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Caleb Saldanha
Caleb Saldanha21/07/2025 16:41
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OS DOIS PILARES PARA SE DESTACAR EM ANÁLISE DE DADOS

  • #Data

Vivemos em uma era em que tudo é dado: um clique, o tempo de tela, o tempo que você leva até o trabalho. Os números estão por toda parte, quase como o ar que respiramos — invisíveis, mas essenciais. O mundo moderno respira dados, e cada movimento que fazemos deixa um rastro digital. Só que o grande desafio não é a existência desses dados, e sim interpretá-los, dar sentido ao caos numérico. É como estar diante de uma imensa biblioteca, onde as palavras estão espalhadas sem ordem aparente. É preciso saber decifrar, organizar, compreender a língua oculta desses sinais.

Interpretar dados é, portanto, mais que uma habilidade técnica: é uma arte, uma busca que exige visão, paciência e sagacidade. Não basta enxergar os números — é preciso enxergar além deles, captar as histórias e os segredos que eles escondem.

O Papel do Analista e o Erro Comum

Esse trabalho geralmente é destinado ao Analista de Dados. A figura do analista tornou-se essencial, quase como um explorador dos tempos modernos, desbravando territórios invisíveis. Dois pilares sustentam essa jornada: o domínio dos conceitos fundamentais e o entendimento profundo do contexto em que os dados vivem.

É comum que, ao iniciar na carreira, muitos profissionais se atirem ao aprendizado de linguagens como Python ou R, ou se empenhem em criar dashboards bonitos no Power BI, focando no visual e na ferramenta. Isso não é errado, mas é uma armadilha se o conceito não vier antes. Usar uma biblioteca sem entender o que acontece por trás é como pintar um quadro bonito sem saber o que quer transmitir — falta alma, falta propósito.

O verdadeiro analista entende que a ferramenta é apenas um meio, não o fim. O que importa é o que ela ajuda a revelar, quais perguntas consegue responder e que histórias pode contar. Sem isso, o que se constrói é apenas fachada, que desmorona ao primeiro questionamento profundo.

Buscar Respostas no Caos: Conceitos e Ferramentas

Quando você se depara com um problema de negócio, o mundo dos dados pode parecer um labirinto infinito. Muitas vezes, você não sabe exatamente o que está buscando — a incerteza é a regra, não a exceção. Mas há uma certeza: você precisa saber como procurar, mesmo no escuro.

Imagine a sensação de estar perdido numa floresta densa. Você não sabe para onde ir, mas sabe que precisa encontrar um caminho. Você pode tentar seguir sinais, mapas, ou instintos. Assim são os dados: a resposta está lá, mas o caminho para encontrá-la exige método e intuição.

Para ilustrar, pense em quando está com fome, mas não sabe exatamente o que quer comer. Você pode abrir o aplicativo de delivery, ir ao mercado ou a um restaurante, navegando pelas opções até encontrar algo que sacie sua fome. Você não tinha um prato em mente, mas sabia onde e como procurar.

Com dados funciona do mesmo jeito. Não sabemos o resultado final, mas temos ferramentas e conceitos que nos guiam — métricas de análise descritiva, preditiva, diagnóstica ou prescritiva. No fundo, tudo é matemática, é estatística aplicada à vida real.

Por exemplo, imagine uma empresa preocupada com a queda nas vendas no último trimestre. Sem uma análise cuidadosa, fica difícil saber se o problema é sazonal, concorrencial ou fruto de uma mudança no comportamento do consumidor. Um analista experiente não apenas olha os números — ele usa análise estatística para testar hipóteses, identifica padrões ocultos, monta gráficos e modelos preditivos que apontam para a raiz do problema. Python, por exemplo, é uma ferramenta poderosa que permite isso: manipular dados, calcular métricas complexas e ir muito além de dashboards bonitos, entregando insights que realmente importam para decisões estratégicas.

Conceitos Estatísticos Essenciais

Aqui chegamos a uma verdade quase esquecida: como escolher o método de avaliação de uma métrica sem saber como ele funciona? Não faz sentido, né? O que a ferramenta executa é apenas um passo; o essencial é entender os conceitos que a fundamentam.

Eu, que venho do mundo universitário e sou entusiasta do rigor conceitual, valorizo esses fundamentos. São eles que nos dão um caminho seguro, que nos protegem de armadilhas e nos tornam analistas confiáveis.

Os conceitos estatísticos essenciais para qualquer analista sério incluem:

  • Medidas de tendência central: média, mediana e moda — elas resumem o dado, mas também escondem nuances.
  • Medidas de dispersão: desvio padrão, variância — para entender a variabilidade, o quanto os dados se afastam da média.
  • Correlação e covariância: como as variáveis se relacionam entre si, quais influências podem existir.
  • Probabilidade: a base da incerteza e da previsão, para saber o que esperar dos dados.
  • Distribuições de probabilidade: como os dados se distribuem, padrão fundamental para qualquer inferência.
  • Inferência estatística: o passo de usar amostras para entender populações inteiras.
  • Testes estatísticos: para validar hipóteses e evitar conclusões falsas.
  • Regressão: para modelar relações e prever resultados futuros.
  • Séries temporais: análise do comportamento dos dados ao longo do tempo, fundamental em negócios dinâmicos.
  • Erro, viés e variância: entender as limitações e incertezas das análises, evitando armadilhas comuns.

Dominar esses conceitos é o que diferencia o analista que entende do que faz daquele que apenas manipula ferramentas.

