Filme Her (2014) conseguiu prever nossa realidade após 10 anos de lançado?
O filme HER (2014) naquela época pareceu bem distante do nosso futuro como sociedade. A forma como retratou a relação humana com inteligências artificiais pareceu um tanto quanto exagerada. Mas, será que já não estamos vivendo como o Theodore (interpretado pelo ator Joaquin Phoenix) transferindo nossos sentimentos à máquinas ou será que estamos caminhando para isso?
Para responder a essa pergunta basta vermos os dados. "Brasileiros trocam psicólogo por inteligência artificial: 67 milhões já usam chatbots como 'terapia'." Isso nos levar a pensar sobre a necessidade de se debater essa problemática. São pessoas entregando suas vidas, seus segredos a um "robô", deixando de lado cada vez mais conexões genuínas com outros humanos e aumento o isolamento social, cercadas pela ilusão de está preenchida e acolhida por "alguém".
A IA já é discutida desde os anos 1920 com estudos embasados por Alan Turing. Porém, somente agora ela está amplamente difundida em nossa sociedade no nosso dia a dia. Ao passo que as redes sociais deixaram de serem redes sociais e foi deixando a sua intenção inicial de lado que era conectar pessoas, a IA parece que chega para solucionar esse isolamento digital, dando-nos a falsa impressão de que agora sentiremos conectados e entendidos como jamais fomos compreendidos. Ela está presente no celular da geração X que acorda e dá bom dia, pede uma oração para melhorar sua dor de cabeça. Está presente no trabalho, entregando linhas de códigos e planilhas que levariam horas. Está presente também naquela conversa sobre voltar ou não voltar com o ex namorado. O filme que parecia exagerado em termos da nossa relação com máquinas/algoritmos parece ter sido certeiro nesse ponto, ficando apenas a desejar no que tange a consciência da máquina que hoje, felizmente ainda não é possível.



