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Denise Mafra
Denise Mafra23/09/2025 19:27
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Computação em Nuvem como motor da transformação digital

  • #Cloud

A tecnologia da informação passou a ocupar um papel central na vida cotidiana e nos negócios. Entre as inovações mais marcantes, a computação em nuvem (cloud computing) se destaca como uma base invisível que sustenta aplicações, serviços e soluções acessíveis a qualquer pessoa conectada à internet.

Este artigo tem como objetivo discutir o conceito de computação em nuvem, seus principais benefícios e desafios, bem como seu impacto na transformação digital de empresas e usuários.

Primeiro precisamos compreender o conceito de computação em nuvem que se apresenta como um modelo de entrega de serviços de TI em que armazenamento, processamento e aplicações são acessados remotamente por meio da internet. Plataformas como Google Drive, Microsoft OneDrive, Netflix e até bancos digitais funcionam com infraestrutura em nuvem.

A nuvem opera em diferentes camadas de serviço, como por exemplo, o SaaS (Software como Serviço) é o mais familiar, presente em aplicativos como Netflix e Google Drive. Já o PaaS (Plataforma como Serviço) oferece ambientes para desenvolvedores criarem suas próprias aplicações, enquanto o IaaS (Infraestrutura como Serviço) fornece os blocos de construção fundamentais, como servidores e armazenamento virtual.

Os modelos de implantação em nuvem pública, privada e híbrida representam diferentes abordagens para o uso de recursos computacionais. A nuvem pública é oferecida por provedores externos e compartilhada entre múltiplos usuários, sendo ideal para empresas que buscam escalabilidade e baixo custo inicial. Já a nuvem privada é dedicada exclusivamente a uma organização, proporcionando maior controle, segurança e conformidade, especialmente útil para setores que lidam com dados sensíveis. Por fim, a nuvem híbrida combina elementos das duas anteriores, permitindo que dados e aplicações transitem entre ambientes públicos e privados, oferecendo flexibilidade, otimização de custos e adaptação a diferentes demandas operacionais.

A adoção da nuvem oferece vantagens estratégicas que vão muito além da conveniência. Os principais benefícios incluem:

Escalabilidade: empresas podem expandir ou reduzir recursos de acordo com a demanda.

Acessibilidade: usuários acessam arquivos e sistemas de qualquer lugar e dispositivo.

Custo-benefício: elimina a necessidade de grandes investimentos em servidores locais.

Colaboração: permite trabalho simultâneo e compartilhamento em tempo real.

Mas como todas as criações no campo da informatização a computação em nuvem também apresenta desafios como a necessidade de garantir a segurança de dados, a dependência da conectividade e conformidade legal com rigor na proteção de informações. Isso sem falar de todo impacto causado pela transformação digital ao longo do tempo.

A computação em nuvem tornou-se o alicerce para a inovação, desde Startups até as grandes corporações utilizam seus recursos para criar modelos de negócios disruptivos. Além disso, viabiliza a integração de tecnologias emergentes como inteligência artificial, big data e internet das coisas.

A computação em nuvem transcendeu seu papel como uma simples solução de armazenamento ou processamento para se tornar a espinha dorsal da transformação digital. Mais do que uma otimização tecnológica, ela é um catalisador que permite as diversas empresas de qualquer porte redesenhar seus modelos de negócio, acelerar a inovação e integrar tecnologias que definem o futuro.

A agilidade e o poder da nuvem permitiram o surgimento de empresas "nativas digitais" que transformaram indústrias inteiras, forçando competidores tradicionais a se adaptarem ou se tornarem obsoletos.

Um dos exemplos mais próximos de nosso cotidiano é a revolução que a Netflix causou no entretenimento, pois antes dela se tornar uma gigante do streaming, a distribuição de mídia dependia de infraestrutura física e cara. Ao migrar toda a sua operação para a nuvem da Amazon Web Services (AWS), a Netflix ganhou uma capacidade de escalabilidade global quase infinita. Isso permitiu que a empresa se expandisse para mais de 190 países, suportasse picos massivos de audiência durante lançamentos de séries e, crucialmente, coletasse e processasse terabytes de dados de usuários para alimentar seu sofisticado algoritmo de recomendação. A nuvem não foi apenas um suporte, ela foi a plataforma que tornou seu modelo de negócio global e orientado a dados possíveis.