A Matemática Responde Perguntas Fundamentais

A matemática, a estatística, são as lâmpadas que iluminam o caminho da análise. Com elas, respondemos questões essenciais:

  • Esse resultado é confiável ou só parece ser?
  • O que essa média está escondendo, quais detalhes ela esconde sob a superfície?
  • Essa diferença que vejo é real, ou apenas ruído, acaso, um falso alarme?
  • Minha previsão tem fundamento? Em que base ela se sustenta?

Sem essa base, o analista vira um mero decorador de dashboards — superficial, sem profundidade, incapaz de gerar valor real.

O Segundo Pilar: Conhecimento do Negócio e Soft Skills

Mas não basta só saber matemática. O segundo pilar é o conhecimento do negócio e o domínio das soft skills.

Você pode ter as melhores ferramentas e o domínio técnico, mas se não entende o contexto, o que importa para o cliente, para o time, para a empresa, sua análise perde força.

Saber perguntar antes de responder é fundamental. Saber desconfiar da primeira resposta, investigar além do óbvio. Saber como traduzir números em histórias que toquem, que convençam, que impactem.

Convencer, emocionar ou até chocar o público com os dados — isso exige sensibilidade, comunicação clara, domínio do tema e percepção do que aquele dado representa para as pessoas envolvidas.

Para isso, é preciso estar antenado não só no seu nicho, mas no mundo em geral. O ambiente econômico, social e tecnológico está em constante mudança e impacta diretamente os dados que analisamos.

Imprevisibilidade e Reflexões Estratégicas

Sabemos que existem variáveis globais fora do nosso controle, eventos inesperados que mexem com o comportamento dos dados e mudam narrativas.

Eu estou lendo um livro chamado Princípios do Estrategista, de Felipe Miranda e Ricardo Mioto. Dias antes de escrever este artigo, uma frase chamou minha atenção, e me fez refletir profundamente:

“Os eventos que verdadeiramente mudam nossas vidas, as dinâmicas do mercado, aquilo que define novas tendências e transforma a realidade — esses eventos são sempre imprevisíveis e fora dos padrões.”

Essa frase é um alerta e um convite à humildade. Por mais que dominemos o melhor modelo estatístico, não controlamos o imprevisível. O analista deve estar preparado para isso, entendendo que seus modelos são ferramentas, não oráculos.

O Analista Como Tradutor dos Dados

Diariamente, vemos dashboards sendo ignorados porque não são compreendidos. Isso revela um problema grave: não basta mostrar números, é preciso traduzi-los.

O Analista de Dados é um tradutor, aquele que decifra o que está nas entrelinhas dos dados para que outros profissionais compreendam e possam agir.

Sem essa ponte, o trabalho técnico perde sentido. A tradução deve ser clara, convincente, e respeitar o contexto e as necessidades de quem recebe a informação.

Conclusão: Ferramentas São Importantes, Mas Entendimento é Essencial

O que trago aqui não é uma crítica aos métodos de aprendizagem atuais. Python, R, Power BI e outras ferramentas são poderosas e indispensáveis na carreira de um analista de dados.

Mas reforço: mais do que conhecer ferramentas, o analista precisa saber o que está fazendo, por que está fazendo e como. É essa consciência que transforma dados em decisões, números em histórias e análises em impacto real e significativo.

A jornada do analista é, antes de tudo, uma busca por sentido no mar infinito de dados — transformar o caos em clareza, o desconhecido em decisão, o número em poder.

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Comentários (3)
Enaile Lopes
Enaile Lopes - 24/07/2025 09:20

“Adorei a forma como você destacou os dois pilares! 👏

Muita gente foca só na parte técnica e esquece que comunicação e pensamento analítico são tão essenciais quanto saber Python ou SQL. No fim, dado sem interpretação vira só número, né?

Parabéns pelo artigo! 🚀 Vou compartilhar porque essa reflexão é ouro para quem quer crescer na área de dados!”

Caleb Saldanha
Caleb Saldanha - 23/07/2025 18:52

Eu começaria com lógica, porque ela é fundamental — seja você programador ou não. A lógica está presente em muitas decisões da vida e constrói uma base sólida para qualquer análise. Depois, seguiria com conceitos estatísticos e desenvolvimento do pensamento crítico, que te ajudam a interpretar dados com profundidade. Só então passaria para o domínio das ferramentas, que são importantes, mas devem vir por último, como meio de aplicar o que já se compreende.

DIO Community
DIO Community - 22/07/2025 11:13

Excelente reflexão, Caleb. Seu artigo apresenta com profundidade o papel do analista de dados como mais do que um executor técnico, mas sim como um tradutor de informações e um pensador estratégico capaz de extrair sentido e valor do caos numérico. A maneira como você articula os dois pilares centrais (domínio conceitual e entendimento do contexto) é precisa e muito necessária para quem deseja se destacar de verdade nesse campo.

Gostei especialmente da metáfora da floresta e do labirinto. Ela ilustra bem a realidade de muitas análises no mundo real, onde nem sempre sabemos o que estamos buscando, mas precisamos ter clareza de como procurar. Isso, aliado à sua ênfase nos fundamentos estatísticos e na sensibilidade para o negócio, oferece ao leitor uma visão completa e inspiradora da profissão.

Se você fosse sugerir um roteiro de desenvolvimento para iniciantes na área, como você dividiria os estágios de aprendizado entre fundamentos estatísticos, domínio de ferramentas e imersão em contextos de negócio?

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