Começar na área de tecnologia pode não ser fácil para todo mundo, ainda mais com tantas possibilidades e caminhos para seguir.

Uma dica de ouro é: Nunca pare de estudar e nunca se compare com os outros. (Pode ser clichê, mas é verdade).

Outra dica muito importante é a que me motiva a escrever esse artigo. Essa dica pode ser resumida brevemente em uma expressão: aprendizagem ativa. Vou detalhar melhor como aplicá-la e seus benefícios logo a seguir, mas antes...

🙋‍♂️ Quem sou eu e por que estou abordando esse tema?

Me chamo Gabriel, tenho 20 anos, sou estudante de Engenharia de Software, mas comecei na área tech aos 15, montando meus próprios computadores. Aos 16, fiz técnico em Desenvolvimento de Sistemas Web, mas logo após o fim do curso, abandonei os estudos em tecnologia.

E por que?

Nas reviravoltas da vida, tinha decidido estudar Economia e não via como continuar em TI me ajudaria. Hoje, alguns poucos anos mais velho e após algumas situações particulares, me voltei novamente para TI, com foco em Dados e IA.

Esse meu stop, mesmo que curto, me deixou super desatualizado, principalmente em comparação com os que estudavam comigo no técnico e continuaram em TI. Por isso enfatizo: não parem os estudos e não se comparem com os outros. (Custei a aprender isso).

Mas voltemos para o tópico, que é ensinar-vos a aplicar a aprendizagem ativa.

🧠 Diferença entre entender e aprender

Devido à redução da neuroplasticidade (capacidade do cérebro de APRENDER com maior rapidez) com o passar dos anos, algumas pessoas que tinham facilidade de aprendizado quando pequenas não podem mais se dar ao luxo de achar que o simples entendimento as concede o aprendizado (me incluo nesse caso).

Entender consiste em compreender o funcionamento ou conceito de algo. Já aprender envolve absorver o conteúdo e conseguir replicá-lo. Então, para facilitar o processo, temos que recorrer a uma forma de reter conhecimento de maneira prática e dinâmica.

🧳 A importância de um portfólio para a sua carreira tech

Muita gente ouve falar que o portfólio é muito importante, mas só entende de verdade quando começa a procurar uma posição na área. Então, se você está lendo esse artigo e não tem um portfólio, mínimo que seja, crie um e comece a colocar conteúdo.

Não é pra despejar qualquer coisa e fazer de qualquer jeito, pois a qualidade do seu portfólio, principalmente visual, passa uma mensagem sobre você. A organização do portfólio pode ser um critério de eliminação. Um portfólio bem feito é um ótimo aliado na sua carreira tech.

Mas não se engane achando que só deve colocar projetos magníficos. Os pequenos também importam, desde que estejam organizados e bem apresentados.

🛠️ Aprender e já criar portfólio

Se você ainda não tem ou não entendeu a importância de um portfólio para sua carreira tech, entenda que é MUITO importante. E se conseguíssemos alinhar esse objetivo com nosso processo de aprendizado?

É exatamente isso que você pode aplicar aprendendo dessa maneira que vou ensinar. E sem mais enrolação, vamos ao que interessa.

🤖 Aprendendo com o ChatGPT

Como hoje em dia utilizamos o “GPT” para muita coisa, aqui não vai ser diferente. Mas calma, não precisa fechar a página achando que vou te mandar ler o que o ChatGPT escreve — longe disso. A ideia que quero passar aqui é a de utilizá-lo para criar atividades práticas e personalizadas para o estudo específico que estamos fazendo.

Essa ideia não é algo extraordinário, mas é uma coisa simples que eu gostaria de saber quando comecei e principalmente quando voltei a estudar tecnologia. É uma estratégia que quem estuda através de uma faculdade ou curso já está acostumado, pois os professores frequentemente nos passam atividades práticas para resolvermos. Mas, quando estudamos sozinhos, nem sempre é fácil achar uma atividade que seja compatível com nosso nível.

E é aí que entra o passo a passo a seguir:

1. “Alimentar” o chat

Caso não saiba, as IAs generativas são alimentadas por informações pelo provedor e também pelos usuários. Para se adequar melhor ao seu perfil, é de suma importância que você utilize arquivos ou até mesmo textos nas primeiras interações com o chat para ele recolher dados úteis para utilizar na conversa.

A título de exemplo, vamos imaginar que quero ajuda em uma ideia de projeto para criação de um pipeline de ETL no Azure.

Nesse exemplo posso começar o chat com: “Atue como um engenheiro de dados para me ajudar a aprender mais sobre ingestão de dados”

2. Explicar o seu nível e objetivo

Também é importante explicitar o seu nível e objetivo com a atividade que está solicitando. Nunca espere que a IA adivinhe o que você está pensando — faça questão de transformar seus pensamentos em palavras claras e objetivas.

Se ignorar esse passo, pode ser que a IA te entregue uma atividade de um nível superior ao seu. Claro que você será capaz de resolver, mas será que é interessante perder tempo quebrando a cabeça com algo mais avançado?

Pode utilizar um prompt como: “Quero aprender especificamente como utilizar o Azure em processos de ingestão de dados. Em uma escala de 0 a 10, sendo 0 para nenhum conhecimento e 10 para conhecimentos de um profissional, tenho 3 de conhecimento na área de dados”

3. Solicitar o exercício

Agora é a hora de solicitar o exercício. Não esqueça também de solicitar todo o material necessário para realizar o mesmo. Pode utilizar como exemplo um prompt nesse gênero: “Com base nas informações anteriormente fornecidas, me crie uma ideia de projeto no meu nível de conhecimento que envolva a criação de um pipeline de ETL no Azure. Também me forneça um dataset e todo o material necessário para o projeto”

4. Realizar o exercício

Se precisar, peça um passo a passo para facilitar sua trajetória — mas, se puder, tente resolver sozinho antes! Errar faz parte do aprendizado.

5. Postar no seu portfólio

E por fim, poste o projeto e compartilhe nas suas redes sociais. Não esqueça de enfatizar as habilidades utilizadas e os conhecimentos adquiridos.

⚖️ Vantagens e desvantagens desse método

Agora que já entreguei o ouro 😅, não sei se alguém vai chegar nessa parte, mas vou concluir com alguns pontos vantajosos — ou não — de utilizar esse método. Já adiantando que tenho mais prós do que contras, já que o utilizo frequentemente.

Vamos começar pela única desvantagem que vejo, que é a de falta de intensividade. Como fazemos um ou vários projetos por nível de conhecimento, isso ocupa um maior tempo — que, dependendo do objetivo, por exemplo fazer uma prova, pode não ser o ideal. Já que além do tempo para realizar o projeto e publicá-lo, é um esforço muito maior do que realizar uma simples atividade de pergunta e resposta.

Sobre as vantagens, já se destaca o grau elevado de absorção de conteúdo, pois na prática se aprende muito mais. Também, por levar mais tempo, você tem uma maior tranquilidade para aprender. Sem falar que com um projeto prático, você amplia seus horizontes e não só aquele conteúdo específico — pois não se constrói um sistema só com HTML, por exemplo.

Agora é só colocar a mão na massa — ou melhor, no teclado. E aí, qual a primeira habilidade que vai aprender com esse método?