image

Access unlimited bootcamps and 650+ courses forever

75
%OFF
Article image

AO

Ana Oliveira14/11/2025 16:35
Share

Conheça o impacto da automação na gestão de identidade

  • #Automação
  • #Power Apps
  • #Microsoft Entra ID

Automatizar a gestão de identidade não começou como projeto bonito de inovação, e sim como uma necessidade urgente do time. Quando meu gestor me chamou para ajudar a tirar essa ideia do papel, a rotina ainda envolvia criar usuários, ajustar acessos e bloquear contas de forma manual, em processos longos, repetitivos e cheios de riscos. Foi participando dessa automação que percebi, na prática, como dá para transformar minutos em segundos, e, principalmente, como isso pode alavancar a carreira de quem está começando na área de TI.

Sou aluna de Gestão da Tecnologia da Informação na Uninter e atuo como estagiária em duas frentes ao mesmo tempo, gestão de projetos e cibersegurança. Essa combinação me colocou exatamente no meio do caminho entre negócio e operação. Nesse texto quero compartilhar, de forma prática, como foi criar uma automação de gestão de identidade com Power Automate e, principalmente, o que você pode levar disso para a sua própria carreira.

Por que falar de automação de identidade é falar de carreira

Nos últimos anos, as empresas aumentaram o investimento em identidade e acesso, mas os times continuam enxutos. A quantidade de sistemas, integrações e perfis diferentes só cresce, enquanto o número de pessoas para gerenciar tudo isso não acompanha na mesma velocidade. Nesse cenário, quem sabe automatizar fluxos ganha um diferencial importante, porque consegue entregar resultado com mais eficiência e menos erro.

Percebi isso na prática ao trabalhar lado a lado com a área de segurança. Em vez de ficar apenas executando tarefas operacionais, comecei a entender como a automação ajudava em pontos críticos como rastreabilidade, cumprimento de normas internas e redução de exposição a riscos. Cada melhoria no fluxo gerava uma informação mais clara para auditoria e uma resposta mais rápida para gestor e RH. Foi quando entendi que dominar automação não é habilidade opcional, é parte do pacote para quem quer crescer na área.

Para quem está estudando ou em início de carreira, existe uma vantagem silenciosa. Muitas empresas ainda estão em transição entre processos manuais e automações mais maduras. Isso significa espaço para iniciativas novas, ainda que começando pequeno. Um fluxo bem desenhado, que resolve uma dor concreta do time, tem potencial para dar visibilidade ao trabalho de quem desenvolveu. E foi exatamente isso que eu vivi com essa automação de gestão de identidade.

A dor que me fez automatizar

Antes da automação, o fluxo de gestão de identidade na empresa onde atuo tinha a mesma cara que em muitas organizações: formulários espalhados, dependência de planilhas, tickets que passavam por várias mãos e bloqueios feitos “no amor” e na corrida.

Era comum alguém chegar com aquele pedido clássico: “fulano sai amanhã, dá para bloquear rapidinho?”. O “rapidinho” significava abrir sistema, validar quem pediu, conferir dados, ajustar horários, executar o bloqueio e avisar todo mundo por e-mail. No melhor cenário, dezenas de minutos; no pior, riscos de erro humano.

Foi daí que nasceu a ideia de desenhar um fluxo de automação de gestão de identidade, desde a entrada do colaborador até o desligamento ou férias.

Da solicitação ao bloqueio automático: visão geral da automação

De forma bem resumida, o fluxo que construí segue uma lógica que pode ser reaproveitada em vários contextos, independentemente da ferramenta de chamada ou do diretório de identidades que você usa.

Primeiro, a automação começa quando alguém autorizado preenche um formulário em uma ferramenta de chamados, no nosso caso, o Jira. Esse formulário coleta dados do colaborador, do solicitante e do tipo de ação (entrada, mudança ou saída). O Power Automate recebe essas informações, valida se o pedido é do tipo correto e, se algo estiver fora do esperado, interrompe o fluxo e notifica quem pediu.

Depois vêm as integrações com o diretório de identidades. Para novos colaboradores, o fluxo cria a conta, define atributos essenciais, associa gestor, inclui nos grupos padrão e dispara mensagens de boas-vindas. Para desligamentos ou férias, ele verifica se o solicitante tem permissão, se o usuário existe, se a data de bloqueio faz sentido e então agenda ou executa o bloqueio na hora certa, com atualização dos atributos necessários.

O resultado é um processo padronizado, com trilhas de auditoria claras e notificações automáticas para RH, segurança e gestores. E, claro, uma redução brutal do tempo gasto em tarefas operacionais.

Top 5 aprendizados que tive automatizando a gestão de identidade

1. Comece pelo problema, não pela ferramenta

É tentador abrir o Power Automate e sair arrastando conectores. Mas o ponto de partida precisa ser o processo. No meu caso, eu sentei com RH, equipe de identidade e segurança para entender como era o fluxo real: quem pedia, quem aprovava, onde estavam as maiores falhas e atrasos.

Desenhar o processo de ponta a ponta, no quadro ou em um diagrama simples, ajudou a enxergar que eu não precisava automatizar “tudo de uma vez”. Primeiro foquei na criação de acesso, depois na parte de bloqueio e férias. Esse recorte por etapas diminui o risco e aumenta a chance de entregar valor rápido.

Se você quer começar, minha sugestão é: faça um mapa bem honesto do “como é hoje”. Identifique onde existe retrabalho, reenvio de e-mails, dependência de planilhas ou de “pessoas-chave”. A automação boa nasce desses gargalos.

