Os Paradoxos no mundo tech e sua importância
Desde os primórdios da filosofia, os paradoxos vêm fascinando e intrigando mentes, desafiando a nossa compreensão do mundo ao apresentar aparentes contradições lógicas. Derivado do latim, a palavra paradoxum(paradoxo) é formada pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) junto a “doxa” (opinião), que podemos interpretar como “opinião contrária”. Em essência, um paradoxo é uma situação na qual elementos contraditórios coexistem, desafiando assim as normas lógicas ou intuitivas, podendo parecer à primeira vista expressões absurdas e aparentemente sem sentido, mas que na verdade são ideias coerentes baseadas na verdade.
Ao pesquisar sobre o assunto, o paradoxo de Zenão, ou Zeno para os mais íntimos provavelmente será um dos primeiros paradoxos que as pessoas irão encontrar. Esse paradoxo descreve uma situação na qual um corredor deve chegar a seu destino; contudo, para que isso ocorra, é necessário que ele alcance o meio do caminho, depois o meio do meio do caminho e assim sucessivamente, em uma série infinita de divisões. Isso nos leva à conclusão de que ele deve chegar a seu destino, mas nunca irá alcançá-lo.
Se aplicarmos esse princípio à área da computação, podemos pensar em um paradoxo semelhante que surge quando tentamos dividir uma tarefa em partes executadas simultaneamente em múltiplos processadores. Embora a divisão teoricamente possa acelerar a conclusão da tarefa, há uma sobrecarga associada à coordenação e comunicação entre os processadores, o que eventualmente levaria a uma eficiência reduzida.
Ainda seguindo dentro da área da computação, podemos adentrar mais afundo no assunto de paradoxos e nos depararmos com o paradoxo de Moravec, que nos diz que, as pessoas possuem dificuldade em resolver certos problemas que venham a exigir um alto nivel de raciocínio. Contudo, as funções motoras básicas e sensoriais, como caminhar, não são problemas. No entanto, ao falarmos de computadores, os papeis se invertem. É muito facil para os computadores processarem problemas lógicos e complexos, como jogar de forma excepcional o jogo GO japonês, que chega a ser dezenas de vezes mais complexo que o xadrez, mas é preciso muito mais trabalho para programar um computador que possa interpretar discursos, caminhar, sentir cheiros ou simplesmente tomar decisões baseadas em aspectos subjetivos, o que o ser humano faz com facilidade, dessa forma, podemos ver a diferença entre a inteligência natural e a artificial e se desafiar a encontrar formas de se sobrepormos às maquinas quando o assunto é lógica, já que se propormos um desafio de lógica abstrata, ou proposicional a um ChatGPT por exemplo, facilmente ele irá errar(ao menos em meus testes houve uma série de erros), por não possuir a intuição que o ser humano possui.
Os paradoxos não apenas desafiam nossa compreensão das complexidades do mundo e do âmbito digital, como também nos incentivam a refletir sobre os limites de nossos modelos e abordagens computacionais. Ao confrontar essas sentenças contraditórias, somos pressionados a revisar e aprimorar nossas teorias e práticas, incentivando o avanço continuo no campo da ciência da computação. Por sua vez, ao invés de serem só obstáculos à compreensão, os paradoxos passam a representar oportunidades de se aprofundar com nosso entendimento e expandir nossos próprios horizontes.