Edge Computing: o futuro da web rápida com Cloudflare Workers e Vercel Edge
Nos últimos anos, começamos a esperar que tudo na internet seja rápido. Carregar uma página, fazer login, ver um gráfico atualizar, tudo precisa acontecer na hora. E não importa se o usuário tá em São Paulo, Tóquio ou Nova York: a experiência tem que ser a mesma.
Pra atender essa demanda, surgiu com força o Edge Computing. A ideia é simples: em vez de rodar tudo num servidor distante, a gente leva a lógica da aplicação pra mais perto do usuário. Isso reduz muito a latência e deixa tudo mais responsivo.
Hoje, ferramentas como Cloudflare Workers e Vercel Edge Functions estão mudando a forma como a gente constrói aplicações. Antes, a gente dependia de data centers centralizados, muitas vezes a milhares de quilômetros de distância. Agora, com a borda, o código roda em centenas de pontos espalhados pelo mundo, literalmente onde o usuário está.
Por que isso é importante?
Quando o processamento acontece perto do usuário, a diferença é perceptível: Respostas mais rápidas: menos tempo de ida e volta entre o navegador e o servidor. Aplicações mais resilientes: se um ponto da rede falhar, os outros seguem funcionando. Escalabilidade natural: não precisa se preocupar com tráfego alto em um único lugar. Mais segurança: você pode bloquear tráfego ruim antes mesmo de ele chegar ao seu backend principal. Cloudflare Workers: JavaScript rodando na borda. O Cloudflare Workers é uma das plataformas mais sólidas pra quem quer usar a borda a seu favor. Ele permite rodar código JavaScript, TypeScript, Rust e até C diretamente na rede global da Cloudflare, e isso tudo sem precisar gerenciar servidores.
Alguns dos pontos fortes:
Distribuição automática: seu código já roda em todos os data centers da Cloudflare assim que você faz o deploy. Sem cold starts: as funções começam quase na hora, diferente de alguns serviços serverless tradicionais. Durable Objects: se você precisar manter estado (como sessões ou contadores), dá pra fazer de forma distribuída e consistente.
Um exemplo simples de uma função no Edge:
export default {
async fetch(request) {
return new Response("Hello from the Edge!", {
headers: { "content-type": "text/plain" },
});
},
};
Isso pode parecer básico, mas é só o começo. Com isso, você pode criar APIs ultrarrápidas, manipular headers, fazer cache inteligente, autenticação e rate limiting distribuídos, tudo antes da requisição chegar ao seu servidor principal.
Vercel Edge Functions: frontend e backend na mesma velocidade Se você já usa o Vercel pra hospedar apps React ou Next.js, vai gostar disso: agora dá pra rodar lógica de backend direto na borda, junto com o frontend. As Edge Functions do Vercel são perfeitas pra quem quer melhorar o desempenho do lado do cliente sem abrir mão de funcionalidades do servidor. E o melhor: tudo integrado com o Next.js.
Com isso, você consegue:
Fazer SSR (Server-Side Rendering) perto do usuário, então a página carrega rápido em qualquer lugar. Verificar autenticação, cookies ou redirecionamentos antes de renderizar. Consumir APIs externas com menos latência, porque o código roda perto.
Um exemplo comum é proteger rotas com middleware:
import { NextResponse } from "next/server";
export const config = {
matcher: "/dashboard/:path*",
};
export function middleware(req) {
const token = req.cookies.get("token");
if (!token) {
return NextResponse.redirect(new URL("/login", req.url));
}
return NextResponse.next();
}
Aqui, a verificação do token acontece na borda, ou seja, o usuário é redirecionado pro login antes mesmo de a página começar a carregar. Isso melhora muito a experiência.
O impacto no dia a dia do desenvolvedor
Com o Edge, o frontend ganha superpoderes. Páginas dinâmicas que antes demoravam segundos pra carregar agora aparecem quase na hora. SSR, dados personalizados, autenticação, tudo isso pode acontecer perto do usuário.
No backend, a gente deixa de depender de um único servidor. APIs podem ser distribuídas globalmente sem precisar de uma infraestrutura complexa. É escala natural, sem dor de cabeça.
E no final das contas, o que mais importa: a experiência do usuário. Aplicações em tempo real, como chats, dashboards ou streaming — ficam muito mais fluidas quando o processamento está perto.
Claro, nem tudo é pra todo mundo. Edge Computing faz mais sentido em certos cenários:
Use quando:
Seu público é global. Velocidade é crítica (e-commerce, SaaS, plataformas de conteúdo). Você precisa de autenticação, roteamento ou cache inteligente perto do usuário.
Pode não valer a pena se:
Sua aplicação depende muito de um banco de dados centralizado com queries pesadas. O tráfego é concentrado em uma região só. Você não tem ganho real com redução de latência.
O futuro está na borda
A web está mudando. O modelo antigo, um servidor grande num data center distante, está perdendo espaço pra redes distribuídas, onde o código roda onde as pessoas estão.
Com Cloudflare Workers e Vercel Edge, a gente pode entregar aplicações que parecem mágicas: rápidas, escaláveis e seguras. E o melhor: sem precisar virar especialista em infraestrutura global.
Edge Computing não é só uma moda. É a evolução natural da web. E quem começar a explorar agora vai estar um passo à frente.