Descomplicando Freelas: Caro = Bom e Barato = Ruim
O erro que cometi nos meus primeiros freelas — e o que aprendi com isso
Quando eu estava na metade da faculdade, já começava a me preocupar com o mercado de trabalho. Percebi cedo que experiência era algo muito valorizado, e como ainda não tinha conseguido um estágio, pensei no caminho mais óbvio: fazer freelas.
A ideia parecia ótima: eu ganharia uma graninha e ainda conquistaria experiência — dois coelhos com uma cajadada só.
Mas havia um problema que eu só percebi depois: eu até conseguia iniciar negociações, mas nunca fechava com os clientes. E o motivo disso era simples:
Eu cobrava barato demais
Na minha cabeça, como eu ainda não tinha experiência, o preço baixo parecia algo lógico. Pensava que, ao cobrar pouco, compensaria a falta de portfólio ou histórico profissional. No entanto, com o tempo, estudando mais sobre vendas e comportamento humano, entendi o que realmente acontecia.
Existe um conceito muito interessante que li no livro Armas da Persuasão, que explica como nossa mente aciona certas "fitas automáticas" em decisões do dia a dia. Uma dessas fitas é:
"Se é barato, então é ruim. Se é caro, então deve ser bom."
E sabe quando essa ficha realmente caiu para mim? Quando conversei com um colega da faculdade, o "X". Ele também fazia vários freelas, e um dia estávamos desabafando sobre experiências. Eu percebi que ele cobrava até cinco vezes mais do que eu — e fechava os trabalhos com facilidade.
Foi aí que entendi: o inverso também é verdadeiro. Se barato transmite insegurança, caro transmite autoridade e confiança.
Talvez você esteja pensando: “Ah, isso não é verdade, é só psicológico.”
Então pense comigo: quando uma pessoa leiga quer comprar um smartphone novo, sem pesquisar a fundo, o que ela faz? Ela compara preços. Se um aparelho é muito mais caro que o outro, automaticamente ela associa:
"Esse é caro porque é bom. O outro é barato, deve ser ruim."
Você pode argumentar: “Mas isso só acontece porque ela não entende do assunto.”
E eu te pergunto: os seus clientes de freela são programadores? Ou são apenas pessoas com um problema para você resolver?
A maioria não entende de código, tecnologia ou do processo de desenvolvimento. Eles estão julgando a sua proposta com base em percepção de valor, não em conhecimento técnico.
Então, se você ainda não acredita totalmente no que estou dizendo, aqui vai minha dica mais valiosa:
Não cobre barato demais. Cobre o preço justo.
Seu trabalho tem valor. Preço baixo não é diferencial — é armadilha. Venda qualidade, gere confiança e cobre o que é justo pelo seu serviço.