Quando o erro é o professor: aprendendo a falhar em tecnologia
No meu início na tecnologia, eu tinha uma ideia muito clara de como as coisas deveriam acontecer: aprenderia rapidamente, acertaria de primeira e, em pouco tempo, estaria criando projetos incríveis. Mas a realidade foi um pouco diferente, e tudo bem.
Essa diferença entre expectativa e realidade foi justamente o que me trouxe os aprendizados mais valiosos.
A verdade é que, em vez de "acertar" logo de cara, o que mais encontrei foram erros, erros e mais erros. E, no começo, isso foi frustrante. Senti um enorme medo de que esses erros me dessem um selo de incompetência.
Mas então descobri algo: cada mensagem de erro era, na verdade, o computador tentando me ajudar, mostrando exatamente onde eu precisava olhar com mais atenção.
Acontece que os erros não são obstáculos, eles fazem parte do caminho. E, de fato, o erro tem sido meu professor.
A mentalidade do erro em tecnologia
Ao longo dos meses, fui aprendendo algo que mudou minha perspectiva: errar é uma parte essencial do aprendizado. Na verdade, é praticamente impossível aprender a programar sem falhar em algum momento.
Lembro quando um ReferenceError me fez gastar horas tentando resolver um problema. Ao conseguir, entendi:
- Como o JavaScript escopa variáveis;
- A importância de nomes claros;
- Que erros "bobos" ensinam lições profundas.
Se você nunca cometeu um erro no seu código, provavelmente não está se desafiando o suficiente. A programação é feita de tentativas e ajustes.
Os erros não são sinais de fracasso, são oportunidades de aprendizagem. Eles mostram o caminho para a solução, revelam falhas de lógica e nos ajudam a melhorar o raciocínio.
O valor da persistência diante dos erros
No início, os erros pesavam. Me faziam duvidar de mim mesma. A frustração era grande, mas, com o tempo, comecei a usar 2 métodos simples:
Regra dos 5 minutos: É um método simples para evitar a frustração inicial quando um erro aparece:
- Quando você encontra um bug, se compromete a tentar resolver por apenas 5 minutos antes de pedir ajuda ou desistir.
- Nesse tempo, você:
- Lê a mensagem de erro com atenção.
- Verifica se o erro é algo óbvio (como um } faltando ou um console.log esquecido).
- Testa uma ou duas soluções rápidas.
- Se depois desses 5 minutos não resolver, tira uma pausa (para evitar o estresse) ou busca ajuda.
Diário de bugs: anotava os erros e suas soluções para não repeti-los.
No meu primeiro projeto de programação, houve um momento em que meu código simplesmente não rodava. Achei que o problema era minha habilidade ou que eu estava fazendo tudo errado. Mas, em vez de desanimar, aprendi a desacelerar e investigar o erro com mais paciência. Esse processo de investigação é onde realmente acontece o aprendizado.
Cada pequeno ajuste me levava a uma versão mais próxima da solução.
Foi assim que comecei a aproveitar os erros. Eles me ensinaram a ser mais cuidadosa, mais atenta aos detalhes, a explorar novas possibilidades e a não ter medo de experimentar. Com o tempo, percebi que, na programação, errar é inevitável — mas desistir de aprender com o erro é opcional.
Como transformar o erro em um aliado
O segredo é encarar o erro como parte do processo e não como uma falha pessoal. Aqui estão algumas lições que aprendi e que podem ajudar:
1. Aceite o erro como algo natural: em tecnologia, o erro faz parte do desenvolvimento. Em vez de lutar contra ele, use-o a seu favor. Cada erro é uma chance de crescer.
- Experimente:
- Anotar os erros em um “caderno de aprendizados”;
- Comemorar quando resolver, mesmo que seja algo simples.
Reflita sobre o erro: em vez de se frustrar, analise. Pergunte-se: “O que posso aprender com isso? O que posso melhorar na próxima tentativa?”
Fique tranquilo diante do erro: nos primeiros dias, eu ficava tensa a cada falha. Mas, ao manter a calma, conseguia encontrar soluções com mais clareza.
Aproveite o feedback: quando o código não funciona, muitas vezes é o computador nos dando um retorno direto. E esse feedback é o que nos leva a soluções melhores.
Persistência é a chave: aprender a programar não é sobre acertar de primeira, mas sobre persistir, aprender e evoluir com cada tentativa.
Conclusão: o erro não é o inimigo — é o mestre
Hoje, olhando para trás, vejo que minha jornada tem sido cheia de falhas e são essas falhas que me tornarão uma desenvolvedora melhor. Cada erro, por mais frustrante que tenha sido, foi um professor valioso que me ensinou o que eu realmente precisava saber.
Na tecnologia, o erro não é o fim do caminho e sim o começo de uma nova compreensão. E, se você é como eu no início — com medo de errar — quero te dizer: não tenha medo de falhar.
Porque, no fim, os maiores aprendizados vêm do momento em que conseguimos transformar o erro em uma lição — e seguimos em frente, mais fortes.
E lembre-se: cada mensagem de erro é o sistema te dando dicas preciosas. Basta saber lê-las.
Ainda estou nesse processo, e sei que vou cometer muitos outros erros. Mas aprendi que, quando isso acontecer, é só uma pequena pausa — um " ; " no caminho para o próximo acerto. E isso, por si só, já é um avanço.
Na série 'Desafiando Estereótipos: Uma Série sobre Tecnologia, Reinvenção e Inclusão', compartilho minha jornada de superação de barreiras e descoberta do meu espaço na tecnologia. Ao longo dos artigos, vou contar como enfrento estereótipos, me reinvento e busco um caminho que faça sentido para mim. Se você é uma mulher em um campo majoritariamente masculino, alguém que está mudando de carreira mais tarde na vida ou um profissional que busca um ambiente mais inclusivo, espero que minha história inspire você a seguir em frente. Acompanhe e junte-se a mim nessa jornada!