Será que eu sei mesmo programar?
🧠 “Será que eu sei mesmo programar?” — a verdade sobre a síndrome do impostor no mundo dev
Você já olhou praquele código que escreveu ontem e pensou: “quem foi o gênio que escreveu isso?”... e aí percebeu que foi você mesmo? Pois é. Bem-vindo ao clube nada exclusivo (mas pouco falado) da síndrome do impostor — aquele bug mental que vive dizendo que você não é bom o suficiente, mesmo com todos os testes passando em verde.
Talvez você esteja rindo com nervoso agora. E tudo bem. Vamos falar sobre isso com a leveza e sinceridade que esse tema merece.
A build falhou, mas não foi o código. Foi você (ou pelo menos é o que sua mente diz)
No mundo do desenvolvimento, é comum acharmos que todo mundo manja mais do que a gente. O cara do time que parece resolver tudo só com regex, a dev que faz live coding no Twitch, o amigo que fala de arquitetura como se estivesse explicando receita de pão... E aí, do nada, você se vê pensando: "O que eu tô fazendo aqui?"
Spoiler: se você tá se perguntando isso, é sinal de que provavelmente está exatamente onde deveria estar. Porque quem acha que já sabe tudo, geralmente não sabe o suficiente pra perceber o quanto ainda tem pra aprender. 🤷
"Mas eu não sei nem como esse código funciona!" — todo dev, toda semana
A síndrome do impostor é traiçoeira porque ela se adapta. No início da carreira, ela diz que você não manja nada. No meio da carreira, ela diz que todo mundo ao seu redor manja mais. No fim da carreira… bom, ela ainda tá lá dizendo que você teve sorte.
Esse sentimento de inadequação é mais comum do que parece. Sabe aquele dev que você admira no LinkedIn? Ele provavelmente também sente isso. Ele só aprendeu a conviver com o sentimento, como quem ignora aquele aviso do Windows pedindo pra atualizar.
A real é: todo mundo está improvisando em algum nível. O segredo não é eliminar a síndrome do impostor, mas aprender a usá-la como combustível. Se você sente que sabe pouco, talvez isso só signifique que você se importa em fazer bem feito. E isso já é meio caminho andado.
A mentira que te contaram: “Quando eu for sênior, isso vai passar”
Olha... não vai. Ou melhor, até pode passar, mas volta. Em outros formatos. Quando você vira sênior, o fantasma muda de roupa e aparece como o "medo de não estar liderando bem", "de não saber arquitetura direito", ou "de estar atrasado na IA quântica com Blockchain em Rust rodando no Kubernetes do metaverso". E tudo bem.
A grande sacada é entender que confiança não vem de saber tudo — vem de saber que você é capaz de aprender o que for necessário. É aquela skill secreta que não aparece no currículo, mas que todo bom dev precisa: a coragem de dizer "não sei" sem travar.
Então o que eu faço com esse bug mental?
- Fale sobre isso. O simples ato de compartilhar esse sentimento com colegas ou mentores já é um "debug" poderoso.
- Registre suas vitórias. Mantenha uma pastinha (física ou mental) com os projetos que deu conta, os bugs que matou, os PRs que foram aprovados de primeira.
- Compare-se com seu eu de ontem, não com o dev do YouTube. Lembre-se: o vídeo editado de alguém nunca vai refletir a bagunça que é o processo real.
- Dê tempo ao tempo. A confiança é acumulada como XP em um RPG — aos poucos, errando, tentando, caindo e levantando.
Moral da história? O impostor não vai embora, mas você pode colocá-lo no banco de trás.
A síndrome do impostor é tipo aquele linter chato: fica te lembrando das falhas, mas também te empurra pra melhorar. E no fundo, ela só existe porque você se importa. Porque quer entregar código limpo, entender o sistema, fazer bonito no review.
Então da próxima vez que ela aparecer, respira fundo e lembra: você não está sozinho nessa. E se duvidar, tá indo bem melhor do que imagina.
E se ainda não acredita em mim… olha só o tanto de gente compartilhando esse artigo dizendo “sou eu todinho”. 😉
P.S.: Se esse artigo falou contigo, manda praquele colega que vive se achando "juninho", mesmo sendo brabo. Bora desbugar essa mentalidade juntos.