O projeto que não chegou à assembleia, mas apresenta uma nova perspectiva sobre os custos logísticos
Introdução: A Jornada de uma ideia poderosa
O que realmente define o sucesso de uma empresa? Se você está no início de sua carreira, provavelmente já se perguntou o que, além do produto óbvio, impulsiona o crescimento de uma organização. A resposta muitas vezes está escondida onde poucos olham.
Este artigo explora as descobertas de um trabalho acadêmico desenvolvido por quatro estudantes da FATEC Sorocaba: David Caique Sousa Bezerra de Sá, Francielle Felix Ribeiro, Gabriel Camargo Lopes e Luana Ilonczai Teixeira. Eles mergulharam fundo para entender a relação entre estratégia e custos logísticos, analisando os desafios dentro de um estudo de caso real: uma fábrica de peças automotivas.
O projeto deles foi aprovado para ser apresentado no prestigioso XIII FATECLOG, um reconhecimento da qualidade e da relevância de sua pesquisa. No entanto, por falta de verba, os estudantes não puderam viajar para compartilhar suas descobertas pessoalmente. Mas uma boa ideia não pode ser contida por barreiras físicas.
Este artigo é uma forma de dar voz ao trabalho deles, transformando uma dificuldade em uma oportunidade de aprendizado para milhares de outros jovens profissionais como você. As lições que eles descobriram são valiosas demais para ficarem apenas no papel.
O Coração do Projeto: Desvendando a Gestão Estratégica
A pergunta central que guiou a pesquisa dos estudantes foi direta e poderosa: "Como a gestão estratégica pode contribuir com a redução dos custos logísticos?". Em um mercado cada vez mais competitivo, onde cada centavo conta, essa questão é o ponto de partida para a sustentabilidade e o crescimento.
Após uma profunda pesquisa, eles chegaram a uma conclusão clara: uma gestão estratégica bem executada "minimiza perdas e otimiza os lucros, sendo uma atividade chave para o constante crescimento e ascensão das organizações". Vamos desdobrar essa grande resposta em três lições práticas que você pode aplicar em sua jornada profissional.
Lição 1: Os custos mais perigosos são os que você não vê
Antigamente, a gestão de custos nas empresas era direcionada quase exclusivamente para a produção. O foco era fabricar mais barato. Hoje, isso não é mais suficiente. A maior revelação do estudo dos estudantes está em um fato contraintuitivo sobre onde o dinheiro realmente é perdido. Baseando-se em Faria e Costa (2005), eles destacam um grande dilema:
o grande dilema para dar visibilidade aos custos logísticos totais é que os custos gerados nos processos logísticos se encontram embutidos em diversas rubricas das demonstrações contábeis...
O que isso significa na prática? Significa que os custos de transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos raramente estão agrupados em um único lugar. Eles estão espalhados, escondidos em diferentes contas e relatórios. Isso significa que parte do custo de um atraso na entrega pode estar diluído na folha de pagamento (horas extras), enquanto o custo de excesso de estoque aparece em uma linha completamente diferente no balanço patrimonial, tornando impossível enxergar o problema real sem uma análise estratégica.
Imagine, naquela fábrica de autopeças, um custo invisível não é apenas um número na planilha; é o tempo extra que uma peça fica na prateleira, a hora extra paga a um funcionário por um gargalo na produção ou o combustível gasto em uma rota de entrega mal otimizada. A primeira lição, portanto, é aprender a enxergar o que não é óbvio.
Uma vez que você aprende a enxergar esses custos invisíveis, o próximo passo é entender que a área responsável por eles não é apenas um centro de despesas, mas sim o centro nevrálgico da estratégia.
Lição 2: Logística é o cérebro da operação, não apenas o músculo
A percepção sobre o que é logística mudou drasticamente. Sua origem é militar: "No passado a logística compreendia o transporte de alimentos e munição para as tropas no campo de combate". Era uma função puramente operacional, focada em mover coisas do ponto A para o ponto B.
Hoje, essa visão é completamente ultrapassada. Em sua pesquisa, os estudantes destacaram a visão de especialistas como Bowersox e Closs, que posicionam a logística moderna como parte da "alta administração das organizações". Ela é responsável por planejar e controlar não apenas o fluxo de produtos — como as peças na fábrica —, mas também o fluxo de informações ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
Essa mudança de perspectiva é fundamental. A logística deixou de ser um mero centro de custo para se tornar uma poderosa "ferramenta para construção de vantagem competitiva". Pensar logisticamente é pensar estrategicamente sobre como otimizar recursos, reduzir tempos e entregar mais valor ao cliente de forma mais eficiente. E quando a logística passa a ser vista como o cérebro da operação, o objetivo muda fundamentalmente.
Lição 3: Cortar custos é bom, mas otimizar para o crescimento é genial
A conclusão final do trabalho dos estudantes amarra tudo de forma brilhante. Uma gestão estratégica de custos logísticos vai muito além da simples tarefa de "cortar gastos". O objetivo não é apenas ser mais barato, mas ser mais inteligente.
Essa mentalidade transforma a análise em uma série de perguntas estratégicas, como um gestor naquela fábrica de autopeças citou:
• Onde está o nosso gargalo? Qual etapa está atrasando toda a linha de produção?
• Estamos gastando tempo em um processo que não agrega valor à peça final? Existe uma verificação ou movimentação que só gera custo?
• Como podemos reorganizar o fluxo para reduzir o tempo de espera e, assim, otimizar nosso lucro por unidade?
Essa abordagem transforma a gestão de custos de uma atividade reativa para uma função proativa. Ela se torna, como afirmaram os estudantes em sua conclusão, uma "atividade chave para o constante crescimento e ascensão das organizações". Você não está apenas economizando dinheiro; está construindo uma base sólida para a expansão do negócio.
Uma lição que viaja longe
David, Francielle, Gabriel e Luana talvez não tenham embarcado em um ônibus para o XIII FATECLOG, mas as ideias deles estão viajando muito mais longe através de plataformas como esta. Eles nos lembram que o valor de um trabalho não está na sua apresentação, mas na sua capacidade de gerar conhecimento e inspirar outras pessoas.
A lição deles é um desafio para você. Onde, no seu trabalho ou projeto atual, existe um "custo invisível" que todos ignoram? Qual processo é visto como "músculo" quando deveria ser tratado como "cérebro"?
Deixe um comentário compartilhando uma ideia de otimização — não de corte — que você poderia propor amanhã.
Esse artigo foi criado utilizando 2 IA - Notebooklm indicada pelo Venilton FalvoJr da DIO e o ChatGPT.



