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Tito Faria
Tito Faria31/01/2023 13:16
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O que é o movimento Cyberpunk

    Cypherpunks são ativistas digitais que defendem a utilização de criptografia em massa (cypher = cripto/criptografia) para se defender dos governos autoritários e das empresas de tecnologia. Em 2012 Assange escreveu um livro com seus colegas chamado Cypherpunks, mas o termo data do início da década de 90. O termo ficou famoso durante as “criptoguerras” e a primavera árabe em 2011. Podemos dizer que o movimento defende a “privacidade para os fracos, transparência para os poderosos”.

    Hoje em dia nós não sabemos como as empresas de tecnologia e os governos operam, mas por outro lado eles sabem tudo sobre nós. O WhatsApp tem as conversas criptografadas de ponta a ponta, mas isso não impede que o grupo Meta utilize as suas conversas para alimentar sistemas de propaganda e de recomendação. Isso significa que se você falar para alguém no Whatsapp que você quer comprar uma geladeira nova, talvez você comece a receber propagandas de geladeira no Facebook ou no Instagram.

    O protocolo https é criptografado, diferente do protocolo http. Se você fizer um site que envolve a troca de informações pessoais, como os dados do cartão de crédito ou endereço, é preciso usar o protocolo https para garantir que essas informações não sejam interceptadas.

    Existem outras coisas que uma pessoa comum pode fazer para se proteger: usar uma guia anônima impede que sejam guardados cookies no computador e não registra no histórico de navegação, mas não impede que o seu IP seja rastreado por governos e empresas de tecnologia e propaganda.

    O navegador Vivaldi permite bloquear propagandas personalizadas para o seu computador. O navegador do Tor permite que você navegue anonimamente na internet e navegue na deep web, mas a internet fica muito lenta e o seu sistema operacional ainda pode deixar rastros na internet.

    O projeto Tails é um sistema operacional inteiro, que permite que você navegue anonimamente na internet. Você baixa o programa da internet e o coloca em um pen drive, e na hora de ligar o computador, você inicializa o computador com o sistema operacional do pen drive. Ele não foi feito para ser usado no dia a dia, mas para pessoas que querem denunciar o governo ou empresas corruptas, ou para os jornalistas manterem as suas fontes anônimas.

    Mas a iniciativa mais interessante é o da GDPR, a lei europeia que inspirou a LGPD no Brasil. Ela postula que o titular dos dados é a pessoa a quem os dados se referem, e não a empresa que o coletou. Isso garante que eu tenha acesso aos dados que as empresas têm sobre mim. A questão é uma discussão ampla e aberta sobre as liberdades e o futuro da internet. 

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    Comments (2)
    Afonso Simão
    Afonso Simão - 31/01/2023 21:26

    Ótimo artigo, não via os meus dados dessa forma ainda.


    #freeassage

    Marcos Xavier
    Marcos Xavier - 31/01/2023 15:02