Faculdade de tecnologia: fazer ou não fazer, eis a questão.

Aposto que você já ouviu essa frase: “Ah, pra quê fazer faculdade pra trabalhar com tecnologia? Meu amigo não fez e ganha muito dinheiro.” Já sabemos que diploma não é obrigatório para um programador, desenvolvedor ou qualquer outra profissão na área. Então, será que ainda vale a pena cursar uma graduação para trabalhar com tecnologia da informação? Vem comigo pra gente falar sobre isso!

Sou a Jana, aluna na DIO e em transição de carreira, de professora para desenvolvedora full-stack. Para mudar os rumos da minha vida profissional (e pessoal), comecei a procurar por onde começar a estudar tecnologia. Meu primeiro pensamento foi me matricular em um curso superior. Meu segundo pensamento foi reavaliar se preciso fazer um terceiro curso superior. Acabei me matriculando em um tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

“Ué, mas achei que você não era a favor da faculdade”. Então... Não era mesmo. Falei que estava pesquisando por onde começar na tecnologia. Aí encontrei muitos criadores de conteúdo, plataformas e vendedores de cursos “milagrosos”, que prometem um emprego em 7 meses de estudo (fica no ar a referência).

Mesmo no curso de ADS, sinceramente pensei que qualquer faculdade em TI era desnecessária. Ouvi uns discursos de criadores de conteúdo inferiorizando os cursos superiores e não levei meu primeiro semestre a sério. Porém, com o passar do tempo e ainda consumindo muito conteúdo na área de tecnologia, repensei minha opinião.

Agora, para continuar nossa conversa, vou utilizar alguns dados de pesquisas sobre o tema para nos ajudar refletir e (tentar) chegar a uma conclusão: fazer faculdade ou não, eis a questão!

Pra começar... Vamos conhecer os cursos que existem

Quando falamos de cursos universitários em tecnologia, estes são os mais encontrados em instituições de ensino superior: Sistemas de Informação, Ciências da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Software e Ciência de Dados. Cada um têm um enfoque específico, por isso é importante conhecer como os conteúdos vistos podem contribuir para a área que você deseja seguir. Vamos falar rapidinho sobre cada um deles:

1. Sistemas de Informação: é um curso voltado para a atuação em empresas usando a tecnologia para melhorar a gestão dos negócios. Pode ir desde o desenvolvimento de um software até montagem e manutenção de redes de computadores;
2. Ciências da Computação: essa faculdade é voltada mais para a área acadêmica, então se você quer se tornar um pesquisador ou professor universitário, este é o seu curso;
3. Análise e Desenvolvimento de Sistemas: aqui o estudante aprende de tudo um pouco: como gerenciar projetos, montar redes de computadores, desenvolver aplicativos, sistemas e sites, testar e implementar softwares, trabalhar com banco de dados. É muita coisa!
4. Engenharia de Software: Bem, como o nome já diz, neste curso o estudante conhece as técnicas de engenharia que podem ser aplicadas para elaborar, testar e manter os softwares funcionando, além de trabalhar para garantir a escalabilidade dos sistemas;
5. Ciência de Dados: é um curso relativamente novo, que ensina como entender e extrair informações e soluções de bancos de dados, transformando dados em conhecimento aplicável.

Os prós do ensino superior

Apesar de muitos profissionais não terem faculdade e estarem bem empregados, um diploma ainda é valorizado no mercado de trabalho. Só abrir alguns sites de vagas de emprego que nos deparamos com vagas em que ter um diploma é um diferencial. Além disso, na pesquisa de 2024 do Código Fonte TV, disponível no link: https://pesquisa.codigofonte.com.br/2024, vemos o nível educacional dos profissionais de tecnologia. Trouxe alguns prints mostrando estes dados em forma de gráficos.

SALÁRIOS E NÍVEL EDUCACIONAL: O gráfico abaixo mostra que as maiores médias salariais estão entre os trabalhadores com ensino superior. A maioria das pessoas que possui faculdade ou ainda está cursando, ganha entre R$ 7001 e R$ 9000. Salários maiores estão atrelados a funções de liderança dentro de uma empresa e os graduados saem na frente.

FORMAÇÃO EDUCACIONAL: O segundo gráfico mostra que a grande parte dos trabalhadores em tecnologia possuem superior completo (mais de 42%).

GRADUAÇÃO NA ÁREA: O terceiro gráfico mostra quais são as graduações dos profissionais atuantes. E a maioria, como esperado, tem curso relacionado à TI.

PRINCIPAIS FONTES DE ATUALIZAÇÃO: No quarto e último gráfico vemos que os profissionais se atualizam pela internet, seja em cursos, vídeos, fóruns e outros. A faculdade é a última opção para atualização. O curso superior dá a base para ingressar no mercado de trabalho, além disso os conteúdos não se atualizam como os cursos específicos.

