Não! Você não tem conhecimento em Informática Básica!

Calma! Toda regra tem exceção e você, caro colega aqui da DIO, provavelmente não se enquadra nessa realidade, pois o fato de você estar lendo esse artigo já indica, no mínimo, duas coisas: primeiro, você já tem um conhecimento básico de informática que lhe garante uma boa desenvoltura nas atividades que precisa desenvolver com o computador e, segundo, está preocupado com seu auto-desenvolvimento e com a aquisição de conhecimentos tecnológicos. Por tais razões, aproveito para parabenizá-lo.

Mas vamos, nesse artigo, conversar um pouco sobre um fato preocupante que tem ocorrido no mercado de trabalho...

Eu e minha esposa trabalhamos ambos na área de pessoal (ela, com departamento de pessoal, no setor privado; eu, com desenvolvimento na carreira, no setor público). Em nossas conversas recentes sobre pessoas contratadas ou novos servidores que ingressam no setor público, um assunto tem sempre vindo à tona: Hoje, as pessoas - vulgo profissionais recém-admitidos - normalmente não têm conhecimentos básicos em informática e poucos têm em seu currículo cursos de informática básica.

O que ocorre, muitas vezes em empresas pequenas, que somente podem pagar baixos salários (o famoso "compatível com o mercado de trabalho", como se o mercado de trabalho estivesse pagando um salário minimamente digno às pessoas em geral...), e até mesmo em grandes empresas que possuem uma política salarial pouco atraente, o que se percebe é que a qualificação em informática básica*, por incrível que possa parecer, tem estado em falta.

*Informática básica aqui leia-se Windows, Word, Excel e, mais recentemente, o Google Drive, Google Planilhas etc... o "arroz com feijão" mesmo do mundo da tecnologia.

Hoje, estou com meus 33 anos e minha esposa, com seus 30 anos (nós dois, jovens pra sermos velhos e velhos pra sermos jovens rsrsrs). Em nossa época de estudante do ensino médio e da faculdade - nos idos de 2005 a 2015, aproximadamente, era comum os estudantes realizarem cursos de informática básica, que incluía conhecimento de sistema operacional MS Windows e pacote MS Office (o tripé Word, Excel, PowerPoint não podia faltar). Vez ou outra alguém fazia outros cursos mais específicos como WebDesign, WebMaster, Montagem e manutenção de computadores, e por aí vai...

Por mais que você nunca viesse a trabalhar nas áreas específicas desses cursos, certamente o conhecimento adquirido e a experiência "mão na massa" lhe conferiria um know-how mais ampliado, lhe aumentando sua própria desenvoltura com uso de computados e tecnologias. Nessa época, costumávamos partir para o mercado de trabalho tendo em nossos currículos já alguma bagagem de conhecimentos (cursos de informática), ainda que com pouca ou nenhuma experiência profissional.

Hoje em dia, porém, com a proliferação do uso dos smartphones, o que estamos percebendo é que muitos jovens - futuros ingressantes no mercado de trabalho - aprendem "em casa" a mexer nesses dispositivos, acessar redes sociais e internet, baixar e instalar alguns aplicativos e jogar alguns jogos e, após alguns anos nesse ritmo, acham que sabem de informática e, não vislumbram a necessidade de realizarem cursos formais para a aprendizagem necessária.

Como consequência, após passarem no processo seletivo e serem contratados, começam a, sem mesmo perceberem, pecar no uso de softwares como Excel, por exemplo. Funções simples como SOMASE, PROCV, CONTSE ou recursos como tabelas dinâmicas se revelam coisas extremamente complexas. A informática, que era básica, torna-se, agora, avançada!

E assim, dada a ausência de conhecimento das potencialidades dessas ferramentas, de seus usos combinados para se criar/aprimorar soluções do cotidiano, esses jovens acabam por sequer imaginar algumas possíveis implementações de melhoria em suas próprias rotinas de trabalho. E isso nem é o pior! O pior, e que eles nem percebem, é que os colegas de trabalho percebem suas absurdas dificuldades com coisas que deveriam ser elementares, básicos, fundamentais, "bê-a-bá" a qualquer trabalhador de escritório em pleno século XXI. Em pouco tempo, a chefia também percebe. E mais um pouco, portas que poderia um dia ser abertas, começam a ficar cada vez mais trancadas, cada vez mais distantes.

Os erros, as insuficiências, as lentidões no próprio trabalho se multiplicam com o tempo, começam a ficar mais evidentes (para os outros, é claro), até que.... em algum momento futuro... a própria porta que havia sido aberta (a contratação) também se fecha...

E você, caro colega, o que você acha desse cenário atual? Concorda com nosso ponto de vista? Discorda? Já presenciou alguma situação em seu local de trabalho? Gostaria de saber sua opinião. Mais que isso, como essa realidade pode ser mudada?

PS. Não trago verdades, só argumentos...