Corporativa e Governança de TI é uma decisão estratégica que, quando bem aplicada, transforma a TI de um simples suporte operacional em um agente transformador de negócios, promovendo decisões mais assertivas, ambientes seguros e maior preparação para os desafios contemporâneos.
7. referências
ALENCASTRO, M. S. C.; ALVES, O. F. Governança, gestão responsável e ética nos negócios. Curitiba: Editora InterSaberes, 2017.
AXELOS. (2019). ITIL Foundation: ITIL 4 Edition. London: TSO (The Stationery Office). Accessed: October 24, 2025
FREITAS, D. Compliance e políticas anticorrupção. Curitiba: Contentus, 2020.
FURTADO, L. L. Gestão de riscos. Curitiba: Contentus, 2020.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION ISO/IEC 38500:2024 – Information Tecnology – Governance of IT for the Organization. Geneva: ISO,2024.
ISACA. COBIT 5: A Business Framework for the Governance and Management of Enterprise IT. Rolling Meadows: ISACA, 2012.
PETER WEILL Et. JEANNE W. ROSS. IT Governance: How Top Performers Manage IT Decision Rights for Superior Results, 2004.
PRADA C. Governança de TI: o que é, objetivos, pilares e mais. EUAX, 5 fev.2024 Disponível em: https://www.euax.com.br/2024/02/governanca-de-ti/ Accessed: October 13, 2025
SANTOS, F. A. O. Gestão de riscos e estratégias antifraudes. Curitiba: Contentus, 2021.