Outro exemplo é a transformação promovida nos serviços financeiros com os Bancos Digitais. Diversas instituições como o Nubank foram nascendo na nuvem, e se tornaram um fator decisivo para a disrupção no setor bancário. Já que sem a necessidade de investir em data centers próprios ou em uma rede de agências físicas, passaram a operar com uma estrutura de menor custo e essa economia foi revertida em benefícios para o cliente como, por exemplo, contas sem anuidade. Além disso, a arquitetura em nuvem permite que fintechs[1] desenvolvam, testem e lancem novos produtos e atualizações em ciclos de semanas ou dias, uma agilidade impensável para os bancos tradicionais, presos a sistemas legados.

A nuvem não apenas suporta novos modelos de negócio, mas também democratiza o acesso a tecnologias de ponta que de outra forma seriam inacessíveis para a maioria das organizações.

Machine Learning e Inteligência Artificial (IA) correspondem ao treinamento de um modelo de inteligência artificial e exigem um poder computacional imenso que pode ser alugado sob demanda na nuvem, tornando a IA acessível para empresas de todos os portes já que, ao invés de ser obrigado a comprar supercomputadores caros, um desenvolvedor pode "alugar" a capacidade necessária por algumas horas para treinar seu algoritmo. Provedores de nuvem também oferecem serviços de IA prontos para uso, por exemplo, APIs[2] de reconhecimento de imagem, tradução e análise de sentimento, permitindo que qualquer empresa integre inteligência em suas aplicações sem precisar de uma equipe de cientistas de dados.

Big Data e Analytics atendem a intensa geração de dados que hoje ultrapassa em muito a capacidade de uma empresa tradicional de armazená-los e analisá-los. A nuvem oferece soluções de armazenamento virtual, além de ferramentas para processamento de dados e isso permite que uma empresa de varejo, por exemplo, analise o comportamento de milhões de clientes em tempo real para personalizar ofertas ou que uma cidade analise seus dados de tráfego visando otimizar o transporte público.

Internet das Coisas, a IoT conecta bilhões de dispositivos à internet que vão de sensores em uma fazenda a eletrodomésticos inteligentes. A nuvem funciona como o cérebro central dessa rede, recebendo, armazenando e processando o fluxo contínuo de dados gerados por esses dispositivos. É a infraestrutura em nuvem que permite que um agricultor monitore a umidade do solo a partir de seu celular ou que uma empresa de logística rastreie sua frota em tempo real, tornando o mundo físico mais inteligente e conectado.

Em suma, a computação em nuvem deixou de ser uma opção para se tornar o terreno fértil onde a inovação digital floresce, impulsionando não apenas a eficiência operacional, mas a própria criação do futuro dos negócios.

A computação em nuvem vem se consolidando como uma infraestrutura invisível que move a sociedade digital. Seus benefícios ultrapassam a conveniência, sendo determinantes para a competitividade das empresas e para a democratização do acesso à tecnologia, no entanto, os desafios de segurança e governança exigem atenção constante. Reconhecer a importância da nuvem é compreender o presente e antever os rumos da inovação tecnológica.

Referência


ERL, Thomas; MONROY, Eric Barceló. Computação em nuvem: conceitos, tecnologia, segurança e arquitetura. Tradução de Henrique Brodbeck; Ronald Saraiva de Menezes. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2024.

OPUS SOFTWARE. Computação em nuvem: o que você realmente precisa saber. Ilustração de Primagine Designs; edição de Clicks to Bricks. 1. ed. São Paulo: Opus Software, 2016. e-book Kindle. ISBN 978-8569180005.

PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software. 7. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2016.

[1] Fintech é uma abreviação para financial technology (tecnologia financeira, em português). É usada para se referir a startups ou empresas que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais, nas quais o uso da tecnologia é o principal diferencial em relação às empresas tradicionais do setor. Disponível em: https://blog.nubank.com.br/fintech-o-que-e/. Acesso em: 09/09/2025

[2] API - Application Programming Interface (Interface de Programação de Aplicação) APIs são mecanismos que permitem que dois componentes de software se comuniquem usando um conjunto de definições e protocolos. Por exemplo, o sistema de software do instituto meteorológico contém dados meteorológicos diários. A aplicação para a previsão do tempo em seu telefone “fala” com esse sistema por meio de APIs e mostra atualizações meteorológicas diárias no telefone. Disponível em: https://aws.amazon.com/pt/what-is/api/. Acesso em: 09/09/2025


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