Nós, nossos dispositivos e sistemas estamos prontos para o espaço?

Ao assistir um canal no YouTube, que posta vídeos de Ciência Todos os Dias, eu acabei percebendo que nos estamos bem perto, mas ao mesmo tempo extremamente longe de conseguir explorar de maneiras viáveis o espaço. Não apenas em relação a sobrevivência humana em um lugar que é tão extremo e praticamente tudo é ameaçador, que mesmo aqui na Terra, protegidos pelo campo gravitacional e pela atmosfera nós ainda somos atingidos por coisas que nós não temos certeza de onde vem ou para onde vão.

Neste vídeo em específico, o apresentador fala sobre os raios cósmicos, que são partículas energéticas que atingem a Terra vindas do espaço, provenientes de diversos lugares, incluindo supernovas e outras galáxias. Mas algumas pessoas podem pensar, são só partículas, o que elas podem fazer? Essas partículas podem afetar eletrônicos, causando erros inesperados, como reinicializações de computadores, devido à alteração das correntes elétricas nos circuitos.

Apesar de a maioria dos raios cósmicos ser interceptada pela atmosfera terrestre e pelo campo magnético, eles ainda representam riscos para eletrônicos em órbita, como satélites e a Estação Espacial Internacional. Então essa mesma pessoa pode pensar, tá e o que importa se satélites e estações espaciais podem ser afetados, eu não estou lá. Até pouco tempo eu poderia facilmente ser essa pessoa, não por ignorância ou falta de conhecimento, mas sim por inocência em não pensar que todos os sistemas de geolocalização que temos dependem desses satélites e não só eles, mas a internet também, em um outro vídeo, deste mesmo canal eu estava vendo como seria o mundo se a internet acabasse de uma hora para outra, seria um caos total.

Seria um regresso tecnológico muito grande, por que mesmo que tenhamos conhecimento sobre o passado, boa parte dele está na internet. Todos os meios de comunicação antigos, que por sinal são muito menos eficientes que a internet, teriam que voltar a funcionar, as fábricas deveriam mudar suas produções, para atenderem a essa troca de demanda, mas como se as cadeias de suprimentos foram destruídas? Essas são apenas algumas peças de um imenso dominó.

Mas felizmente, mesmo os eletrônicos no espaço estando sujeitos a problemas causados pelo acúmulo de cargas elétricas e por eventos únicos de alta energia, o que podem resultar em danos permanentes ou redução da vida útil dos dispositivos, os cientistas e especialistas da área conseguiram pensar em um meio de mitigar esses efeitos usando algoritmos específicos para procurar por erros e cadeias de redundância nos sistemas eletrônicos, tendo como objetivo manter os dispositivos funcionando pelo máximo de tempo possível.

Por fim, acredito que a humanidade ainda tem muito o que aprender antes de encarar a radiação cósmica, o vácuo e todas as outras condições extremas existentes no universo de maneira saudável e longilínea. E disparadamente o maior desafio que temos de resolver está no nosso próprio planeta.