Contra fatos não há argumentos: graduação está ligada diretamente aos maiores salários. São os cargos com mais responsabilidades em termos de liderança e tomada de decisões dentro das empresas. Os desenvolvedores sênior, que têm mais tempo de experiência e mais conhecimento, tendem a ocupar estes postos. E a faculdade tem um papel importante, já que ela proporciona um amplo leque de conteúdos não apenas técnicos, mas principalmente sobre gestão de projetos, liderança de equipes e outros.

Um ponto muito válido que devemos abordar, ainda relacionado à vivência da faculdade, é a comunicação. Quando fazemos um curso superior, seja presencial, semipresencial ou à distância, temos que nos comunicar com outras pessoas: colegas de turma, professores ou tutores. Apresentar trabalhos, projetos e participar de debates e rodas de conversa auxiliam na melhoria das soft skills, como comunicabilidade, empatia e cooperação. Essas habilidades bem desenvolvidas valem ouro na hora de participar de um processo seletivo de entrevista ou para disputar uma promoção.

Os contras do ensino superior

Agora vamos ao outro lado da moeda. Cursar uma faculdade demanda tempo, em média 4 anos e, em caso de tecnólogos, de 2 anos e meio a 3 anos. Para quem nunca frequentou o ambiente universitário, é bacana ter essa experiência. Mas se você, assim como eu, já passou os perrengues dessa vida de estudante, não quer enfrentar mais 4 anos para entrar no mercado de trabalho.

Outra problemática do curso superior nas áreas afins da tecnologia é o currículo. Talvez este seja o ponto mais desfavorável na escolha de se fazer uma graduação ou não. Na maioria dos cursos o ensino é defasado, pois não há atualização das metodologias de ensino e nem dos conteúdos que estão na grade curricular.

O sistema de educação brasileiro precisa ser reestruturado. Nosso país está atolado em um ensino arcaico, tradicionalista e que não prioriza a aprendizagem do estudante, tanto na educação básica quanto no ensino superior. Não ter uma metodologia atrativa e uma didática condizente com a rapidez das mudanças do campo da tecnologia, aumenta cada vez mais as taxas de abandono dos cursos de TI. De acordo com a pesquisa do Mapa do Ensino Superior no Brasil de 2023, a taxa de evasão das graduações em tecnologia é de 38,5%, enquanto em outras áreas é de 30%.

Como o mercado precisa de profissionais com rapidez e não exige diploma, muitos procuram cursos e certificações que formem em um tempo inferior ao de um curso no ensino superior. Alguns abandonam a faculdade no decorrer do curso e outros nem cogitam a possibilidade da matrícula.

E agora, será que faço a minha matrícula?

Pois é, agora vem a grande dúvida: faço uma graduação ou não?

Depende. Se você está no ensino médio ou acabou de terminar a educação básica, vale a pena escolher um curso que você se identifica e mergulhar fundo. Pesquise, converse com quem é da área ou estuda tecnologia e veja o que mais te atrai. Se você não tem pressa em entrar no mercado de trabalho também pode escolher fazer um curso superior. Aproveite esse tempo para conhecer o mundo acadêmico (vale a pena viver a vida universitária).

Outro perfil que se aproveita da graduação é aquele que deseja conhecer a área como um todo. Todo curso superior dá uma base geral do que o profissional precisa ter para disputar uma vaga no mercado. Se o seu enfoque é esse, também sugiro que se matricule em uma faculdade, como foi o meu caso.

Agora, se você tem pressa em começar a trabalhar ou já tem uma graduação e não está a fim de investir mais tempo e energia em outro curso de quase 4 anos, é válido procurar cursos, bootcamps e formações. Eles devem proporcionar o conhecimento necessário para que você entre no mercado de trabalho preparado para as vagas que almeja.

E a DIO é a plataforma ideal para qualquer pessoa que deseja trabalhar com tecnologia ou que já está atuando na área. Aqui você encontra mais de 1700 cursos que te capacitam para o mercado de trabalho. Até quem já está em um curso superior deve procurar os cursos ofertados por aqui, pois sabemos que a faculdade pode não atender todas as suas expectativas de aprendizagem. Na DIO você se mantém atualizado e por dentro de todas as novidades do mercado tecnológico e pode concorrer às melhores vagas de trabalho.

Depois de todas essas informações e reflexões, quero saber nos comentários deste artigo: Você acha válido cursar faculdade em tecnologia? Tem um curso superior ou está cursando? Ou você trabalha de boa e não tem um diploma? Bora continuar com essa conversa nos comentários!