Por que empresas deveriam querer funcionários que trabalham em outra empresa
Já parou para pensar que ter dois empregos não precisa ser sinônimo de problema? Pelo contrário: pode ser um sinal de profissional competente, resiliente e motivado.
Antes que você torça o nariz, deixa eu explicar.
O tabu do “trabalhar em mais de um lugar”
No imaginário comum, funcionário com dois empregos é visto como alguém desleal ou sobrecarregado. Mas e se o funcionário consegue executar bem todas as atividades em ambas as empresas?
Nesse caso, ele não é ruim. Ele é, na verdade, estratégico:
- Recebe salários de duas fontes, garantindo estabilidade financeira.
- Tem motivação extra, porque o esforço compensa.
- Geralmente não vai exigir promoções frequentes, já que sua renda está garantida.
Claro, há limites: saúde mental e física são fatores críticos. Não se trata de explorar ninguém. Mas por que ainda consideramos “estranho” acumular empregos quando não há conflito de horários?
Por que empresas poderiam se beneficiar
Se você olhar sob outra perspectiva, ter um funcionário dedicado, mesmo que dividido, pode ser positivo:
- Redução de custos – O profissional já está satisfeito com a remuneração total, então a empresa pode investir menos em promoções ou bônus imediatos.
- Produtividade garantida – Funcionário experiente em diferentes contextos traz insights valiosos, aprende mais rápido e é mais adaptável.
- Menos rotatividade – Um colaborador que sabe equilibrar duas funções bem provavelmente valoriza o que tem e não corre para a primeira oferta que aparecer.
Onde isso funciona melhor
É claro que não estamos falando de duas empresas presenciais, isso quase nunca funciona. Mas em home office, a dinâmica muda totalmente:
- Horários flexíveis permitem conciliar tarefas sem atrapalhar ninguém.
- A responsabilidade e autonomia do funcionário são testadas e desenvolvidas.
- A empresa ainda recebe dedicação completa dentro do horário combinado, sem interferência externa.
Um convite à reflexão
O mercado de trabalho ainda carrega muitos tabus: “não se deve trabalhar em outro lugar”, “funcionário dividido não rende”, “isso é antiético”.
E se quebrássemos esses tabus de forma consciente? Se aceitássemos que um profissional bem organizado pode, sim, se dedicar a duas empresas sem comprometer resultados?
É uma revolução silenciosa, mas poderosa. Um novo olhar sobre produtividade, responsabilidade e autonomia, que beneficia empresa e colaborador ao mesmo tempo.
Benefício para a empresa sem exploração
Sim, ter um funcionário com dois empregos pode ser bom para a empresa: ele está motivado, produtivo e comprometido dentro do horário combinado. Mas o foco não é a empresa explorar o colaborador pagando menos ou atrasando benefícios.
A ideia é outra: se, por acaso, um funcionário já tiver outro emprego, mas conseguir cumprir suas responsabilidades em ambas as empresas com qualidade, isso não deveria ser visto com maus olhos.
Não se trata de colocar o profissional em desvantagem, nem de exigir horas extras ou reduzir salários. Trata-se de reconhecer competência, organização e responsabilidade, e aceitar que, em tempos de home office e flexibilidade, pessoas podem equilibrar múltiplas funções sem comprometer resultados.
E você?
Já conheceu alguém que consegue conciliar dois empregos com excelência?
Já pensou em testar essa dinâmica, de forma ética e organizada?
Se quiser, compartilhe suas experiências, elas podem ajudar a quebrar tabus e inspirar novas formas de trabalhar.