2. Dados e horários são mais críticos do que parecem

Quando lidamos com gestão de identidade, uma vírgula errada em data e hora pode virar um transtorno. No fluxo que criei, precisei tratar formatos diferentes de data, ajustar fuso horário e garantir que o agendamento de bloqueios fosse feito sempre em horário coerente para quem está na operação.

Além disso, validei cenários como: “e se a data informada já passou?”, “e se o horário não foi preenchido?”, “e se o colaborador já está desativado?”. Cada um desses casos precisa de um caminho claro na automação, com mensagem amigável para quem solicitou.

O ganho aqui é duplo. De um lado, você evita aquele tipo de erro que só aparece às 18h de sexta-feira. De outro, você transmite confiança: as pessoas percebem que o fluxo responde com clareza, mesmo quando algo está errado.

3. Segurança e permissão em primeiro lugar

Automação sem controle vira risco, não solução. Uma das primeiras preocupações que tive foi garantir que só pessoas autorizadas conseguissem disparar ações sensíveis, como bloquear usuários ou criar acessos.

O fluxo verifica se o solicitante pertence a um grupo específico de autorização no diretório de identidades. Se não estiver, nada acontece além de um e-mail educado explicando que a pessoa não tem permissão para aquela ação.

Esse tipo de checagem é simples, mas muda o jogo. Em vez de depender de “combinar” com o time de segurança, você coloca o controle dentro do próprio fluxo. E isso é algo que qualquer profissional de TI pode replicar: antes de executar algo sensível, sempre valide o perfil de quem está pedindo.

4. Comunicação também faz parte da automação

Muita gente pensa em automação só como “fazer a máquina trabalhar”. Mas, na prática, comunicação é metade do trabalho. No meu fluxo, cada etapa importante gera mensagens claras para quem precisa saber: RH, gestor, equipe de identidade e, em alguns casos, o próprio colaborador.

Na criação de acessos, por exemplo, o novo colaborador recebe uma mensagem de boas-vindas com orientações iniciais, enquanto o gestor é avisado que a conta está pronta. No bloqueio, o solicitante recebe a confirmação com data e horário exato em que o acesso foi ou será desativado.

Quando você cuida dessa camada de comunicação, diminui a ansiedade, acaba com os “e aí, já foi?” e reduz chamados repetidos só para pedir atualização de status. É menos ruído e mais foco no que importa.

5. Meça resultados e conte a história em números

Automação sem métrica vira só “sensação de melhora”. Em vez disso, eu separei alguns indicadores simples: tempo médio de execução de cada tipo de fluxo, quantidade de solicitações tratadas por mês e taxa de falhas ou reprocessos.

Com isso, ficou fácil mostrar o impacto: processos que levavam dezenas de minutos passaram a rodar em segundos, e horas inteiras de trabalho foram realocadas para atividades de maior valor, como análise de incidentes, melhorias de processo e auditoria. Esse tipo de dado conversa muito bem com diretoria e gestão, porque conecta tecnologia com resultado concreto.

Há estudos que mostram como tarefas manuais repetitivas consomem uma fatia enorme do tempo dos times de TI, chegando a dezenas de horas mensais só em atividades como criação de acessos, ajuste de permissões e redefinição de senhas.Avatier+3TeamDynamix+3RackNap+3 Quando você automatiza isso, não está apenas “brincando de fluxo”; está liberando orçamento de tempo.

O que isso fez pela minha carreira

Como estudante de Gestão da TI, ver uma automação sair do papel e ser usada de verdade dentro da área de segurança mudou meu jeito de enxergar a profissão. Eu deixei de olhar só para disciplinas isoladas e passei a conectar gestão de projetos, cibersegurança e operação do dia a dia.

Participar de reuniões para discutir melhorias, ajustar detalhes com RH e alinhar expectativas com gestores me colocou em conversas que, normalmente, estagiários não costumam frequentar. E, mais importante, me mostrou que automação não é “luxo de empresa grande”, mas necessidade para equipes pequenas que precisam entregar muito.

Se você está começando na área ou migrando de carreira, aprender a pensar em automação é uma forma de se diferenciar. Não precisa ser especialista em segurança ou arquiteto de soluções para começar; precisa entender bem o processo e ter disposição para iterar.

Por onde você pode começar hoje

Talvez você não trabalhe diretamente com gestão de identidade. Mesmo assim, aposto que existem processos manuais à sua volta pedindo socorro. 

Se eu pudesse deixar um único pedido para quem chegou até aqui seria este: escolha um processo do seu dia a dia e se comprometa a automatizar pelo menos uma parte dele nas próximas semanas. Não precisa ser perfeito, não precisa ser complexo; precisa ser útil.

Alguns pontos para você refletir ainda hoje:

  • Que atividade você repete toda semana exatamente do mesmo jeito?
  • Onde você depende de copiar dados de um sistema para outro?
  • Em que momento você fica esperando alguém mandar um e-mail para só então tomar uma ação?

Cada uma dessas situações é um candidato natural à automação. Pode ser um fluxo simples que envia um resumo diário de chamados, gera um relatório automático ou faz uma validação básica antes de liberar um acesso temporário.

Comece pequeno, valide com quem usa o processo, documente o que foi feito e vá refinando. Foi exatamente assim que comecei: com um fluxo bem mais simples, que depois virou uma automação completa de gestão de identidade.

Share
Recommended for you
Microsoft - Dynamics 365
CAIXA - Inteligência Artificial na Prática
Binance - Blockchain Developer with Solidity 2025
Comments (0)