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DIOGO CALDAS
DIOGO CALDAS19/12/2025 20:01
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Purple Team : o jeito mais rápido de parar de “achar” e começar a medir

    Se você trabalha em SOC, conhece o ciclo: chega alerta, corre atrás de log, falta contexto, regra barulhenta, playbook que ninguém segue, e no fim a sensação de que “a gente detecta… eu acho”.

    Purple Team, é a vacina contra esse “eu acho”.

    Não é um time novo. Não é um mega projeto. É um processo simples: simular ataques controlados, observar o que o SIEM enxerga, ajustar detecção/resposta e re-testar até ficar bom.

    O ciclo do purpleteam

    1) Escolha 3 técnicas do MITRE ATT&CK (as mais prováveis no seu ambiente)

    2) Execute uma emulação controlada (passo a passo reproduzível)

    3) Valide ingestão: o evento chegou no SIEM? chegou certo?

    4) Tune detecção: correlação, Sigma, thresholds, supressões

    5) Ajuste resposta: triagem, runbook, SOAR (se tiver)

    6) Re-teste e registre PASS/FAIL com evidência

    O ponto é simples: sem re-test, é só narrativa. Com re-test, vira engenharia.

    O “Dia 1” no SIEM: onde geralmente quebra

    Antes de falar de regra, eu olho isso aqui:

    - Fonte de log habilitada (endpoint/identity/cloud) e com cobertura real

    - Parsing/normalização OK (os campos que importam existem e estão preenchidos)

    - Latência de ingestão conhecida (e aceitável)

    - Retenção e busca funcionando (dá pra investigar depois, não só “ao vivo”)

    - Enriquecimento básico (usuário, host, criticidade do ativo, ambiente)

    - Dashboard simples de sanity check: “rodei o teste → o evento apareceu?”

    Muita detecção “falha” não porque a regra é ruim — mas porque a telemetria chega torta, atrasada ou incompleta.

    3 casos de teste que dão retorno rápido no SOC

    Sem APT cinematográfico. Começa com o que dá incidente de verdade:

    1) Credential Access (controle de credenciais)

    O que você valida:

    - eventos corretos (identidade/endpoint)

    - correlação (usuário + host + comportamento)

    - severidade (não explodir em falso positivo)

    2) Lateral Movement (movimento lateral)

    O que você valida:

    - encadeamento host→host e user→host

    - visibilidade de autenticações/acessos remotos

    - capacidade de “contar a história” com logs

    3) Exfiltration (lite)

    O que você valida:

    - baseline e thresholds (volume, destinos, padrões)

    - contexto no alerta (o que saiu, de onde, por quem)

    - triagem acionável (não só “tráfego alto”)

    Entrega mínima de uma sessão Purple (SOC-ready)

    Se não sair isso aqui, tá incompleto:

    - Mapa: Técnica → Logs → Regra → Alerta → Ação

    - PASS/FAIL por técnica com evidência (eventos/prints/queries)

    - Query salva no SIEM (pra repetir e auditar depois)

    - Regra/alerta ajustado (e o “por quê” do ajuste)

    - Runbook/playbook enxuto (quem faz o quê, em quanto tempo, com quais dados)

    - Re-test documentado (antes/depois)

    Métricas que importam (e não passam vergonha)

    - TTD (tempo pra detectar)

    - TTR (tempo pra responder)

    - Cobertura por técnica (pass/fail)

    - Taxa de falso positivo pós-tuning

    - Qualidade do alerta: tem contexto suficiente pra agir sem “caçar log” por 40 minutos?

    Armadilhas clássicas (pra evitar dor gratuita)

    - “Tem log” ≠ “dá pra investigar” (campo faltando mata a análise)

    - Regra boa sem runbook = alerta bonito e incidente vivo

    - Ajustar regra e não re-testar = fé, não método

    - Transformar Purple em disputa Red vs Blue (não é campeonato)

    Se você quer implementar isso sem drama, faz o seguinte: escolhe 1 ambiente, 1 fonte de log principal, 3 técnicas ATT&CK e roda uma sessão curta por semana. Em um mês, o SOC muda de patamar — porque você troca opinião por evidência.

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