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Cláudio Santos
Cláudio Santos19/12/2025 06:58
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Do DevOps à Plataforma: como a GenAI acelera com governança

    🌩️ Existe um ponto em que a nuvem deixa de ser “infra flexível” e vira um labirinto operacional. A equipe consegue subir recursos rápido, mas cada squad cria seu próprio jeito de fazer deploy, observabilidade, secrets, permissões e rollback. A soma disso não parece grave no começo, só que em poucos meses vira um cenário clássico: pipelines diferentes para o mesmo tipo de serviço, padrões de logging inconsistentes, alertas demais, custo imprevisível e aquele medo coletivo de mexer em produção. É justamente nesse momento que o mercado está puxando forte para um movimento que vem ganhando nome e forma: Platform Engineering.

    🧱 Platform Engineering não é uma “moda nova do DevOps”, é uma resposta ao excesso de complexidade que o cloud native trouxe quando virou padrão. Em vez de cada time carregar o peso inteiro da plataforma, surge um time de plataforma tratando a experiência do desenvolvedor como um produto. A peça central dessa história é a Internal Developer Platform, ou IDP, um ambiente interno que organiza o acesso a infraestrutura e serviços via automação e autoatendimento, com interfaces e workflows que tornam o caminho certo mais fácil do que o improviso. Essa visão aparece de forma bem direta em materiais da CNCF, do Google Cloud e também na documentação da Microsoft sobre platform engineering.

    🛣️ A palavra que destrava a conversa é golden paths. Em vez de jogar o desenvolvedor num mar de YAML, Helm, Terraform e configurações de CI CD, a plataforma oferece “caminhos pavimentados” de ponta a ponta para tarefas comuns. Um golden path é um fluxo pré configurado e suportado que guia desde criar um serviço até publicar com segurança, observabilidade e padrões já embutidos, reduzindo carga cognitiva e garantindo conformidade sem travar o time. É um conceito descrito de forma bem consistente por referências de mercado como Red Hat e por comunidades focadas em platform engineering.

    ⚙️ O impacto disso no dia a dia é enorme porque muda a pergunta que a empresa faz. Ao invés de “qual ferramenta vamos adotar agora”, a pergunta vira “qual experiência mínima queremos garantir para qualquer time que entregue software”. A plataforma passa a padronizar o que antes era artesanal: templates de serviços, provisionamento de ambientes, pipelines com validações, logging e métricas já prontos, políticas e permissões bem definidas. A CNCF tem discutido exatamente essa transição de ferramentas para experiência e guardrails, com golden paths como mecanismo prático de velocidade sustentável.

    🧠 E aí entra o acelerador que deixou o tema ainda mais quente: GenAI dentro da plataforma. O mercado não está falando só de “IA para escrever código”, e sim de IA como parte do produto interno de engenharia. A Gartner, por exemplo, aponta a tendência de “GenAI platform engineering” e chega a projetar que, até 2027, uma grande parcela das organizações com times de plataforma vai incluir capacidades de GenAI nas suas IDPs. A lógica é simples: se a IDP é o lugar onde o desenvolvedor encontra o caminho padrão, a GenAI vira um copiloto do caminho padrão, ajudando a descobrir templates, gerar scaffolds, explicar por que um deploy falhou, sugerir ajustes e orientar boas práticas sem o time precisar abrir dez wikis e trinta repositórios.

    🔐 Só que velocidade sem disciplina é o atalho para o desastre. E é aqui que o tema fica realmente “de mercado”, porque a conversa amadureceu. O DORA 2025 trouxe uma leitura muito útil: IA não salva processo ruim, ela amplifica o que já existe. Se a organização tem boas práticas, feedback rápido e engenharia sólida, a IA tende a aumentar produtividade e qualidade. Se a base é frágil, a IA vira uma forma mais rápida de gerar retrabalho, inconsistência e risco. Por isso platform engineering e IDP aparecem como base de sustentação para usar IA com segurança e repetibilidade.

    🧯 A parte que muita gente subestima é que a plataforma não é só “portal bonitinho”, é governança aplicada no fluxo. Guardrails bem desenhados permitem autonomia com segurança, e uma das formas mais práticas de fazer isso é policy as code, onde as regras deixam de ser um PDF e passam a ser validações automáticas integradas aos pipelines e ao provisionamento. A CNCF tem destacado exatamente esse papel de políticas como guardrails para manter agilidade sem abrir mão de compliance.

    🧨 Também vale um alerta que está rodando forte no noticiário e no mercado: o hype de “agentic AI” e projetos autônomos demais. Há estimativas de alto índice de cancelamento de projetos chamados de agentic AI por custo e falta de clareza de valor, com analistas chamando atenção para “agent washing”, quando o marketing chama de agente algo que ainda é uma automação frágil. Isso conversa diretamente com platform engineering, porque a plataforma é o lugar certo para transformar promessa em prática: dar limites, identidade, permissões, trilhas de auditoria e integrações padronizadas, antes de soltar agentes tomando decisões no ambiente.

    🏁 No fim, o argumento mais convincente é bem pragmático: platform engineering torna a entrega previsível. A empresa para de depender do “herói do Kubernetes”, do “mago do pipeline” ou do “cara que sabe onde está o segredo no cofre”. O conhecimento vira produto, o fluxo vira padrão, o time de feature volta a focar em valor. E quando GenAI entra no jogo, ela entra no lugar certo: dentro de um sistema que já tem caminhos suportados, controles e observabilidade. A promessa não é só ir mais rápido, é ir mais rápido sem perder o controle.

    #PlatformEngineering #DevOps #CloudNative

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